O ministro das Comunica��es, Paulo Bernardo, afirmou nesta ter�a-feira, que o leil�o 4G da faixa de 700 MHz foi um sucesso. "Estamos em momento de turbul�ncia e apareceram quatro empresas no leil�o", afirmou, citando a queda da bolsa nos �ltimos dois dias. "Acho que o leil�o num momento como esse foi um sucesso, ao contr�rio do que vimos na m�dia. Isso demonstra a confian�a dos investidores no Brasil."
Segundo ele, o governo j� sabia que a arrecada��o do leil�o seria menor do que a esperada, desde que a Oi anunciou que n�o participaria da disputa. "J� era esperada a possibilidade de n�o vender todos os lotes, com a aus�ncia da Oi", afirmou. "A �rea econ�mica estava bem informada sobre o que iria acontecer hoje."
O ministro defendeu v�rios aspectos do leil�o. Segundo ele, a faixa de 700 MHz vai movimentar um volume de R$ 10 bilh�es em investimentos. Al�m da outorga de R$ 5,8 bilh�es, o ministro incluiu o valor que as empresas ter�o que desembolsar para limpar a faixa, de R$ 3,6 bilh�es. Outros R$ 423 milh�es em obriga��es da faixa de 2,5 GHz podem ser cumpridas na de 700 MHz. Mas o ministro n�o incluiu o desconto de R$ 890 milh�es que as empresas t�m direito pelo fato de que dois lotes n�o terem sido vendidos.
Na avalia��o dele, nos pr�ximos 4 anos, o 4G ser� o servi�o dominante no pa�s. "Com o leil�o de hoje, consolidamos a possibilidade de massificar o 4G no Brasil", afirmou. "Estou convencido de que o servi�o ser� grande motor para universalizar internet no Brasil", acrescentou, ressaltando que a faixa leiloada nesta ter�a vai proporcionar um servi�o mais barato, com bons pre�os e alta qualidade. "Vamos consolidar a digitaliza��o da televis�o."
Bernardo disse ter "certeza" de que todas as empresas v�o optar por cumprir obriga��es do leil�o da faixa de 2,5 GHz na de 700 MHz. "Isso est� na cara", afirmou, ressaltando que, com isso, as despesas das operadoras ser�o menores.
O ministro disse que o governo ficou muito satisfeito com o leil�o. "O leil�o n�o era simples de negociar. A Ag�ncia Nacional de Telecomunica��es (Anatel) soube negociar e o Minist�rio das Comunica��es participou disso", afirmou. "Se dependesse da radiodifus�o, n�o teria leil�o. Criamos condi��es para n�o ter conflito", disse. Se dependesse das teles, avalia o ministro, o "leil�o seria adiado para 2029".
Bernardo disse ainda que o lote que n�o recebeu nenhuma proposta no leil�o permanece nas m�os do governo e pode ser leiloado em outra ocasi�o. "Daqui a um ano ou um ano e meio teremos faixa limpa e dispon�vel, vamos ficar com um lote de porte nacional que n�o foi vendido, e a faixa � da Uni�o."
Aspectos negativos
Bernardo admitiu que o leil�o tamb�m teve aspectos negativos. "Do ponto de vista do Tesouro, � negativo que arrecada��o tenha sido menor", afirmou. "Do ponto de vista do Minist�rio das Comunica��es, n�o vamos desenvolver o setor como quer�amos", disse, em refer�ncia � aus�ncia da Oi na disputa.
O ministro criticou as discuss�es a respeito de uma concentra��o no setor de telecomunica��es. "Esse neg�cio de consolida��o no setor � frenesi, um faniquito que deu no mercado", afirmou. "Acho que isso tem um enfoque muito mais financeiro", acrescentou, ressaltando que tr�s grandes empresas nacionais, no lugar de quatro, significa aumento de margens, lucro e dividendos para os acionistas.
Bernardo ressaltou, por�m que a compra da GVT pela Telef�nica � outra demonstra��o da confian�a das empresas no pa�s. "Colocar R$ 20 bilh�es com certeza � apostar que vai ter um desenvolvimento condizente com o investimento." O ministro se reuniu com executivos de todas as empresas nesta ter�a, mas disse n�o saber se elas v�o pagar as outorgas � vista ou de forma parcelada. "N�o perguntei", afirmou.