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Estado de Minas

Investidores estrangeiros cobi�am setor de agroneg�cio

Interesses v�o desde log�stica e ra��o animal at� fertilizantes e insumos


postado em 24/08/2014 14:07 / atualizado em 24/08/2014 14:32

O agroneg�cio brasileiro, que no in�cio dos anos 2000 foi palco de uma s�rie de fus�es e aquisi��es no segmento de a��car e �lcool, voltou � lista de setores mais cobi�ados por investidores financeiros e estrat�gicos. Desta vez, o interesse est� em uma variedade muito maior de segmentos, que v�o desde log�stica e ra��o animal at� fertilizantes e insumos. Segundo profissionais de peso que trabalham com fus�es e aquisi��es no Brasil, o agroneg�cio est� se tornando "a bola da vez", assim como os desejados setores de consumo e varejo brasileiros.

Na dianteira deste movimento est�o investidores estrangeiros, principalmente fundos de private equity e fundos soberanos, que buscam retorno em v�rias partes de mundo e encontram no Brasil um ambiente regulat�rio considerado seguro, uma vez que mesmo as elei��es presidenciais n�o representam uma amea�a de ruptura institucional como vista em outros mercados.

Segundo o diretor de Investment Banking do Banco Indusval & Partners (BI&P), Rog�rio Pacheco, pela primeira vez come�am a surgir fundos levantando capital com finalidade de fazer aquisi��es no agroneg�cio. "Cinco anos atr�s n�o se via este tipo de coisa. Era mais foco em compra de terras e algo no setor sucroalcooleiro", diz Pacheco.

At� o momento, a prefer�ncia tem sido por neg�cios que circundam a produ��o agr�cola, como fertilizantes, defensivos, ra��es, insumos, medicamentos e gen�tica. A vantagem destes setores, segundo o executivo, � o fato de serem menos dependentes de fatores clim�ticos e dos pre�os das commodities do que a produ��o agr�cola. A compra de terras n�o est� em evid�ncia porque no Brasil est� proibida, desde 2008, a aquisi��o por investidores estrangeiros.

Mesmo assim, investidores da �sia e do Oriente M�dio j� come�am a manifestar interesse em atuar diretamente na produ��o agr�cola para assegurar fontes de alimentos no longo prazo. De acordo com o s�cio do P�tria respons�vel pela �rea de fus�es e aquisi��es, Antonio Wever, fundos de private equity e fundos soberanos asi�ticos e do Oriente M�dio est�o procurando ativos com este perfil na Am�rica Latina e na �frica, e o Brasil � um forte candidato.

Ele destaca que o agroneg�cio ainda � muito fragmentado no Pa�s, e que os investidores est�o em busca de associa��es para consolidar o mercado. "Muita coisa vai acontecer nos pr�ximos anos porque o interesse de fora � grande, e o setor tem necessidade de capital", afirmou. Em sua opini�o, boa parte da necessidade incremental de produ��o de gr�os no mundo deve ser atendida pelo Brasil.

Os bra�os de private equity e de infraestrutura do P�tria fizeram opera��es nesta �rea nos �ltimos anos, sendo um dos investimentos na produtora de caf� AC Agro e outro na empresa de log�stica de gr�os Nova Agri. Outro neg�cio recente firmado no setor foi a venda de participa��o de uma companhia de confinamento de gado brasileira para o fundo Black River Asset Management, da Cargill, que � dedicado ao agroneg�cio. De acordo com uma fonte do mercado, a Cargill acredita que se repetir� no Brasil o que ocorreu nos Estados Unidos h� duas d�cadas, com a migra��o do gado do pasto para o confinamento.

Um levantamento do Transactional Track Record (TTR), servi�o parceiro do Broadcast, servi�o em tempo real da Ag�ncia Estado, aponta que ocorreram neste ano, at� o momento, 18 transa��es no setor de agroneg�cios brasileiro, que movimentaram R$ 1,431 bilh�o. Deste montante, cinco foram empresas estrangeiras comprando ativos no Brasil. De janeiro a dezembro do ano passado, 26 transa��es movimentaram R$ 4,631 bilh�es, das quais cinco envolviam compradores estrangeiros. O volume em 2013 foi expressivo quando comparado com 2012, quando 17 transa��es somaram R$ 1,777 bilh�o, com participa��o de quatro empresas estrangeiras.

De forma geral, os compradores do agroneg�cio t�m adotado uma postura discreta no Brasil, justamente para evitar uma disparada nos pre�os dos ativos, de acordo com profissionais do mercado.

Do lado dos vendedores est�o companhias nacionais, em sua maioria familiares, que t�m se preparado nos �ltimos anos com um n�vel crescente de profissionaliza��o. "Antes era raro ver estrangeiros interessados no agroneg�cio brasileiro porque a falta de sofistica��o do setor era uma barreira natural. Mas as empresas t�m criado estas condi��es", explica o s�cio do escrit�rio Mattos Filho especializado em direito societ�rio, Pedro Whitaker de Souza Dias, que tamb�m � presidente da Comiss�o de Agroneg�cios da Ordem dos Advogados do Brasil S�o Paulo (OAB SP).

O diretor do BI&P tamb�m destacou que nos �ltimos cinco anos o setor se familiarizou com a necessidade de ter auditoria, conselho e governan�a, e que este "fen�meno recente" ajuda a fomentar neg�cios no setor.

Usinas

O setor de a��car e �lcool, que viveu um "boom" de investimentos no come�o dos anos 2000, vive hoje uma fase dif�cil e deve ficar de fora do movimento de aquisi��es no agroneg�cio at� que ocorra uma mudan�a mais profunda, apontam os especialistas. A pol�tica de conten��o de pre�os da gasolina � apontada como principal entrave para o setor, pois retira a competitividade do etanol. Al�m disso, as empresas elevaram muito sua alavancagem (rela��o entre d�vida l�quida e gera��o de caixa) a custos elevados, e ainda devem levar alguns anos para solucionar esta situa��o.


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