
A expans�o do consumo de salm�o em Minas Gerais se justifica pela mudan�a de h�bitos de fam�lias inteiras, como a da corretora de im�veis Ana Elisa Ribeiro, de 47 anos. Ela descobriu o pescado por causa do pai, o piloto Francisco de Assis Ribeiro, de 75, que s� come peixe. Mas era dif�cil comprar em decorr�ncia do pre�o. “Era muito caro e nos �ltimos anos o valor caiu pela metade. Est� mais em conta do que as carnes nobres de boi, principalmente quando � congelado”, afirma. Agora, com a populariza��o dos fil�s e mesmo das pe�as inteiras, a fam�lia chega a consumir mais de tr�s quilos de salm�o por m�s. Todas as faixas et�rias aprovam a nova op��o no card�pio. As filhas de Ana Elisa, Fernanda, de 25, Caroline, de 23, e Clarice, de 10, adoram os pratos preparados com o peixe.
CAMPE�O Oscar P�ez, diretor do ProChile, escrit�rio comercial do pa�s vizinho, diz que consumidores como a fam�lia de Ana Elisa fizeram com que os brasileiros se tornassem os maiores compradores de salm�o chileno da Am�rica Latina. O peixe ocupa o segundo lugar no ranking das vendas de produtos para o Brasil, perde apenas para o cobre. “A semente da expans�o dos neg�cios apareceu nos restaurantes japoneses, mas se multiplicou”, afirma. Tendo como refer�ncia os n�meros totais de 2012 para 2013, os valores movimentados pelas importa��es brasileiras de salm�o aumentaram cerca de 55%. “As pessoas passaram a querer produtos mais saud�veis e de preparo r�pido”, afirma. “Com o aumento da renda no pa�s, a nova classe m�dia tamb�m quis experimentar o peixe.”

Na rede Super Nosso, o cen�rio n�o � diferente. Apenas no �ltimo ano, as vendas dos produtos com salm�o, tanto os congelados quanto no buf� japon�s, aumentaram cerca de 45%. A diretora de Marketing do grupo, Rafaela Nejm, afirma que o produto ganhou competitividade. “� uma alternativa de peixe com bom custo”, destaca.
NOS BARES O salm�o j� chegou aos card�pios de algumas casas da Zona Sul de Belo Horizonte como alternativa de tira-gosto, concorrendo com o fil� a palito. “� mais uma op��o de preparo r�pido, menos perec�vel e sem espinhos”, destaca o presidente da regional mineira da Associa��o Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-MG), Fernando J�nior. Ele confirma que a populariza��o da iguaria se deu nos �ltimos tr�s anos: primeiro nos japoneses, depois em outros tipos de estabelecimentos. No Porc�o, do qual � s�cio, por exemplo, o peixe faz grande sucesso. E o pre�o mais em conta ajuda: “O quilo custa a metade do valor de alguns cortes nobres, como a picanha”.
No Gilboa, bar dos s�cios Fred Giacomini, Andr� e Marco Panerai, j� h� tr�s op��es que t�m o salm�o como ingrediente no card�pio: o tartare, o sandu�che e um linguine. O estabelecimento foi inaugurado h� cerca de tr�s meses. E o tartare de salm�o se confirma como um sucesso entre os petiscos: j� � o quinto mais pedido pela clientela. “Estava acess�vel e vimos que poder�amos incluir no card�pio”, afirma Andr�. Atualmente, eles compram cerca de 20 quilos do peixe por m�s, ao custo m�dio de R$ 27 o quilo.
Fernando Vertelo, chef do J�ngal e do Gilboa, explica que o salm�o s� est� no card�pio do segundo por ele ter um ambiente menos despojado. Mas nada impede que o tartare, por exemplo, tamb�m passe a ser oferecido aos frequentadores do J�ngal. Vertelo trabalha no mercado de bares e restaurantes da capital mineira h� cerca de 11 anos e garante: “H� oito anos o salm�o era raro”.
O chef do restaurante japon�s Udon, Deivid Martins, garante que o consumo de salm�o � crescente mesmo na culin�ria asi�tica, que abriu a porta para o ingrediente. Para o preparo dos pratos s�o necess�rias cerca de 14 caixas do peixe por semana. “Antes eram de oito a 10 caixas”, observa. “� o nosso carro-chefe”, refor�a. Mas ele destaca que em sua casa tamb�m passou a fazer parte do card�pio di�rio. “Ficou mais acess�vel. Preparo para minha filha, Ingrid, de 10 anos, pelo menos duas vezes por semana”, conta. (GR)