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Estado de Minas

Carnes e cervejas pressionam pre�os no pa�s e em BH

Pr�via da infla��o avan�a 0,48% no Brasil em outubro e acumula alta de 6,62% em 12 meses


postado em 22/10/2014 06:00 / atualizado em 22/10/2014 07:36

Valtemir Bento tenta segurar os repasses dos cortes bovinos: alta de 20%(foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
Valtemir Bento tenta segurar os repasses dos cortes bovinos: alta de 20% (foto: Euler Junior/EM/D.A Press)
Quem planeja um churrasco no pr�ximo fim de semana pagar� mais caro tanto na carne quanto na cerveja. � o que mostra o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15), considerado uma pr�via da infla��o oficial do pa�s. O indicador avan�ou 0,48% em outubro no Brasil, superando a alta de setembro (0,39%) e elevando o resultado no acumulado dos �ltimos 12 meses para 6,62%. Com isso, o IPCA-15 ficou bem acima do centro da meta do IPCA (4,5%) e superou o teto do previsto para o governo federal no ano (6,5%). Na Grande Belo Horizonte, o �ndice oscilou 0,34% em outubro, ante 0,30% em setembro, totalizando crescimento de 6,43% nos �ltimos 12 meses.


O grande vil�o da infla��o pr�via tanto em n�vel regional quanto no nacional foi o item alimentos e bebidas. Na capital e cidades vizinhas, a cerveja ficou 4,24% mais cara nas prateleiras dos supermercados. J� o pre�o da carne subiu 2,34%. Vale lembrar que o alimento tem um peso (2,43%) maior do que o da loira gelada (0,36%) na composi��o do indicador. “Na Grande BH, as carnes pressionaram a infla��o, com alta de de 11,48% em 2014 e de 14,82% em 12 meses”, informou o analista Antonio Braz, do IBGE em Minas.

O aumento no pre�o do alimento se deve � forte estiagem que castiga o pa�s. “Como a maior parte do rebanho bovino em Minas � criado no pasto e n�o no sistema de confinamento, a seca impactou o desenvolvimento do capim. Dessa forma, o pecuarista tem maior gasto para tratar do animal no cocho. Consequentemente, dificulta o montante de animais com o peso ideal destinados aos frigor�ficos. J� h� oferta restrita para o abate”, conta Aline Veloso, coordenadora da assessoria t�cnica da Federa��o da Agricultura e Pecu�ria do Estado de Minas Gerais (Faemg).

A queda na oferta de bois nos frigor�ficos prejudica a�ougues e pesa no bolso dos clientes. Valtemir Dorival Bento, dono do Frigotutti, na Avenida Silviano Brand�o, que o diga: “Fiz um pedido de 10 animais ao frigor�fico, mas a empresa s� tinha sete. Para piorar, o pre�o subiu cerca de 20%, nos �ltimos quatro meses. Estamos segurando o repasse ao consumidor o quanto podemos, mas est� dif�cil. Isso se deve � seca”.

Diante da alta no pre�o da carne de boi, muitos consumidores substitu�ram alguns cortes – ou pelo menos parte da quantidade que costumava levar para casa – pelo frango, o que ajuda a explicar parte da alta do valor das aves (3,53%). Rosalva Fernandes Macedo, por exemplo, trocou parte dos quilos de alcatra que levava para fam�lia por frango, pescado e su�no. “O quilo da alcatra est� quase R$ 20. Vou levar dessa vez o pernil su�no (traseiro), que sai a R$ 10,98.”

