
Vantagens e desvantagens de se viver sozinho; veja o que dizem os solteiros:
Pesquisa do Sebrae de Santa Catarina divulgada em junho destaca mais de 10 segmentos da economia considerados os mais promissores para o empreendedorismo. No ranking, o chamado “mundo dos sozinhos”, que envolve produtos e servi�os desenvolvidos especialmente para atender quem vive como solteiro, ocupa a segunda coloca��o, perdendo apenas para o setor voltado para animais de estima��o. Pudera. S� em Belo Horizonte, 247 mil domic�lios t�m apenas um morador. No Brasil, s�o 8,8 milh�es morando s�s, crescimento de 17% em tr�s anos.
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Considerado um p�blico consumidor exigente, que observa mais a qualidade e costuma pechinchar menos por pre�os, solteiros convictos em BH consideram que o mercado ainda est� devendo e tem muito a lhes oferecer. Engenheira e professora universit�ria, Tatiana Paiva, de 37 anos, faz parte desse universo e diz que o estado civil � um peso para o bolso. “As taxas n�o se alteram de acordo com o n�mero de moradores de uma casa, como o financiamento do apartamento e o condom�nio, essas despesas ficam pesadas para uma pessoa. No meu caso, chegam a comprometer at� 30% do or�amento”, revela. Outra constata��o de Tatiana sobre o alto custo de uma vida s� est� na alimenta��o. Ela reconhece que s�o poucos os supermercados da capital que oferecem produtos em quantidade pequena para quem mora sozinho. “Geralmente, eles est�o concentrados na Zona Sul da cidade. Procuro comprar nesses lugares, por�m, as frutas e verduras acabam sobrando por perderem o prazo de validade muito r�pido. Ent�o, procuro trocar com amigas, fazer receitas, como bolos de banana e tentar consumir o mais r�pido poss�vel”, afirma.
A consumidora n�o precisaria enfrentar a mesma maratona em alguns mercados como o europeu e o americano. “L� j� � poss�vel comprar tr�s bananas, ou apenas uma”, reconhece o superintendente da Associa��o Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues. Segundo ele, algumas redes, principalmente as voltadas para classes A e B, j� est�o atentas a esse p�blico e oferecem uma gama de produtos quase adequadas para atender esse consumidor. No entanto, a maioria dos super e hipermercados ainda precisa se adaptar. “Vamos come�ar, inclusive, a discutir com a ind�stria de alimentos a maior produ��o desses itens, embalados em menor quantidade, de alimentos a produtos de limpeza.”
Rodrigues lembra que at� mesmo casados podem morar s�s em casas separadas e que o mercado deve estar atento. “Um exemplo s�o os pacotes de a��car e arroz de dois quilos. Em muitos supermercados, as embalagens menores vendem at� mais que aquelas com cinco quilos”, admite. O pre�o, outro desafio para os solteiros, que muitas vezes, proporcionalmente, pagam mais por embalagens menores, s� pode ser resolvido com a escala. “Quanto mais produ��o a ind�stria tiver, mais barato vai se tornar o produto.”

ESPA�O Depois de procurar por muito tempo um apartamento de um quarto, Tatiana desistiu da busca por achar caro o pre�o praticado no mercado para a modalidade e h� dois anos optou por comprar um im�vel de dois dormit�rios, onde sobra espa�o para hospedar estrangeiros e complementar a renda. “Aos poucos estou decorando o apartamento. Reconhe�o que sou uma consumidora exigente e quero comprar bons produtos para a minha casa”, diz.
Os bares, restaurantes e setor de entretenimento j� captaram a for�a do consumo dos solteiros e apostam no lucro. Alexandre Pampolini inaugurou h� cerca de 14 meses a casa de shows Woods. Ele fez investimentos pr�ximos a R$ 5 milh�es e diz que a rede tem planos de expans�o. “Entre 70% e 80% do nosso p�blico � de solteiros.” H� mais de 10 anos no ramo de festas e eventos voltados para o perfil, ele desenvolveu esp�cie de expertise no tema. “Os solteiros permanecem por mais tempo na casa de shows e consomem produtos mais caros. Enquanto os casados gastam em torno de R$ 100 por pessoa, o solteiro consome entre R$ 150 e R$ 180”, compara.
H� dois anos, o advogado Jos� de Paula Miranda Alves, de 66, entrou para o grupo dos solteiros. Morando s�, Jos�, que j� foi casado, transformou um dos c�modos do seu apartamento em seu escrit�rio. “O que eu gastava com comida quando era casado passei a gastar com faxineira. Como sempre fora de casa e os congelados s�o a mina de ouro na vida do solteiro.” Jos� acredita que o mercado est� atento a esse p�blico, lan�ando novos produtos para homens e mulheres, e diz que melhor que dividir contas � n�o dividir problemas.

PALAVRA DE ESPECIALISTA
Grande nicho
“Ao contr�rio das fam�lias, os solteiros n�o costumam olhar pequenas diferen�as de pre�os, tendem a buscar produtos de boa qualidade. � um grande nicho promissor, que deve ser pensado pelos diversos setores da economia. No caso da alimenta��o, os micro e pequenos neg�cios come�am a explorar o segmento, oferecendo produtos diferenciados, embalados em por��es menores e congelados. � uma �rea promissora para a presta��o de servi�os em domic�lio, incluindo at� a moda diferenciada e exclusiva, atendendo a estilos. E � um mercado que deve ser observado pela grande ind�stria de autom�veis, pelos setores imobili�rios e tur�sticos. Hoje, um pacote de viagem, por exemplo, custa mais caro para quem os sozinhos e esse � um ponto de aten��o para hot�is. Pesquisas apontam que, em m�dia, o solteiro com idade pr�xima aos 30 anos tem renda mensal acima de R$ 2 mil.” - Mara Veit, gerente de atendimento ao empreendedor do Sebrae-Minas