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Estado de Minas

Seca prolongada deixa energia escassa em Minas

Chuvas foram insuficientes para melhorar a gera��o de eletricidade pela Cemig. Uso da capacidade instalada no estado est� em 2,9 mil megawatts, apenas 39,18% do total


postado em 04/11/2014 06:00 / atualizado em 04/11/2014 11:14

Em Três Marias, produção é de apenas 36MW diante de 396MW possíveis: monitoramento constante(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Em Tr�s Marias, produ��o � de apenas 36MW diante de 396MW poss�veis: monitoramento constante (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

A estiagem prolongada que assola a Regi�o Sudeste do Brasil obriga a Companhia Energ�tica de Minas Gerais (Cemig) a trabalhar muito aqu�m da sua capacidade instalada. A empresa estatal tem possibilidade de produzir at� 7,4 mil megawatts (MW), mas, devido ao baixo n�vel dos reservat�rios, tem gerado apenas 2,9 mil MW – 39,18% do total. Em Tr�s Marias, por exemplo, das seis turbinas, somente duas continuam em opera��o, o que faz com que a produ��o seja de 36MW em vez dos 396MW poss�veis.

A Usina de Aimor�s, no Rio Doce, ficou 45 dias sem gerar energia, tendo sido reativada depois da chuva do fim de semana. A unidade tem pot�ncia instalada de 330Mw. A Usina de Rosal, na divisa do Rio de Janeiro com o Esp�rito Santo, tamb�m voltou a funcionar nos �ltimos dias. Outra que ainda corre o risco de ser desligada � a de Camargos, no Rio Grande. A chuva ajudou a elevar um pouco o n�vel da represa, passando de 0,4% para 0,8%, mas n�o est� afastada a possibilidade de interrup��o da gera��o. A unidade est� produzindo apenas 6,5% da capacidade instalada (3 dos 46 megawatts poss�veis). A pequena central hidrel�trica de Cajuru permanece desligada.

O gerente de Planejamento Energ�tico da Cemig, Marcelo de Deus, afirma que, apesar da capacidade instalada ser de 7,4 mil MW, a empresa “jamais” ativa toda a sua pot�ncia. Isso porque, ao longo do ano, parte das usinas est� em manuten��o e o Operador Nacional do Sistema El�trico (ONS) administra a gera��o de acordo com a conveni�ncia. Mas afirma que “a seca, com certeza, agrava o quadro”. Segundo ele, a baixa gera��o, “em parte”, � motivada pela vaz�o reduzida.

Devido ao baixo n�vel em Tr�s Marias e em outras unidades, a Cemig faz monitoramento constante das bombas geradoras para verificar o comportamento das turbinas. Quinze sensores acompanham as rea��es de alguns fatores, como a vibra��o do eixo. O controle se explica por ser a primeira vez que a usina funciona em patamar t�o baixo. Apesar de se tratar de um trabalho at�pico, ainda n�o representa transtorno. O principal problema seria a repercuss�o da usina quando a represa atingir o volume morto. Mas, pelos c�lculos da Cemig, isso s� aconteceria em dezembro, mesmo assim, se n�o houver chuvas – cen�rio pouco prov�vel, uma vez que j� se iniciou o per�odo chuvoso.

A represa de Tr�s Marias tamb�m aproxima-se do chamado volume morto. Com menos de 3% da capacidade, a vaz�o foi reduzida para 120 metros c�bicos por segundo. A medida ser� v�lida at� meados de dezembro. A expectativa da Ag�ncia Nacional das �guas (ANA) e do Operador Nacional do Sistema El�trico (ONS) � que, com a vaz�o reduzida durante o per�odo chuvoso, d� para encher a represa. “A vaz�o vai ser mantida baixa para aumentar o volume, j� pensando no ano que vem”, afirma o vice-presidente do Comit� da Bacia Hidrogr�fica do Rio S�o Francisco (CBHSF), Wagner Soares Costa. As primeiras chuvas, no entanto, n�o foram suficientes para abastecer o lago, sendo o volume totalmente absorvido pelo solo.

Planejamento

Nova reuni�o entre os �rg�os respons�veis pela gest�o da bacia deve ser realizada perto do Natal. Apesar do planejamento para o pr�ximo ano, o CBHSF cobra maior discuss�o acerca de medidas de m�dio e longo prazo. Segundo Costa, entre as alternativas cab�veis est� a reten��o de �gua da chuva para se ter maior reserva em crises futuras e a produ��o de campanha para uso racional, tanto de �gua quanto de energia.

Em outubro, o volume de chuvas no estado foi inferior em rela��o � m�dia hist�rica em todas as regi�es, segundo dados do 5º distrito do Instituto Nacional de Meteorologia. Com o in�cio do per�odo chuvoso atrasado, no Tri�ngulo e no Sul de Minas o volume ficou pr�ximo de 50% da m�dia. Segundo o meteorologista Cl�ber de Souza, uma massa de ar seco bloqueia a chegada de frentes frias. Neste m�s, a expectativa � de que a chegada dessas frentes ocorra com mais frequ�ncia. Com a atua��o do El ni�o, a tend�ncia � de dias mais quentes com temporais no fim da tarde. Historicamente, a m�dia mensal de precipita��es no Sul de Minas e em Tr�s Marias � de 288mm e 267mm, respectivamente. “Neste m�s, devemos ter concentra��o maior de chuvas no Oeste e Sul do estado. As chuvas mais intensas s�o registradas em dezembro e janeiro”, afirma Souza.

A previs�o da Associa��o Brasileira de Empresas Geradoras de Energia (Abrage) era que as represas das regi�es Sudeste e Centro-Oeste, respons�veis por mais de 70% do parque nacional, encerrariam novembro com 18% da capacidade. Mas, com as chuvas abaixo do previsto, o m�s iniciou j� com esse percentual. Com isso, a associa��o reviu a previs�o: a expectativa � de que at� o dia 30 os reservat�rios estejam com 15% do total. A consequ�ncia para o consumidor � o aumento do custo da energia. “Com as t�rmicas ligadas por mais tempo, a conta vai ficar cada vez mais cara”, afirma Neiva.


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