O Fundo Monet�rio Internacional (FMI) rebaixou novamente a previs�o de crescimento do Brasil para este ano e o pr�ximo. O Pa�s deve ter uma das menores taxas de crescimento em 2014 entre os principais pa�ses emergentes, avan�ando 0,3% em 2014, de acordo com proje��es divulgadas nesta ter�a-feira no relat�rio "Perspectiva Econ�mica Global".
O Brasil foi o pa�s que teve maior corte nas estimativas entre as principais economias mundiais. Em julho, quando divulgou um relat�rio com atualiza��o de proje��es, o FMI previa que o pa�s fosse avan�ar 1,3% em 2014. Entre os principais pa�ses, o Brasil s� deve crescer mais que a R�ssia neste ano, com expans�o prevista de 0,2%, a Venezuela, que deve encolher 3%, e a Argentina, com previs�o de retra��o de 1,7%.
As previs�es do Brasil para 2015 tamb�m foram reduzidas. O FMI projeta expans�o de 1,4%, abaixo dos 2% que estimava em julho. Desde 2012, os economistas do FMI v�m reduzindo a cada novo relat�rio as proje��es de expans�o do Produto Interno Bruto (PIB) do Pa�s. O Brasil tem mostrado n�meros sempre piores que o esperado, destaca o documento divulgado nesta ter�a-feira, 07.
O Brasil vai crescer este ano menos do que a m�dia dos pa�ses da Am�rica Latina (proje��o de expans�o de 1,3%), que os mercados emergentes (4,4%) e a economia mundial (3,3%), mostra o relat�rio do FMI. "Perspectivas incertas e baixo investimento est�o pesando na expans�o do Brasil", afirma o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, em uma entrevista � imprensa nesta ter�a-feira. Apesar do corte nas estimativas, o FMI ainda est� um pouco mais otimista para o Brasil que a m�dia do mercado financeiro brasileiro, de acordo com o boletim Focus do Banco Central. As previs�es foram novamente cortadas esta semana e apontam para alta de 0,24% este ano e 1% em 2015.
Na avalia��o do FMI, o fraco crescimento do Brasil � explicado por um conjunto de raz�es. Infraestrutura deficiente, juros elevados, fraca competitividade e baixa confian�a dos agentes. Tudo isso tem contribu�do para um fraco ritmo de investimento privado. Pelo lado das fam�lias, o cr�dito crescendo menos e um certo esfriamento no mercado de emprego ajudam a contribuir para um baixo n�vel de consumo.
Para 2015, o FMI espera apenas uma recupera��o moderada no Brasil, na medida em que a incerteza pol�tica gerada este ano pelas elei��es presidenciais v�o se dissipando. A infla��o deve ficar no topo da meta, reflexo da press�o persistente de pre�os, em meio a uma infraestrutura deficiente e press�o dos pre�os administrados. A baixa confian�a de empres�rios e consumidores, aliada � perda de competitividade, devem manter o crescimento brasileiro abaixo do potencial este ano e no pr�ximo, destaca o FMI.
Desemprego
O FMI projeta uma piora da taxa de desemprego do Brasil, que deve terminar este ano em 5,5%, mas subir para 6,1% em 2015. A infla��o deve ficar em 6,3% e 5,9%, respectivamente. J� o d�ficit da conta-corrente em rela��o ao PIB deve passar de 3,5% este ano para 3,6% no pr�ximo.
Em meio ao crescimento decepcionante do Brasil e outros pa�ses da Am�rica Latina, ainda persistem riscos de as taxas de expans�o do PIB ficarem ainda piores do que o estimado. Um deles � uma r�pida eleva��o dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), o que pode gerar estresse no mercado financeiro semelhante ao visto em meados de 2013. Um desaquecimento maior da China pode esfriar ainda mais a atividade em pa�ses exportadores para o pa�s asi�tico. Por fim, uma alta dos pre�os do petr�leo por conta da piora dos conflitos no Oriente M�dio tamb�m pode ter efeito negativo na regi�o.