O Brasil n�o est� � beira do apocalipse, afirmou Antonio Delfim Netto, que entre os anos 1970 e 1980 ocupou os cargos de ministro da Fazenda, ministro da Agricultura e ministro da Secretaria do Planejamento da Presid�ncia. Em debate promovido pela Acrefi, ele afirmou que "estamos sob uma impress�o de que estamos em um estado de cat�strofe. Se acreditarmos nisso, nunca vamos investir. O Brasil n�o vai terminar". Apesar disso, ele reconheceu que a economia brasileira atravessa uma situa��o delicada.
Delfim Netto destacou que a infla��o est� perto do limite da banda estabelecida pelo governo, mas lembrou que a diferen�a entre os pre�os livres e controlados j� come�ou a se reduzir. Quanto � deteriora��o fiscal, o problema principal � o baixo crescimento, disse, uma vez que em processos de estagna��o as receitas caem a um ritmo mais forte.
O ex-ministro criticou a sugest�o de realizar um ajuste fiscal com arrocho salarial. "Essa sugest�o do mercado financeiro � equivocada, n�o existe a possibilidade de fazer um ajuste sem a volta do crescimento", afirmou. Ele lembrou que a Europa realizou esse arrocho e est� novamente com problemas, enquanto os EUA, que optaram por um caminho de incentivo ao crescimento, est�o em uma situa��o mais tranquila.
Delfim voltou a refor�ar que o principal problema do Brasil � o setor externo, e a solu��o seria crescer por meio da ind�stria e pela exporta��o. O ex-ministro ainda acrescentou que o principal risco para o pa�s � perder o grau de investimento em um momento de alta nos juros dos EUA. "Isso retardaria todo o processo", afirmou.