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Estado de Minas

Agroneg�cio pode ter fatia menor do PIB em 2015


postado em 09/11/2014 14:07

Ribeir�o Preto, 09 - O cen�rio de incerteza do agroneg�cio - com a safra brasileira de gr�os ainda sendo plantada e pre�os das commodities em queda - pode levar o setor a perder, em 2015, um de seus v�rios r�tulos: o de sustentador do Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, especialistas ouvidos pelo Broadcast, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado, ainda divergem sobre o tamanho do impacto da cadeia agropecu�ria no PIB brasileiro no pr�ximo ano.

A avalia��o � de que a prov�vel perda de renda do setor possa ser superada pela safra tamb�m recorde do Pa�s, o aumento da demanda global por alimentos, com destaque � prote�na animal, bem como uma corre��o cambial, o que favoreceria as exporta��es em 2015. Esses fatores freariam, ao menos em parte, o vi�s negativo que a maior oferta das principais commodities pode trazer, principalmente ap�s a supersafra norte-americana. Al�m disso, o agroneg�cio deve seguir l�der em competitividade e produtividade em rela��o aos outros setores da economia brasileira.

"A renda (do produtor) cair�, mas o PIB do agroneg�cio n�o necessariamente recuar�, porque a varia��o de quantidade (produzida) ser� maior em 2015 e isso influencia muito. E o agroneg�cio ainda continua sendo muito bom (em termos de competitividade) comparativamente com o resto", disse Amaryllis Romano, s�cia da Tend�ncias Consultoria. Para a economista, o clima pode trazer o impacto negativo, mas o c�mbio, com a alta do d�lar, deve ampliar a j� elevada competitividade do Pa�s.

O coordenador do Centro de Estudos Avan�ados em Economia Aplicada (Cepea) e professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), Geraldo Sant'Ana de Camargo Barros, segue a mesma linha de Amaryllis e avalia que o PIB do agroneg�cio dever� contribuir positivamente para o crescimento da economia do Pa�s em 2015, na esteira de um crescimento menor dos demais setores econ�micos. "N�o se vislumbra uma recupera��o significativa da ind�stria. Por um lado, a produtividade vai mal e, por outro, o consumidor est� endividado; e, finalmente, o governo n�o disp�e de recursos para incentivar sua demanda", exemplificou.

Levantamento do Cepea/Esalq e da Confedera��o da Agricultura e Pecu�ria do Brasil (CNA) divulgado em outubro apontou que o PIB do agroneg�cio acumulou alta de 1,9% nos primeiros sete meses de 2014, enquanto o PIB brasileiro est� pr�ximo a zero. A alta acumulada foi puxada pela produ��o agropecu�ria, com aumento de 4,23%, pelos insumos, com 1,78%, e pela distribui��o, com crescimento de 1,56% entre janeiro e julho de 2014. O aumento s� n�o foi maior por conta justamente da agroind�stria, que recuou 0,02% no per�odo.

Sem fatores "relevantes estimulando o agroneg�cio", Barros sup�e que, por conta do aumento da produtividade, o setor "siga crescendo a uma taxa anual m�dia de 3,5% ao ano, que � o valor esperado para 2015". J� a agropecu�ria, considerada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) na apura��o do PIB, deve avan�ar 4%, desde que ponderadas as incertezas clim�ticas, na avalia��o do coordenador do Cepea.

Menos otimista, o diretor de pesquisa econ�mica da GO Associados, F�bio Silveira, espera um crescimento modesto para o PIB da agropecu�ria em 2015, com um impacto pequeno, mas positivo no PIB oficial do Pa�s. Na mesma linha, o PIB do agroneg�cio, que considera os setores "fora da porteira" - insumos, distribui��o e agroind�stria - "n�o deve ter desempenho equivalente em 2015", segundo Silveira, mas tamb�m contribuir� positivamente em uma economia que deve crescer apenas 1,3% no pr�ximo ano, na avalia��o da GO Associados.

De acordo com Silveira, a desvaloriza��o cambial deve repor a perda de renda com os pre�os menores de gr�os e ainda ajudar a ind�stria a recuperar um papel mais proativo no PIB brasileiro no pr�ximo ano. "O agroneg�cio vai perder muito do charme em 2015. A ind�stria pode resgatar a for�a, por conta da desvaloriza��o cambial, e empurrar produtos para mercados que mostram dinamismo, como o norte-americano e alguns da Am�rica do Sul, como Col�mbia, Peru e, talvez, Argentina", comparou.

Ap�s um levantamento do Programa de Pesquisas em Agroneg�cios da Faculdade de Economia, Administra��o e Contabilidade de Ribeir�o Preto (AgroFEA), da USP, apontar que o �ndice de confian�a do produtor agr�cola bateu o recorde negativo em outubro, o coordenador do programa, Roberto Fava Scare, � totalmente pessimista quanto ao crescimento do setor em 2015. Ele minimiza os efeitos do d�lar no setor e lembra que a alta recente na moeda norte-americana impactou o custo das lavouras, pois ocorreu na �poca da compra dos insumos.

"Se essa mudan�a de patamar do d�lar, de R$ 2,20 para R$ 2,50, persistir at� a comercializa��o da safra, ainda ser� muito pouco", diz. Ele destaca que o recuo dos pre�os das commodities foi maior. Scare cita ainda as desacelera��es previstas para o mercado chin�s, principal destino do gr�o brasileiro, e tamb�m para o mercado interno. "O que pode segurar um pouco � o mercado de prote�na animal, cuja produ��o tende a crescer. Essa contribui��o do agroneg�cio para sustentar a economia brasileira nos �ltimos 10 anos n�o ser� igual em 2015", concluiu.


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