Os servi�os do Banco do Brasil se transformaram em solu��o barata para auxiliar o governo de Dilma Rousseff a socorrer alguns programas considerados vitrines da gest�o petista. No papel de banco p�blico, o banco sempre atuou como bra�o do governo na opera��o da pol�tica econ�mica. Sob a gest�o do presidente Aldemir Bendine, seguiu � risca a cartilha do cr�dito farto e da redu��o de juros para for�ar os concorrentes privados a fazer o mesmo.
O leque de atribui��es do maior banco do Pa�s ficou ainda mais amplo na gest�o Dilma. O banco virou administrador de programas em �reas fora do cr�dito e dos servi�os banc�rios. A institui��o passou a desenvolver solu��es tecnol�gicas para garantir algumas bandeiras da presidente, como a defesa dos direitos dos consumidores e a previd�ncia privada do funcionalismo p�blico.
Cria��o de site
O Banco do Brasil foi respons�vel por desenvolver a plataforma pela qual clientes e empresas tentam resolver conflitos de consumo. Pelo conv�nio com a Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor (Senacon) do Minist�rio da Justi�a, o BB n�o cobrou nada para criar o site, uma esp�cie de "Reclame Aqui". A plataforma tecnol�gica de informa��o, intera��o e compartilhamento de dados � monitorada pelos Procons e pela Senacon.
O jornal O Estado de S. Paulo apurou que dez funcion�rios do BB trabalharam na plataforma por quatro meses, embora essa n�o fosse sua �nica atividade no per�odo. Todos os principais concorrentes do BB, tanto p�blicos como privados, passaram a usar o site.
A participa��o das empresas no consumidor.gov.br, lan�ado no fim de junho, � volunt�ria. Mas elas devem se comprometer a investir “todos os esfor�os dispon�veis" para solucionar os problemas dos consumidores.
Fundo
A Funda��o de Previd�ncia Complementar do Servidor P�blico Federal (Funpresp) n�o precisou criar uma empresa para processamento dos dados de seus participantes. O fundo usa a estrutura tecnol�gica e os funcion�rios da BB Previd�ncia, empresa concorrente da Funpresp. Por esse servi�o, o Banco do Brasil recebeu R$ 650 mil at� setembro deste ano, al�m de uma comiss�o pelo uso da infraestrutura. A Funpresp deve virar uma gigantesca estatal. Hoje, por�m, tem patrim�nio de R$ 93,5 milh�es, volume bem inferior aos R$ 2,4 bilh�es da BB Previd�ncia.
O Banco do Brasil tamb�m passou a ser respons�vel pela gest�o financeira e acompanhamento dos programas de constru��o e reforma de 270 aeroportos regionais, de 90 grandes armaz�ns para a guarda de produtos agr�colas e 26 casas de apoio a mulheres v�timas de viol�ncia.
Somando esses tr�s contratos, o banco receber� R$ 276,6 milh�es como remunera��o. As tarifas s�o calculadas com base no valor integral dos custos, acrescido de margem de ganho de 6,4%, informa o BB. Como parte de sua atribui��o, virou gestor dos recursos bilion�rios das obras e respons�vel por realizar as licita��es.
'Diversifica��o'
Em defesa da amplia��o de suas atividades, o banco argumenta que tem oportunidade de conhecer outras �reas, como infraestrutura, al�m de conquistar novos clientes. "A diversifica��o das atividades banc�rias est� na ordem do dia, para qualquer grande banco, em qualquer pa�s. A amplia��o do escopo possibilita o aproveitamento de novas oportunidades negociais e a consequente gera��o de novas receitas", informou o BB, via assessoria de imprensa.
No caso do site da Senacon, o banco alega que a solu��o ajudou a promover concilia��o com os clientes para evitar conflitos na Justi�a - por ter uma rede maior, BB acredita estar mais exposto �s a��es dos Procons. Sobre o uso do sistema da BB Previd�ncia pela concorrente Funpresp, o banco diz que, ainda que "n�o sejam relevantes", os valores recebidos s�o compat�veis com o porte e o perfil do fundo. No futuro, afirma, quando a Funpresp for uma das gigantes do setor, haver� dilui��o dos custos para o Banco do Brasil.