O ministro da Fazenda, Guido Mantega, classificou de pessimista a proje��o de 0,3% de avan�o da economia brasileira em 2014 feita pelo Fundo Monet�rio Internacional (FMI) e argumentou que h� indicadores de que o crescimento ser� maior no segundo semestre. "A previs�o para o Brasil de 0,3% parece um pouco pessimista. � verdade que tivemos um primeiro semestre de crescimento mais fraco, por�m no segundo semestre estamos observando recupera��o da economia brasileira. Temos v�rios indicadores que mostram que a partir de julho tivemos acelera��o moderada do crescimento", afirmou. Mantega citou dados de produ��o industrial, IBC-Br, o monitor do PIB mensal da FGV, produ��o de bens de capital, produ��o de petr�leo e g�s, vendas da produ��o da ind�stria automobil�stica. "Tudo indica que terceiro trimestre ter� um bom crescimento", afirmou.
"Temos v�rios indicadores de que est� havendo retorno do cr�dito a partir da flexibiliza��o do Banco Central de diminuir compuls�rio. O consignado tamb�m est� aumentando e o cr�dito est� retornando muito gradualmente � economia brasileira, o que dever� levar a um aquecimento moderado da economia at� o fim do ano", defendeu.
Mantega lembrou que a proje��o de 0,3% poder� ser revista em novembro, na reuni�o do G20, na Austr�lia. "Eles far�o nova previs�o e podem alterar. Vivemos num mundo vol�til, inst�vel, com surpresas. Ent�o previs�es t�m que ser revistas com certa velocidade", disse.
O ministro voltou a dizer que no primeiro semestre a economia teve problemas internos e externos e apontou que a economia mundial cresceu menos que o esperado e a economia brasileira tamb�m. Ele citou a dificuldade de exporta��o num cen�rio de baixo crescimento mundial. Mantega mencionou, ainda, que os pa�ses da Am�rica Latina est�o todos apresentando desacelera��o do crescimento.
Mantega repetiu a avalia��o de que a seca tamb�m atrapalhou nos primeiros meses do ano e gerou press�o inflacion�ria. "O Banco Central fez pol�tica monet�ria bastante rigorosa, reduzindo a disponibilidade de cr�dito. Uma parte do n�o crescimento neste ano � falta de credito a partir da pol�tica monet�ria, que pra combater a infla��o fez pol�tica mais contracionista", disse. Mantega acrescentou que, � medida que a infla��o fica mais fraca, as a��es podem mudar.
O ministro afirmou que, apesar de o crescimento estar menor, os par�metros est�o saud�veis. "O n�vel de emprego continua muito alto no Brasil. Continuamos reduzindo o desemprego, ou mantendo o desemprego em patamar historicamente muito baixo. Se o desemprego est� baixo, significa que o mercado consumidor est� intacto. O que falta � cr�dito", apontou. Mantega disse que esse cen�rio � um privil�gio do Brasil e que, mesmo nos Estados Unidos, o mercado de consumo n�o se recuperou satisfatoriamente.
Fed
Mantega avaliou tamb�m que a volatilidade no Brasil � diferente do resto do mundo por conta do processo eleitoral. "Temos uma especificidade", disse. Ele lembrou, no entanto, que o Federal Reserve (Fed) j� come�ou a preparar o mundo para eleva��o da taxa de juros, que vir� no ano que vem, e que j� causa volatilidade ao redor do globo. Ele defendeu os fundamentos da economia brasileira ao destacar que a d�vida externa para administrar � pequena e h� um programa de investimento importante em curso.
Mantega lembrou que faz parte da agenda do FMI e do G-20 organizar um fundo de investimento e discutir como elevar o PIB do mundo. Segundo Mantega, j� na reuni�o de primavera do Fundo, em abril, o tema crescimento econ�mico j� foi debatido e vem sendo desenvolvido ao longo desse ano. "Cada pa�s diz como vai contribuir para o crescimento do PIB mundial. Isso � uma agenda do FMI porque falta crescimento na economia mundial. Eu espero que os meus colegas dos pa�ses desenvolvidos tomem medidas mais eficientes para aumentar o crescimento", afirmou. Mantega disse que o Jap�o parou de crescer e que a Alemanha est� com dificuldades.
O ministro ainda destacou que a produ��o industrial brasileira tem trajet�ria muito semelhante com a da Alemanha. "As duas curvas s�o id�nticas. A nossa produ��o industrial esse ano est� mais fraca, at� negativa, e na Alemanha est� a mesma coisa", disse.
Mantega disse que muita gente quer atribuir problemas aqui, no Brasil, que s�o problemas mundiais. "Todo mundo sabe que a Alemanha � um pa�s competitivo", disse. "N�o � um problema do Brasil no que diz respeito � exporta��o dos manufaturados", completou.
Ele lembrou que, na segunda-feira da semana passada, na Fiesp, esteve reunido com mais de 100 empres�rios, vendo medidas para aumentar a competitividade, mesmo que o mercado n�o esteja se recuperando.