Bras�lia – Ainda flertando com os desdobramentos do cen�rio pol�tico a um m�s das elei��es, o mercado financeiro conteve ontem um pouco da euforia, levando a Bolsa de Valores de S�o Paulo (Bovespa) a fechar perto da estabilidade, com queda de 0,1%. O resultado mais moderado, apesar do alto volume negociado — 61.895 pontos —, veio no dia seguinte � nova m�xima do ano, puxada pela maior possibilidade de segundo turno, conforme pesquisas de inten��o de voto.
A desvaloriza��o de a��es da Petrobras e do Banco do Brasil, com queda de mais de 3%, marcou a “corre��o” na Bolsa ap�s v�rios dias seguidos de alta. Analistas disseram que a sess�o de ontem serviu principalmente para os investidores venderem os pap�is dessas empresas e embolsarem lucros recentes. Desde o in�cio da corrida presidencial, todos os movimentos no mercado at� aqui t�m sido no sentido de deixar clara uma expectativa de interrup��o da atual pol�tica econ�mica do pa�s.
O Ibovespa, principal indicador da Bolsa, chegou a cair mais de 1% durante o dia, antes de reduzir as perdas sob influ�ncia da divulga��o do Livro Bege, um resumo da economia norte-americana nas �ltimas semanas. O crescimento “modesto a moderado” dos Estados Unidos, segundo indica o documento, mant�m os est�mulos do Federal Reserve, o banco central americano, e continua favorecendo os mercados emergentes.
O comportamento dos investidores est� dentro do esperado, na opini�o do economista-chefe da Canepa Asset, Alexandre P�voa. “Se a perspectiva de mudan�a de governo for se confirmando, o mercado tende a continuar apresentando uma melhora. Caso as pesquisas passem a indicar um eventual segundo turno mais disputado, a Bolsa pode recuar”, comentou ele, refor�ando o peso das elei��es na recente valoriza��o m�dia das a��es.
EVOLU��O No entender do economista Ren� Garcia, da Funda��o Getulio Vargas (FGV), a evolu��o do quadro pol�tico nas �ltimas semanas pode ajudar o mercado a amenizar incertezas, o que colabora para refor�ar a tend�ncia de “torcida” por mudan�as no modelo econ�mico atual. “Os emergentes continuam sendo a bola da vez. A queda de ontem foi natural. Ap�s tantas altas, era esperado que em algum momento ocorresse uma situa��o reversa”, disse.
Entre as altas do dia, destacaram-se ontem a da Gol, ap�s a Ag�ncia Nacional de Avia��o Civil (Anac) divulgar que em julho a demanda no transporte a�reo de passageiros cresceu 0,6% em rela��o ao mesmo m�s do ano passado: s�o 10 meses consecutivos de avan�o do indicador. A Ambev tamb�m registrou valoriza��o dos pap�is, com o mercado reagindo � informa��o de que o aumento da tributa��o das bebidas frias devem ficar para depois das elei��es.
C�MBIO Os bancos brasileiros tiveram, em agosto, a maior posi��o vendida no mercado � vista desde 1994, in�cio da s�rie hist�rica do Banco Central. O volume atingiu no m�s passado a marca de US$ 18,8 bilh�es. No jarg�o financeiro, estar “comprado” significa que a expectativa dos agentes � de que a cota��o do d�lar pode subir. Isso porque, ao ter a moeda em caixa, � poss�vel lucrar com uma eventual alta das cota��es. J� estar “vendido” representa previs�o de queda da cota��o da moeda. H� 13 meses consecutivos, essa � a posi��o que os bancos decidiram adotar e, recentemente, o volume ficou muito pr�ximo desse recorde por duas vezes: US$ 18,6 bilh�es em fevereiro e US$ 18,1 bilh�es em dezembro do ano passado.