O governo argentino estendeu nesta quarta-feira a empresas brasileiras e dos Estados Unidos sua den�ncia de fraude fiscal, como a que apresentou contra a americana Procter & Gamble (P&G). Em um relat�rio ao Congresso, o chefe de Gabinete, Jorge Capitanich, apontou nas supostas manobras as filiais locais da General Electric (GE) e a fabricante de bebidas Ambev.
"As den�ncias em tr�mite atingem a P&G, a GE e a Malter�a Pampa (filial da Ambev), entre outras", disse Capitanich em uma reuni�o de comiss�es parlamentares. "A Malter�a Pampa exporta produtos a pre�os declarados mais baixos do que os reais no destino e isso implica uma menor entrada de d�lares no pa�s, no valor de aproximadamente 234 milh�es de d�lares", informou.
No caso da GE "houve um superfaturamento de importa��es (inflar os neg�cios para receber mais divisas do Estado) em 300%", disse Capitanich. O governo acusa as empresas de superfaturamento de importa��es, o que "implica uma maior sa�da de d�lares, afetando o balan�o de divisas e um incremento da estrutura de custos para diminuir o pagamento de impostos na tributa��o local".
A P&G, fabricante da l�mina Gillette e das fraldas Pumpers, entre outros produtos, negou as acusa��es na �ltima segunda-feira, afirmando pagar todos os impostos. A Argentina tem sofrido um problema de escassez de divisas, restri��o financeira iniciada em 2011 e agravada pela queda das receitas de exporta��es.
O governo afirmou que o suposto dano fiscal causado pela P&G chega a 138 milh�es de d�lares em opera��es de importa��es do Brasil. O chefe de Gabinete informou ainda que, mediante um conv�nio com a Su��a para troca de informa��o fiscal, "foram detectadas 4.000 contas (banc�rias, de pessoas f�sicas e jur�dicas residentes na Argentina), das quais apenas 123 foram declaradas". O governo busca no Congresso a cria��o de uma comiss�o bicameral de investiga��o sobre evas�o fiscal e fuga de divisas pelas empresas.