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Estado de Minas

Falta de chuvas amea�a resultados de empresas do setor


postado em 24/08/2014 12:13 / atualizado em 24/08/2014 12:19

 O efeito provocado pela falta de chuvas na gera��o das hidrel�tricas deve provocar uma reviravolta nos balan�os do setor de Energia ao longo do segundo semestre. As geradoras, que despontaram na primeira metade do ano em fun��o dos pre�os mais altos de energia e da estrat�gia de aloca��o de garantias f�sicas adotada, ter�o um cen�rio menos favor�vel em fun��o do esperado d�ficit de gera��o h�drica. As distribuidoras, por outro lado, foram socorridas pelo governo federal no primeiro semestre e agora devem ser favorecidas com a contabiliza��o de empr�stimo banc�rio de R$ 6,6 bilh�es aprovado neste m�s.

Entre executivos do setor, � praticamente consenso que o d�ficit de gera��o h�drica do Pa�s, conhecido pela sigla GSF, ficar� em aproximadamente 10% no segundo semestre. Esse cen�rio, mais adverso do que o n�mero de aproximadamente 6% registrado at� junho, obrigar� as geradoras a recorrerem � energia no mercado de curto prazo, lastreada pelo pre�o de liquida��o das diferen�as (PLD). No primeiro semestre, esse efeito foi compensado pela estrat�gia de sazonaliza��o de aloca��o de garantias f�sicas e pela disponibilidade de energia para vender no mercado de curto prazo, assim como feito, por exemplo, por Cesp, AES Tiet� e EDP Energias do Brasil.

No segundo semestre, por�m, as empresas que alocaram maior parte da garantia f�sica at� junho enfrentar�o um cen�rio menos favor�vel, a menos que tenham travado posi��o de forma a evitar perdas futuras, caso da CPFL. "Fizemos uma sazonaliza��o de contatos muito assertiva, com posi��o j� travada para o segundo semestre e ganho no ano", afirmou a presidente da CPFL Gera��o, Karin Luchesi, em teleconfer�ncia com analistas e investidores.

O terceiro trimestre, em particular, deve ser caracterizado por um d�ficit h�drico na casa de 12% a 13%, de acordo com proje��es do analista Marcos Severine, do JPMorgan, o que reduzir� a oferta de energia para o mercado livre e, em alguns casos, levar� as geradoras a maiores desembolsos com a compra de energia para revenda. "O PLD continuar� em patamares elevados, o que resultar� em um impacto expressivo para os geradores", prev� Severine.

Como o resultado das geradoras refletiu a estrat�gia de sazonaliza��o adotada no primeiro semestre, aquelas que apresentaram n�meros mais fracos tendem a ser beneficiadas no segundo semestre. � o caso, por exemplo, da Tractebel.

"Tivemos efeito mais de custo, porque t�nhamos estrat�gia mais short no primeiro semestre e mais long no segundo semestre", destacou o diretor Financeiro e Rela��es com Investidores da geradora, Eduardo Sattamini durante encontro com analistas e investidores realizado no m�s passado. "Para o segundo semestre, estaremos muito mais alocados e n�o precisaremos comprar no mercado. Estaremos vendendo", completou.

A menor aloca��o de garantias f�sicas no primeiro semestre provocou redu��o de 51,5% no lucro l�quido da Tractebel na compara��o anualizada, a um total de R$ 363 milh�es. "� a primeira vez que venho apresentar um resultado t�o baixo", destacou Sattamini no mesmo encontro.

A Cesp, por outro lado, viu o lucro disparar 121,1% no semestre e atingir R$ 1,334 bilh�o. Com mais oferta de energia dispon�vel para vender no mercado de curto prazo, a Cesp ampliou a receita com vendas nesse segmento em 77,5%, a um total de R$ 317,6 milh�es. A receita operacional l�quida cresceu 44% na mesma base comparativa, para R$ 3 bilh�es.

"A maior parte das empresas colocou energia no primeiro semestre. Agora, se o d�ficit for maior do que o esperado (no segundo semestre), haver� rebaixamento da garantia f�sica e as empresas precisar�o comprar", pondera o analista da Ativa Corretora, Lucas Martins.

Gra�as principalmente aos resultados das geradoras, al�m dos n�meros da Eletrobras - impulsionados pela provis�o de perdas e de contratos onerosos no primeiro trimestre -, o lucro consolidado das empresas do setor de Energia atingiu R$ 6,1 bilh�es no primeiro semestre deste ano, expans�o de 34,5% em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado.

O levantamento foi elaborado pelo Broadcast, servi�o em tempo real da Ag�ncia Estado, com base em dados da Economatica e levou em considera��o os n�meros das seguintes empresas: AES Tiet�, AES Eletropaulo, Celesc, Cemig, Cesp, Copel, Cteep, CPFL Energia, CPFL Renov�veis, Eletrobras, EDP Energias do Brasil, Eneva, Equatorial, Light, Taesa e Tractebel.

Distribui��o

O cen�rio menos favor�vel entre as geradoras contrasta com a previs�o mais favor�vel �s distribuidoras entre julho e dezembro. O balan�o das empresas desse segmento foi particularmente impactado no segundo trimestre, quando registraram salto nas despesas com a compra de energia de curto prazo, sem a contrapartida do socorro bilion�rio estruturado pelo governo federal.

O aporte de R$ 6,6 bilh�es, necess�rio para que elas honrassem compromissos relativos aos meses de maio e junho, foi oficializado apenas em agosto, ap�s o fechamento do trimestre. No dia 11 de agosto, quatro dias antes do fim da temporada de balan�os, foi acertado que as distribuidoras poderiam incorporar a seus balan�os o efeito do empr�stimo na conta-ACR, por�m o curto espa�o de tempo inviabilizou o procedimento. O resultado foi a onda de preju�zos nas opera��es de distribui��o de grupos integrados, casos de Eletrobras, Copel e Cemig, e tamb�m na AES Eletropaulo.

No terceiro trimestre, por sua vez, as distribuidoras devem contabilizar o empr�stimo bilion�rio, com efeito redutor nos custos com compra de energia, e ainda registrar expans�o da receita em fun��o de aumentos tarif�rios aprovados nos �ltimos meses pela Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel).


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