Est�tica deve fechar o ano com crescimento de 77% mesmo com economia desaquecida

Os brasileiros est�o cada vez mais preocupados em manter o cuidado com o corpo. Prova disso � que, enquanto setores como o da constru��o civil e o da ind�stria est�o fazendo de tudo para n�o fechar o ano no vermelho, o setor de est�tica espera um crescimento surpreendente de 77%. O Brasil j� ocupa o segundo lugar no ranking entre os pa�ses de consumo dos produtos/servi�os de beleza, atr�s apenas dos Estados Unidos. Com isso, a previs�o de faturamento tamb�m � gigante, com movimenta��o de cerca de R$ 136 bilh�es no pa�s at� dezembro.

Em Minas Gerais, a expectativa � que o setor acompanhe o crescimento do Brasil, chegando a 70%, segundo o Sindicato dos Esteticistas do Estado de Minas Gerais (Sindes-MG), se mantendo como o terceiro maior mercado do pa�s, atr�s apenas de S�o Paulo e Rio de Janeiro. Segundo Maria de F�tima Pereira Lima, consultora de mercado, esteticista e curadora do 1º Congresso Cient�fico Internacional de Est�tica e da Feira Est�tika, que aconteceu em Belo Horizonte em outubro, nos �ltimos anos, o setor de est�tica cresceu acima da m�dia do Brasil, na frente de v�rios setores que tiveram que colocar o p� no freio em meio a uma economia de recess�o.

Especialistas de mercado acreditam que o crescimento foi alavancado pelo aumento da renda da fam�lia brasileira, a inser��o da mulher no mercado de trabalho e como chefe de fam�lia e a ascens�o da classe C. Junto, veio a legaliza��o da profiss�o, que ocorreu h� dois anos. “Antes, voc� aprendia as t�cnicas, a profiss�o, com a m�e ou algum conhecido e j� podia exercer. Hoje, as pessoas precisam fazer o curso t�cnico ou superior para poder ser reconhecidas e entrar no mercado”, afirma Maria de F�tima.

A amplia��o no mercado de trabalho para o profissional de est�tica na �rea de sa�de e bem-estar j� foi, e vem sendo, um reflexo deste cen�rio. O esteticista passou a atuar em cl�nicas de est�tica, spas, ind�strias de cosm�ticos, compondo equipes tamb�m ao lado de m�dicos e outros profissionais da �rea da sa�de, em institui��es de ensino, atendendo em casa e em sal�es de beleza. De acordo com o Senac, desde 2012, o Brasil j� tem mais de um milh�o de esteticistas. Em Minas, segundo o Sindes-MG, o n�mero de profissionais passa de 55 mil, entre especialistas pr�ticos, com curso t�cnico e superior.

De olho no aumento da demanda pelos servi�os, a esteticista Adriana Esteves deixou de atender os clientes em casa e abriu a cl�nica Vila Algarve, no Bairro Cidade Nova, h� quatro meses, oferecendo variados servi�os, desde manicure e pedicure at� clareamento de pele e lipo sem corte. A expectativa � registrar um crescimento de cerca de 30% neste ano, 20% a mais do que o registrado no ano passado, quando ela atendia os clientes em casa. “Esse ano est� melhor para o neg�cio, pois os clientes est�o gastando mais. � como se os tratamentos fossem uma terapia e, al�m de estarem bonitos, com boa apar�ncia, eles querem se sentir bem”, explicou.

NOVIDADES Entre os servi�os que v�m conquistando o p�blico que frequenta as cl�nicas de est�tica, est’ao o clareamento de pele, redu��o de gordura para ficar com a barriga mais sequinha sem muito esfor�o, o spa dos p�s e das m�os, alongamento de unhas, esmaltes magn�ticos, esmaltes em gel, inglesinha e francesinha inteligente (que duram aproximadamente 15 dias), decora��o e adesivos nas unhas, massagem facial, entre outros. Segundo Adriana, aqueles clientes mais ass�duos na cl�nica costumam gastar cerca de R$ 400 para servi�os mais em conta como depila��o e cabelo e entre R$ 2,5 mil e R$ 3 mil em servi�os voltados ao cuidado com o corpo.

A agente de viagens T�nia Maria de Castro gasta, por m�s, em torno de R$ 2 mil somente com procedimentos de est�tica como clareamento e rejuvenescimento de pele, elimina��o de rugas, tratamento para cabelo, incluindo escova, manicure e pedicure. O pr�ximo passo, ela conta, � fazer a sobrancelha definitiva, que custa cerca de R$ 1,5 mil, e tratamento para reduzir celulite e gordura na barriga. “Passei a me cuidar mais depois de completar 50 anos, quando as rugas come�aram a aparecer. No meu trabalho ,preciso sempre ter boa apar�ncia e isso pesa na hora de tomar as decis�es de fazer ou n�o esses tratamentos. Al�m disso, n�o � s� mais uma quest�o de apar�ncia, � de bem-estar”, completa ela, que afirma ainda que, se pudesse, gastaria mais que os R$ 2 mil para se sentir bem.