S�o Paulo, 06 - Os reajustes de 3% para a gasolina e de 5% para o diesel, anunciados nesta quinta-feira, 6, pela Petrobras, emitem um sinal de contradi��o na estrat�gia de pre�os adotada pelo governo federal, de acordo com avalia��o de Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
Ele explica que, por um lado, o ajuste n�o recomp�e as perdas sofridas pela estatal no per�odo em que os pre�os do barril de petr�leo no mercado internacional estavam mais altos. "Foi um aumento muito pequeno. Se o objetivo fosse cobrir os pre�os do passado, teria que aumentar em torno de 20%", afirmou Pires.
Atualmente, por�m, o pre�o dos combust�veis no mercado dom�stico entrou em paridade com os pre�os praticados no mercado internacional em fun��o da queda na cota��o do barril de petr�leo. Mas, com o reajuste a partir de amanh�, a gasolina no Brasil ficar� aproximadamente 4% mais cara do que l� fora, observou o diretor do CBIE.
"Quando o barril do petr�leo ficou caro, o pre�o da gasolina permaneceu barato. Agora que o barril ficou barato, o pre�o da gasolina subiu. � uma contradi��o", afirmou. "O Brasil est� indo contra a l�gica do mercado internacional. � um sinal econ�mico ruim".
Pires mencionou que uma alternativa para reequilibrar as contas da Petrobras e aumentar a arrecada��o p�blica seria a volta da Contribui��o de Interven��o no Dom�nio Econ�mico (Cide). O imposto sobre a gasolina tamb�m teria a fun��o de recuperar a competitividade do etanol. "Seria um pr�mio para os produtores de etanol, que � um combust�vel limpo, mas perdeu mercado", afirmou.