Seca leva Cemig a desligar hidrel�trica no Sul de Minas

A seca que tem castigado o sul de Minas Gerais e toda a bacia hidrogr�fica do Rio Grande, respons�vel por 25% do abastecimento das Regi�es Sudeste e Centro-Oeste, fez sua primeira v�tima da gera��o de energia. Na pr�xima semana, a estatal mineira Cemig vai paralisar a opera��o da hidrel�trica Camargos, localizada na cidade de Itutinga, no Sul de Minas. Em situa��o parecida, uma das usinas mais importantes do estado, a de Tr�s Marias, sofreu redu��o da vaz�o pela segunda vez no per�odo de um m�s. A decis�o tamb�m foi tomada em fun��o da estiagem prolongada.

A usina, que tem pot�ncia de 45 megawatts, est� localizada na cabeceira do Rio Grande, que tem mais 12 barragens instaladas em seu curso. A decis�o de desligar as turbinas de Camargos deve-se ao n�vel cr�tico do reservat�rio da hidrel�trica, que est� com menos de 0,5% de sua capacidade m�xima. At� ontem, a usina ainda mantinha uma de suas duas turbinas ligadas, mas com capacidade para gerar apenas 3 MW.

De acordo com o gerente de planejamento energ�tico da Cemig, Marcelo de Deus, o reservat�rio atingiu seu n�vel m�nimo, mas � poss�vel, em alguns casos, manter o funcionamento das turbinas mesmo abaixo deles. A companhia ir� testar essa possibilidade na pr�xima semana. Caso isso n�o seja poss�vel, a vaz�o para jusante (rio abaixo) passar� a ser liberada pela v�lvula de fundo, visando manter a pereniza��o do rio e o abastecimento de cidades que dependem do reservat�rio. Segundo o gerente, Lavras e Perd�es dependem da �gua da represa.

Esse procedimento deve permanecer at� que as chuvas proporcionem condi��o afluente para eleva��o do n�vel de �gua do reservat�rio. "Esperamos chuva em n�veis melhores na semana que vem e ali, porque o reservat�rio � pequeno, podemos ter uma resposta r�pida. O que sabemos � que (o desligamento) n�o traz transtorno a ningu�m. N�o h� motivo para preocupa��o e n�o vai alterar em nada o atendimento ou a seguran�a", afirma.

Tr�s Marias
Na regi�o Central do estado, a Usina Hidrel�trica de Tr�s Marias teve sua vaz�o reduzida mais uma vez, agora de 140 m3/s para 120 m3/s. A decis�o foi tomada no �ltimo dia 29, durante a 12ª reuni�o na sede da Ag�ncia Nacional de �guas (ANA), em Bras�lia, em consenso com os atores do sistema el�trico nacional. A redu��o vem sendo praticada desde abril deste ano.

A medida tem como finalidade conservar a pouca �gua que ainda h� na represa, evitando que o volume �til de armazenamento chegue a zero, atingindo o chamado volume morto. O n�vel atual do reservat�rio, segundo o gerente, � de 2,9% do volume �til. "Temos gerenciando para n�o chegar no zero e estamos bem sucedidos", pontua. "Esperamos que com essas chuvas da semana que vem, possamos melhorar a vaz�o. O reservat�rio de Tr�s Marias � muito grande e demora muito para se recuperar, mas vale lembrar s� estamos come�ando o per�odo chuvoso", completa.

Caso a usina chegasse ao volume morto, acarretaria problemas no abastecimento das cidades localizadas abaixo da UHE, al�m de comprometer o maquinal que d� funcionamento a seis turbinas existentes no reservat�rio. Atualmente, apenas duas delas est�o em atividade.

Estiagem
A estiagem hist�rica gera um efeito cascata sobre o Rio Grande, rio que nasce em Bocaina de Minas (MG), e avan�a sentido leste-oeste, fazendo a divisa de Minas e S�o Paulo, at� desaguar no Rio Paran�. Neste caminho, h� mais 12 barragens que tamb�m sofrem com a escassez de �gua. O reservat�rio de Furnas, por exemplo, que est� entre os maiores do Pa�s, est� atualmente com apenas 13% de sua capacidade de armazenamento.

J� a UHE Tr�s Marias foi a primeira a ser constru�da ao longo do rio S�o Francisco, em 1962. Em janeiro deste ano, o volume �til dela era de 27,56%.

(Com informa��es da Ag�ncia Estado)