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Estado de Minas

Estrangeiros na d�vida podem aumentar vulnerabilidade


postado em 12/10/2014 08:07 / atualizado em 12/10/2014 10:21

S�o Paulo, 12 - A participa��o dos investidores estrangeiros na d�vida p�blica interna brasileira vem crescendo consistentemente nos �ltimos anos, renovando recordes consecutivos. Apesar de ser visto como um sinal de confian�a nos t�tulos soberanos, como os integrantes do governo gostam de ressaltar, isso pode se tornar uma importante vulnerabilidade quando come�ar a normaliza��o da pol�tica monet�ria nos EUA. Se o Pa�s tiver seu rating rebaixado e houver um fuga de capitais - o que n�o est� no cen�rio base dos analistas por enquanto - esse fator pode aprofundar uma situa��o de crise.

Segundo dados do Tesouro Nacional, a participa��o de investidores estrangeiros no total da d�vida p�blica mobili�ria interna (DPMFi) era de 13,34% em agosto de 2012, subiu para 16,23% em agosto de 2013 e atingiu o recorde de 18,80% em agosto deste ano, que � o dado mais recente. Em n�meros absolutos, essa participa��o soma R$ 390,16 bilh�es.

"A participa��o de estrangeiros na d�vida brasileira est� em um n�vel recorde, porque eles est�o atr�s de taxas de juros altas", afirma o ex-diretor do BC Carlos Thadeu de Freitas. Segundo ele, sob certo ponto de vista isso � bom, porque entra recurso no Pa�s, que precisa financiar o crescente d�ficit em conta corrente. Por outro lado, torna-se um risco se o juro subir nos EUA e houver uma press�o muito forte sobre o d�lar. "Esse fluxo � de curt�ssimo prazo e pode gerar uma volatilidade futura n�o esperada", explica.

Freitas lembra que em 2005, quando o Fed elevou os juros de 2,25% para 4,25%, o Tesouro brasileiro foi obrigado a prover liquidez extraordin�ria para os investidores estrangeiros que tentavam deixar o Pa�s, realizando leil�es de compra de t�tulos. E, naquela �poca, a participa��o dos "gringos" era bem menor, de 4,5%, ou cerca de aproximadamente US$ 36 bilh�es.

Atualmente, as d�vidas sobre a retomada da alta dos juros norte-americanos permanecem elevadas. Mas a percep��o � de que com o t�rmino do programa de compras de b�nus do Federal Reserve este m�s, a liquidez global j� deve come�ar a minguar. Quando o BC norte-americano iniciar seu novo ciclo de aperto - o que, segundo os membros do comit� de pol�tica monet�ria deve acontecer por volta de meados do pr�ximo ano - isso deve criar um efeito de atra��o dos fluxos globais para l�.

O diretor de pesquisas para a Am�rica Latina da Nomura Securities, Tony Volpon, concorda que a normaliza��o da pol�tica monet�ria nos EUA � um risco, mas pondera que esse processo deve ser gradual e bem comunicado ao mercado. "N�o vai ser a mesma din�mica que a gente viu nos anos 1990, quando o aperto foi repentino", opina.

Mesmo assim, Volpon vislumbra impactos que podem complicar a vida dos emergentes. Segundo o diretor da Nomura, em per�odos de liquidez excessiva os investidores globais tendem a ser pouco cr�ticos em rela��o aos fundamentos dos pa�ses em que colocam seus recursos. Quando o dinheiro come�a a escassear, no entanto, esses investidores se tornam menos lenientes.

No caso do Brasil, ele estima que poder� haver um aumento no custo da d�vida. "Ano que vem o mercado ser� mais cr�tico. O pre�o ser� cobrado pelo aumento do custo da d�vida, mas isso n�o significa que haver� um parada s�bita de financiamento para o Brasil", garante. Ele estima que se o Brasil realmente tiver seu rating rebaixado, um t�tulo que paga retorno de 11% pode passar para 13%, "o que n�o � irrelevante em termos da capacidade de o Pa�s se financiar". Mesmo assim, o Pa�s continua sendo um destino atrativo, j� que no mundo atual � bastante dif�cil encontra um juro nominal t�o alto.

O esperado processo de valoriza��o do d�lar no pr�ximo ano tamb�m deve afetar o apetite dos estrangeiros pelos t�tulos denominados em real, j� que isso altera o carry trade. Volpon explica que o investidor est� sempre refazendo seus c�lculos e j� sabe qual � a taxa de c�mbio a partir da qual ele come�a a perder dinheiro, que � muito maior do que a taxa nominal. "O investidor sempre olha para o c�mbio e o carry".

Mesmo com o temor de que o aumento recente da participa��o de estrangeiros na d�vida possa causar tumulto no caso de um cen�rio econ�mico ainda mais deteriorado, o fato � que a fatia dos estrangeiros na d�vida brasileira ainda � considerada baixa comparada com a m�dia de pa�ses emergentes, segundo ressaltam os analistas. R�ssia e Tail�ndia, por exemplo, tem um n�vel semelhante, mas em pa�ses como M�xico e Mal�sia o porcentual chega a quase 45%.


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