
Amigos e desconhecidos partilham menus especiais enquanto jogam conversa fora. O clima impessoal sai de cena e d� lugar � intera��o. Moda nos Estados Unidos, Europa e outras grandes capitais do pa�s, os restaurantes secretos, em outros idiomas supper clubs, home bistr�s e puertas cerradas, come�am a surgir em Belo Horizonte.
A proposta � reservada e exclusiva mas nem por isso sai mais cara que as tradicionais. � que esse tipo de restaurante n�o funciona como um neg�cio propriamente dito e o objetivo final n�o � o lucro. O �nico meio de divulga��o s�o blogs, redes sociais e sites. Sempre que h� um encontro, geralmente tem�tico, o convite � publicado e os convidados precisam confimar a presen�a.
Amante da gastronomia, o publicit�rio Felipe Muller come�ou a receber os amigos em casa. Fez tanto sucesso que agora ele organiza tr�s encontros por m�s em seu pr�prio bistr�, o Piment�o Recheado, instalado h� dois anos numa charmosa casa no Bairro Ouro Preto, na Pampulha. “Come�amos com amigos e abrimos um site onde qualquer um pode fazer reservas. Todos falam que passam na porta e n�o imaginam o quanto � diferente e o quanto a comida � gostosa", disse.
Quem foi aprovou. “A sensa��o � de estar em casa”, disse a empres�ria Stela Sacchi, que participa dos encontros h� pelo menos um ano. "Sempre levo amigos que acabam retornando. Mesmo que a gente n�o conhe�a as pessoas da mesa ao lado, acaba enturmando", conta.
Muller explica que o conceito ainda � pouco explorado em BH, mas que j� existem ambientes com propostas semelhantes chegando � capital e ganhando adeptos. "O mineiro � mais travado para novas propostas, diferentemente dos paulistas e cariocas, mas nada como inserir aos poucos essa proposta. Eu estou em busca desse diferencial”, explica.
Na noite italiana, os clientes pagam pelo rod�zio de pizzas em torno de R$ 25 e podem repetir � vontade. Na "Noche Caliente" (Mexico e Caribe) os precos variam de R$ 9,90 a R$ 20. Para os jantares tem�ticos a la carte, os pre�os cobrados v�o de R$ 16 a R$ 35. Felipe tem a ajuda da m�e e do irm�o.

Bruna, que tamb�m � formada em gastronomia, conta que a inspira��o, al�m do incentivo do marido que � mestre cervejeiro, veio do chef ingl�s Jamie Oliver, adepto confesso dos supper clubs. Segundo ela, as reservas esgotam rapidamente e o card�pio � surpresa. Os clientes pagam pelo menu, em torno de R$ 70, sem bebida. Uma vez por m�s, ela tamb�m abre a casa para feijoada, R$ 32 por pessoa. “Comecei recebendo os amigos em casa e o n�mero de casais passou de quatro para 20”, conta.
Lucro
Os chamados restaurantes secretos, que em Belo Horizonte funcionam em casas gourmet , acabam servindo de vitrine e abrindo portas para outras atividades. No Piment�o Recheado, por exemplo, al�m de funcionar como bistr�, o local recebe eventos como anivers�rios reservados e "mini wedding" - pequenas cerim�nias de casamentos. “Normalmente, o lucro maior vem dessas atividades. O legal, � que com a participa��o dos clientes em qualquer uma das �reas, eles acabam conhecendo outras e participando”, diz Felipe Muller.
O Espa�o Club Gourmet tamb�m funciona como casa de eventos, no Bairro Castelo, na Pampulha. H� dois anos, a casa prepara almo�os, ch�s e jantares para no m�ximo 50 pessoas. S�o cerca de oito eventos por m�s .”O nosso foco est� nos pequenos eventos, mas sempre que sobra uma vaga na agenda, a gente abre para encontros e postamos a programa��o na internet. Faz tanto sucesso, que tivemos que dispensar clientes”, disse Bruna.