Vale lembrar que o frango foi um dos s�mbolos do real. A moeda nacional come�ou a circular em 1º de julho de 1994, quando o governo propagandeou que todo brasileiro poderia comer carne em raz�o de o quilo do alimento valer, naquela �poca, R$ 1. O real imp�s o fim da infla��o galopante (o indicador ultrapassava a casa dos tr�s d�gitos no in�cio daquela d�cada), mas o aumento dos pre�os ao longo dos �ltimos meses � um entrave ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

Economistas avaliam que a press�o dos alimentos no varejo pode aumentar ao longo deste m�s. “A tend�ncia � que o valor dos alimentos no varejo mantenham trajet�ria de acelera��o em outubro. Vale observar que o movimento relevante de descompress�o dos pre�os agropecu�rios no atacado (captado pelo IPA Agropecu�rio DI de setembro, com defla��o de 0,40%) deve ser revertido ao longo de outubro, tendo em vista a expectativa de acelera��o dos pre�os da soja, do milho, do trigo, das aves e das carnes”, disse Fl�vio Combat, da Consultoria Conc�rdia.

GASOLINA  Os grupos habita��o, com alta de 0,34% em setembro e de 0,73% em outubro, e transportes, cujos respectivos aumentos foram de 0,33% e 0,14%, tamb�m ajudaram a impactar a infla��o pr�via na Grande BH. No �ltimo item, destaque para a gasolina: o aumento ficou em 0,23% neste m�s, ante uma queda de 0,53% em setembro.

 

Loucura do clima reflete no bolso

 

Bras�lia – A seca no Sudeste e no Centro-Oeste, al�m do excesso de chuvas no Sul, pressionam os pre�os para os consumidores e geram preju�zos para o agroneg�cio brasileiro. A alta no pre�o da carne � explicada pela forte estiagem: as pastagens usadas para a engorda dos bois perderam a qualidade. A produ��o de laranja, de soja e de ovos tamb�m ficou comprometida pela loucura do clima. Por outro lado, o aumento do volume de precipita��es impede a colheita de trigo e o plantio de arroz.

Dados do Centro de Estudos Avan�ados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de S�o Paulo, indicam que a seca tem causado o aumento do n�mero de mortes de galinhas e alterado a qualidade dos ovos porque as aves consomem mais �gua do que ra��o. No caso da soja, a estiagem tem atrasado o plantio ou obrigado os produtores rurais a replantar parte da safra. Essa demora pode comprometer o cultivo do milho de segunda safra.

Em Matro Grosso, alguns agricultores est�o preocupados com o aparecimento de pragas, como brocas e insetos que se proliferam com mais facilidade com o clima quente. Para os pecuaristas, a seca tem prejudicado as pastagens e, consequentemente, a engorda dos bois. O pre�o da arroba chegou a R$ 134,26, pr�ximo do valor recorde de R$ 134,94, apurado em novembro de 2010. A tend�ncia de alta deve permanecer nos pr�ximos meses, sobretudo pela demanda por exporta��o de carnes e a queda no n�mero de animais.

PERDAS A falta de chuvas tamb�m tem prejudicado a produ��o de laranja no pa�s. O presidente da Associa��o Brasileira de Citricultores (Associtrus), Fl�vio Viegas, comentou que ap�s a primeira florada, que ocorreu em maio, a seca atrapalhou o desenvolvimento dos frutos. Ele detalhou que a estiagem comprometeu o crescimento e o peso do alimento, al�m de implicar no aumento das perdas. “Ainda n�o temos como quantificar o preju�zo, mas, se o cen�rio clim�tico permanecer o mesmo, a situa��o tende a piorar na pr�xima safra”, alertou Viegas.

Enquanto a seca afeta a produ��o agr�cola no Sudeste e no Centro-Oeste, no Sul do pa�s o excesso de chuvas tem atormentado os produtores rurais da regi�o. O economista-chefe da Federa��o da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Ant�nio da Luz, explicou que as planta��es de trigo, prontas para a colheita, t�m sido dizimadas pelo excesso de �gua. Al�m disso, o plantio de arroz est� atrasado. “As precipita��es que deveriam ocorrer no Planalto Central est�o estacionadas nas fazendas sulistas. Isso porque um bloqueio atmosf�rico est� impedindo a forma��o de nuvens”, afirmou.


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