O diretor de Pol�tica Econ�mica do Banco Central, Carlos Hamilton Ara�jo, afirmou nesta segunda-feira, que o quadro de redu��o do desemprego, com taxas de desocupa��o no piso hist�rico, n�o deve perdurar nos pr�ximos trimestres. A fala ocorreu ao final da apresenta��o feito por causa do Relat�rio Trimestral de Infla��o (RTI). Hamilton explicou que o BC n�o faz previs�es para taxa de desemprego, mas disse que "em linha com o ciclo econ�mico, o mercado de trabalho deve passar por uma corre��o nos pr�ximos trimestres".
Repasse de c�mbio
Hamilton defendeu que o cen�rio desenhado pela institui��o n�o est� defasado em fun��o do c�mbio hoje e o da data de corte do documento, em 5 de setembro. Ele admitiu que o repasse do movimento do d�lar para a infla��o existe e disse que, se no Relat�rio Trimestral de Infla��o (RTI) de dezembro a divisa norte-americana estiver ainda acima de R$ 2,40, as proje��es ser�o revisadas.
"N�s entendemos que o repasse do c�mbio para a infla��o hoje � bem menor do que era h� 15 anos", disse Hamilton. "Al�m desse aspecto, a evid�ncia do repasse depende do tamanho da varia��o da taxa de cambio, de como esse repasse � percebido pelos agentes e da posi��o da economia no ciclo econ�mico", observou.
Pol�tica fiscal
Hamilton admitiu pela primeira vez que a pol�tica fiscal ser� expansionista em 2014. Ele afirmou que a hip�tese de neutralidade, do ponto de vista da infla��o, n�o deve se confirmar, sinaliza��o que j� havia sido dada na ata da �ltima reuni�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom).
Ele ainda afirmou que a din�mica da pol�tica fiscal levou a condi��es financeiras mais apertadas e a uma perda de confian�a dos agentes de mercados. Para 2015 e 2016, no entanto, ele avalia que as evid�ncias apontam para uma pol�tica fiscal mais neutra. "A pol�tica fiscal, no pr�ximo ano, � mais importante do ponto de vista de fortalecer a confian�a dos agentes do que para conter os desequil�brios de demandas e oferta", ponderou.
Hamilton afirmou que a popula��o sente mais a alta dos pre�os do que uma poss�vel pol�tica expansionista do lado fiscal pelo governo. "Acho que o que d�i mais � infla��o alta", afirmou. "� importante que a gente trabalhe para trazer a infla��o para a meta e ponto", continuou. O diretor afirmou que a institui��o seguir� atenta para a evolu��o do cen�rio para a infla��o e que agir� "tempestivamente" se o cen�rio assim exigir.
Questionado se o BC n�o v� mais a meta de super�vit prim�rio (1,9% do PIB) sendo atingida, disse que isso deveria ser perguntado para as autoridades fiscais e que o BC foca apenas no super�vit estrutural.