A Companhia Energ�tica de Minas Gerais (Cemig) tem c�lculos diferentes das entidades que atuam na represa de Tr�s Marias e no S�o Francisco. “A previs�o � de que o reservat�rio atinja 3% no fim de outubro, quando, a partir de ent�o, se esperam o in�cio das chuvas que poder�o promover o reenchimento”, diz a estatal em nota. A empresa admite, no entanto, que a vaz�o afluente dos rios que abastecem suas represas est� no pior n�vel desde 1931.
“O rio vai parar de correr. Vamos ter s� po�as d’�gua”, afirma S�lvia sobre o trecho entre Tr�s Marias e a foz do Rio Abaet�. Ela explica que em reuni�es intersetoriais para discutir o que fazer com o rio o Operador Nacional do Sistema El�trico (ONS) afirmou que depois que atingir 3% do n�vel da represa n�o ter� mais �gua correndo para as cidades ribeirinhas localizadas a jusante da represa. Atualmente, a represa recebe 14 metros c�bicos por segundo e libera 150 metros c�bicos por segundo.
A consequ�ncia � dram�tica para as cidades que dependem da �gua para abastecimento e tamb�m para atividades econ�micas. Entre os afetados est� o projeto Ja�ba, no Norte de Minas. L�, novos plantios est�o suspensos at� o aumento do volume do rio. Em Pirapora, o navio a vapor Benjamim Guimar�es parou de navegar. S�lvia Freedman afirma que os munic�pios situados antes da barragem n�o ter�o agravamento da situa��o, j� cr�tica, porque depois que zerar o volume �til a represa ainda tem 4,5 milh�es de metros c�bicos. “Estamos monitorando constantemente com os institutos de pesquisa a previs�o de chuva, mas as indica��es n�o s�o boas”, diz ela.
Vaz�o baixa
A vaz�o afluente dos rios nas represas da Cemig est� entre as piores da s�rie hist�rica iniciada em 1931. Em junho e julho, as usinas de Camargos e Nova Ponte registraram a menor entrada de �gua nos reservat�rios em 83 anos, enquanto em Tr�s Marias e Irap� o per�odo foi o segundo pior da hist�ria. A insufici�ncia de �gua obriga a empresa a reduzir o n�vel operacional, al�m de gerar conflito entre a companhia e comunidades ribeirinhas a jusante das represas devido ao baixo n�vel de �gua liberado.
Segundo n�meros da Cemig, o n�vel de armazenamento das usinas � de 9,37% em Camargos, 6,43% em Tr�s Marias, 46,22% em Irap� e 19,44% em Nova Ponte. A empresa alega que a quantidade de �gua que chega nos reservat�rios est� entre as mais baixas desde 1931, o que logo justifica o volume reduzido que � liberado. “� fato que estamos atravessando um dos piores registros de vaz�o nas principais bacias do Sudeste”, diz nota da companhia.