A tend�ncia de eleva��o dos custos da energia coloca em risco o futuro de ind�strias eletrointensivas no Brasil, alertam entidades ligadas aos grandes consumidores de energia. Nos discursos dos presidentes da Associa��o Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa, e da Associa��o Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), Carlos Faria, fica evidente a preocupa��o das ind�strias e grandes consumidores da �rea comercial e de servi�os sobre o futuro das tarifas de energia.
"Contratos no passado de R$ 100/MWh a R$ 110/MWh hoje se transformaram em contratos com pre�os superiores a R$ 450/MWh. Nossos associados est�o reduzindo a produ��o e fechando linhas. Estamos dando um tiro no p�", alerta Faria. "O governo diz que haver� sobra de energia. E de fato pode sobrar, porque enfrentaremos desemprego e recess�o", complementou o executivo da Anace.
De acordo com Pedrosa, h� uma grande preocupa��o principalmente em rela��o ao segundo semestre de 2015, quando se encerram contratos de grandes consumidores instalados na regi�o Nordeste. "Falamos de 800 MW m�dios que se encerram em julho", alertou o executivo da Abrace. Essas empresas contratam energia junto � Chesf, em um contrato particular que n�o se configura nem como fornecimento a partir das distribuidoras, tampouco em um acordo direto com as geradoras. Esse modelo espec�fico permite �s ind�strias ter acesso � energia fornecida pela Chesf a custo mais competitivo.
Faria lembra que, antes da MP 579, a medida provis�ria da renova��o das concess�es publicada em setembro de 2012, a Chesf era uma empresa exportadora de energia, condi��o que foi revertida desde ent�o. Com a MP 579, a Chesf devolveu parte das usinas que operava, reduzindo assim a oferta interna de energia. Em 2015, o contrato entre a estatal e diversas empresas instaladas no Nordeste do Pa�s se encerra, e com isso tais empresas seriam obrigadas a recorrer ao mercado livre para comprar energia.
Contratos inferiores a R$ 100/MWh poderiam ser substitu�dos, dessa forma, por acordos de mais de R$ 400/MWh. "Empresas podem parar. Falamos, por exemplo, de uma ind�stria de cloro-soda e cadeias atendidas por ela", pontuou Pedrosa.