O fim dos contratos de energia com a Chesf, do grupo Eletrobr�s, poder� comprometer a opera��o de sete grandes empresas instaladas no Nordeste: Braskem, Ferbasa, Dow, Minera��o Cara�ba, Paranapanema, Gerdau e Vale. Hoje essas empresas s�o abastecidas diretamente pela estatal (sem intermedia��o de uma distribuidora) e pagam em m�dia R$ 100 pelo megawatt/hora (MWh). A partir de 1.º de julho de 2015, se o governo n�o mudar de ideia, elas ter�o de comprar essa energia no mercado por um valor, pelo menos, tr�s vezes maior.
O problema das empresas surgiu em 2012 com a MP 579, que antecipou a renova��o das concess�es das hidrel�tricas. Para baratear a conta de luz do brasileiro, o governo federal decidiu dividir a energia das usinas em cotas para entregar �s distribuidoras. Assim, a Chesf ficou sem energia para cumprir os contratos e teve de ir a mercado para comprar a eletricidade e atender os consumidores industriais.
A partir do ano que vem, no entanto, esse compromisso acaba. "As empresas est�o apavoradas", afirma o presidente da Associa��o Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa. At� agora o governo n�o tem demonstrado nenhuma inten��o de manter os contratos com as empresas. Em nota, afirmou que a energia ser� entregue at� 30 de junho de 2015.
O assunto poder� parar na Justi�a. Uma das justificativas das empresas para a continuidade do abastecimento � que o contrato n�o � de consumidor livre. As empresas est�o enquadradas como consumidores especiais, mais pr�ximos de um consumidor cativo. E um consumidor cativo n�o tem a energia interrompida, destaca Pedrosa.
Com o fim dos contratos, as empresas, que empregam 8 mil pessoas na regi�o, ficar�o numa situa��o delicada. Dificilmente seriam atendidas por uma distribuidora j� que o volume de energia consumido � alto - as concession�rias precisam informar com anteced�ncia sua demanda de energia ao governo para a realiza��o dos leil�es. Segundo o consultor da Federa��o das Ind�strias do Estado de Alagoas (Fiea), Dan�bio Lacerda, o consumo dessas empresas corresponde a 700 MW m�dios. "� mais que a demanda do Estado de Alagoas."
Problemas
Outra alternativa seria as empresas virarem consumidoras livres e assinarem contratos com alguma geradora. Mas, nesse caso, as empresas esbarrariam em dois problemas. O primeiro � que a oferta de energia est� restrita com o baixo n�vel dos reservat�rios.
Segundo fontes da �rea de comercializa��o, quem tem contrato vencendo a partir do ano que vem n�o est� conseguindo renovar. Al�m disso, com a escassez de chuvas no Sudeste/Centro-Oeste, o pre�o da energia est� nas alturas.
No mercado � vista, est� em R$ 822 o MWh. Para contratos de um ano a partir de 2015, est� na casa de R$ 300. "O fim dos contratos seria catastr�fico para o Nordeste", afirma Lacerda.
Em nota, a Braskem, principal afetada pela medida, afirmou que est� tentando renovar os contratos a Chesf. "A companhia entende que o custo e a disponibilidade de energia s�o requisitos primordiais para a competitividade do setor industrial brasileiro." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.