Com a menor participa��o de mercado e o maior endividamento do setor nacional de telecomunica��es, a Oi surpreendeu ao contratar o banco BTG Pactual para assessorar uma oferta para comprar a TIM no Brasil. Especialistas acreditam que, como n�o tem caixa e sua d�vida l�quida � de R$ 46 bilh�es, a Oi deve se unir � Claro, da mexicana Am�rica M�vil, e � Vivo, da espanhola Telef�nica, na aquisi��o, com o objetivo de fatiar a TIM e concentrar o mercado, com apenas tr�s grandes operadoras.
O movimento ocorre �s v�speras do leil�o de 4G, marcado para setembro. As companhias do setor precisar�o de caixa para conquistar sua fatia de licen�as de telefonia m�vel de quarta gera��o. “Dif�cil dissociar todas essas �ltimas ofertas do leil�o que se aproxima. Telef�nica e Telecom Italia disputam a GVT (da francesa Vivendi). A Oi decidiu ganhar tempo para resolver a quest�o com a Portugal Telecom e buscou tamb�m se capitalizar no mercado”, estimou o especialista em telecomunica��es do Grupo Avanzi, Dane Avanzi.
Se era isso, ela conseguiu. As a��es das duas companhias ajudaram a Bolsa de Valores de S�o Paulo (BM&FBovespa) a fechar o preg�o de ontem com alta de 1,89% a 60.950 pontos. Os pap�is da TIM Participa��es se valorizaram 10,05%, a maior alta do dia, e os da Oi subiram 6,72%. Mas a recupera��o � pequena para a Oi, que, al�m do alto endividamento, levou um baque quando a fus�o com a Portugal Telecom estremeceu diante do calote que a portuguesa levou ao emprestar 1 bilh�o de euros � RioForte.
Estrat�gico
A Telecom Italia, que det�m 67% da TIM Participa��es, divulgou uma nota ontem afirmando que “a TIM Brasil � um ativo estrat�gico” e que estranha a iniciativa da Oi, sobre a qual “n�o sabe nada”. Para o analista da Ativa Corretora Lucas Marins, a oferta surpreendeu tamb�m o mercado. “O valor da TIM � estimado em R$ 27 bilh�es. A Oi deve muito mais do que isso e ainda perdeu R$ 1 bilh�o com os t�tulos podres da RioForte. Est� claro que isso � para provocar a dilui��o da TIM, com Claro, Vivo e Oi comprando uma parte cada uma”, avaliou.
As outras duas operadoras ainda n�o se manifestaram e tampouco o PTG Bactual formalizou uma proposta. Oi. Procurados pela reportagem, o banco e a Oi preferiram n�o comentar o assunto. Contudo, se a compra se efetivar, n�o haveria motivos para a Telecom Italia disputar a GVT com a Telef�nica. “Se ela vender a TIM e deixar de operar telefonia m�vel no Brasil, para que compraria uma empresa de telefonia fixa nesse mercado? A negocia��o s� se justificaria para integrar as duas opera��es no pa�s”, afirmou o analista Lucas Marins. A opera��o, segundo especialistas, n�o passar� f�cil pelo Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade), j� que a Oi tem 18% de participa��o e a TIM mais de 25%.