O professor de MBA em gest�o empresarial da Funda��o Getulio Vargas Luiz Carlos Becker J�nior destaca que o empres�rio tem de estar atento �s novas tend�ncias que surgem, especialmente com rela��o ao comportamento da sociedade, para se dar bem no neg�cio. “A chegada do ver�o � uma boa oportunidade para ele identificar essas tend�ncias e investir com seguran�a. Os cuidados com a sa�de e a est�tica s�o maiores nessa �poca, o que torna as academias de gin�stica e as atividades aqu�ticas �timas op��es para ganhar mais”, diz ele.
Apesar de elevado n�mero de academias espalhadas pela cidade, ele considera o segmento um bom neg�cio, mas aconselha ao empres�rio ficar sempre atento ao comportamento das pessoas no entorno do seu empreendimento. “O investidor nessa �rea tem de buscar meios de se diferenciar, porque n�o est� diante de um neg�cio in�dito. Ele n�o pode ser apenas mais um, e para ser diferente tem de entender o que seu p�blico busca. � o comportamento de seus prov�veis clientes que vai definir o hor�rio de funcionamento do local, que tipos de servi�os vai oferecer, se vale a pena criar pacotes familiares, inventar promo��es etc. Pesquisar e se informar devidamente faz parte de um pensamento estrat�gico essencial para ter sucesso empresarial”, afirma Becker J�nior.
CORRIDA CONTRA O TEMPO Quando chega o ver�o, em meados de dezembro, o movimento nas academias Alta Energia chega a aumentar em mais de 30%, segundo a diretora administrativa da rede, K�tia Bahia, salientando que a procura nessa �poca � basicamente por est�tica, ou seja, gordurinhas a menos e m�sculos a mais. “� uma corrida contra o tempo para aproveitar a praia, o clube, a viagem de f�rias, pois o corpo fica mais � mostra. H� uma grande parcela de alunos que busca aliar a malha��o com trabalhos na �gua, como nata��o e hidrogin�stica.”
Exemplo disso � a dona de casa Suzana Costa de Oliveira, que faz hidro, alongamento, gin�stica localizada e muscula��o na Alta Energia h� pouco mais de dois anos e se torna ainda mais ass�dua nessa �poca do ano. Suzana conta que, depois de muito tempo sem praticar exerc�cios, come�ou a caminhar, quando foi convidada por uma amiga, em pleno ver�o ,a fazer hidrogin�stica. “Comecei e nunca mais parei. Perdi cinco quilos somente com exerc�cios e acabei aumentando minhas atividades na academia. Hoje, chego �s 8h e saio ao meio-dia. A hidro � feita por �ltimo, como um momento refrescante e relaxante, ainda mais agora, nesses dias muito quentes”, diz.
“As mulheres est�o mais preocupadas em ‘secar’ e definir o corpo rapidamente. J� o p�blico masculino � mais fiel � atividade f�sica ao longo do ano, embora haja muitos homens correndo atr�s do preju�zo”, brinca K�tia Bahia, ressaltando que, devido � alta demanda do per�odo, muitas academias oferecem programas especiais para quem quer entrar em forma, como o programa Corp�o J�, com dura��o de tr�s meses, criado para apresentar resultados r�pidos. A chegada da esta��o consegue motivar at� quem est� parado h� tempos. “Por causa da gravidez, tive que interromper meus treinos. Fiquei quase tr�s anos parada e, claro, perdi a boa forma. Mas agora, principalmente com a chegada do ver�o, senti necessidade de mudar. Quero poder curtir uma praia sem medo”, revela a empres�ria Fl�via Pinheiro, que entrou no projeto Corp�o J�.
Bra�adas para o sucesso
Os exerc�cios aqu�ticos, como a nata��o e a hidrogin�stica, que comprovadamente melhoram a recupera��o das fun��es corporais e possibilitam melhor manuten��o do corpo, s�o atividades que crescem acentuadamente na primavera e no ver�o. Al�m da refresc�ncia, as atividades na �gua s�o atrativas por apresentarem baixo impacto sobre as articula��es, diferentemente da muscula��o, que pode levar a les�es nas articula��es, principalmente quando feita sem o acompanhamento de um profissional. As atividades na �gua como um todo promovem a movimenta��o de grandes grupamentos musculares, incentivando gasto cal�rico.
Outro exemplo � a escola Corpo e �gua, no Bairro Prado, com aulas para quem j� sabe nadar e para quem est� aprendendo, com atendimento coletivo e individual. Karla Magalh�es Campos de Lemos, propriet�ria, explica que trata-se de uma escola pequena, por�m estruturada para atender as necessidades de quem busca sa�de utilizando a �gua. “A nata��o � nosso carro-chefe, mas oferecemos tamb�m hidrogin�stica, spinning aqu�tico e hidroterapia. Temos tamb�m espa�o para muscula��o e atividades aer�bicas fora da �gua”, informa ela, completando que no ver�o o aumento de inscri��es � muito grande, embora nos meses de dezembro e janeiro haja uma queda em virtude das viagens. S�o v�rios os pacotes de pre�os, que partem de R$ 145 para duas aulas semanais de nata��o.
ENTRE O L�DICO E A REABILITA��O Uyara Jardim, professora de nata��o da Academia BH Fight, destaca que em �poca de calor a atividade se torna ainda mais essencial � medida em que gera a sensa��o de refresc�ncia e relaxamento ao praticante. No caso das crian�as, � ainda mais interessante. “A nata��o � o esporte que pode fazer parte da vida da crian�a logo nos primeiros meses. � praticada de forma l�dica e recreativa, sem compromisso com t�cnicas, mas como uma adapta��o ao meio l�quido. Esse esporte contribui para o desenvolvimento do ser humano integral, nos aspectos cognitivo, emocional e social”, frisa. A piscina pode ser usada tamb�m para tratamentos, como ocorre na Din�mica, cl�nica de reabilita��o em ortopedia, geriatria, neurologia adulta e pediatria. Segundo a fisioterapeuta Camila Terra, todo o tratamento � feito dentro da �gua, de onde se obt�m propriedades terap�uticas, como um maior relaxamento muscular, diminui��o da dor e melhora do sistema circulat�rio. A �rea externa do espa�o � adaptada para receber pessoas com dificuldade de locomo��o.
CUIDADOS A CONSIDERAR Na vis�o da analista t�cnica de marketing do Sebrae-MG Luciana Lessa, o empreendedor que pretende abrir uma academia (de gin�stica, de nata��o ou de ambas) ou ampliar a que j� tem precisa criar um plano de neg�cios antes, pois � ele que vai indicar a viabilidade econ�mica, financeira e de mercado. “Jamais se deve agir por impulso, mas sim p�r a ideia no papel, analisar criteriosamente tudo para ver se o projeto � vi�vel”, diz ela, lembrando que � preciso ainda um plano de marketing, pois � necess�rio que se tenha o m�ximo de informa��o dispon�vel sobre o segmento e a atividade.
“� essencial saber qual o p�blico que vai atender, escolher a melhor localiza��o, quais faixas et�rias se pretende atingir. Atualmente, � muito importante pensar em quest�es de seguran�a, uma vez que mulheres, idosos e crian�as integram o p�blico desses estabelecimentos”, afirma Luciana. “Depois de implantado o neg�cio, � necess�rio que o plano de marketing seja revisto, de acordo com a demanda, pois podem surgir outras oportunidades de neg�cio.”