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Estado de Minas

Alta do d�lar encarece frutas secas e reflete nas ceias de Natal e r�veillon

Valoriza��o de importados como castanhas e damasco frente a 2013 passa de 200%


postado em 19/11/2014 06:00 / atualizado em 19/11/2014 07:18

José Maria Duarte optou por segurar as compras:
Jos� Maria Duarte optou por segurar as compras: "Vou esperar para ver se cai" (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

A desvaloriza��o do real frente ao d�lar nos �ltimos meses ter� forte interfer�ncia na prepara��o da ceia natalina dos brasileiros. A oscila��o cambial faz com que os importadores de castanhas e frutas t�picas das festas de fim de ano sejam cautelosos nos pedidos. Com a oferta reduzida, os pre�os dos produtos tiveram forte eleva��o antes mesmo de ser feita a readequa��o dos valores para a chegada do Papai Noel. O quilo do damasco, por exemplo, mais do que triplicou de pre�o em uma loja do Mercado Central.

Acostumado a fazer as encomendas de Natal entre as �ltimas semanas de setembro e a primeira quinzena de outubro, o propriet�rio da Banca S�o Geraldo, no Mercado Central, Jos� Maria Ferreira Duarte, por enquanto, s� fez o or�amento dos produtos natalinos. A estrat�gia do lojista � aguardar at� o �ltimo minuto para ver se os produtos encalham nas m�os dos importadores paulistas, for�ando a redu��o dos pre�os. “Vou esperar para ver se cai”, afirma Jos� Maria, que, caso n�o tenha sucesso na t�tica, v� possibilidade de ficar sem os tradicionais itens natalinos. “Melhor n�o ter do que o cliente achar que a gente est� abusando”, afirma. Na banca, o quilo da noz est� R$ 40 – com margem quase zero, segundo o propriet�rio –, enquanto o damasco, que no ano passado custava R$ 15, sai por R$ 49. A alta passa de R$ 226%.

O aumento dos pre�os est� diretamente atrelada � eleva��o do d�lar, que obrigou a revis�o de planejamento dos importadores. O diretor da Domus Importa��o e Exporta��o, Frederico Martini, afirma que em compara��o com o �ltimo quadrimestre do ano passado o embarque desse tipo de produto est� aproximadamente 30% menor. “Os pedidos est�o abaixo do esperado por causa da situa��o do com�rcio. A alta do d�lar deixou o mercado pessimista, sem saber se o consumidor vai aceitar a alta dos pre�os. Se isso acontecer, h� o risco de o produto ficar encalhado”, afirma.

A empresa atende seis fornecedores do Mercado Central. Mas, por enquanto, nenhum dos clientes fez pedidos para renovar o estoque. Ou seja, n�o h� tempo h�bil para novas remessas. O navio demora 23 dias no trajeto da Europa at� os portos brasileiros, fora o tempo para a libera��o alfandeg�ria. Neste ano, considerando s� um dos clientes, Martini fechou um cont�iner de 21 toneladas; no ano passado foram importados quatro vezes mais. Os demais reduziram em aproximadamente 30% as encomendas. Al�m das frutas, ele lembra que os pedidos de outros tipos de produtos natalinos tamb�m sofreram forte impacto. Os enfeites natalinos (copos, guardanapos, sinos, objetos de decora��o etc.) tamb�m n�o foram encomendados.

CAUTELA A situa��o at�pica de baixa oferta de produtos importados reduz a margem para descontos, segundo o superintendente do Emp�rio Ananda, Eduardo Carlos de Campos. Ele diz que tanto importadores quanto varejistas est�o com o p� no freio, sem arriscar muito. “� um Natal mais p� no ch�o”, afirma. Em vez de estocar, ele tem adotado outra estrat�gia. “Vendo, compro, vendo, compro”, afirma Campos sobre a movimenta��o de mercadorias.

O damasco � uma das frutas que teve maior oscila��o de pre�os neste ano. A explica��o extrapola a alta do d�lar. A oferta reduzida � o principal fator, tanto que a Banca Santo Ant�nio, no Mercado Central, ficou sem o produto em estoque por 20 dias. O propriet�rio Rafael Igino conseguiu nova remessa, mas com o pre�o nas alturas. O quilo � vendido por R$ 47 – e n�o � a cota��o para o Natal –, enquanto em dezembro do ano passado era comercializado por R$ 19,90, menos da metade. “A importa��o est� muito dif�cil. Coto hoje, amanh� vou comprar o pre�o � outro. Pe�o 10 caixas, entregam s� cinco”, afirma Igino, que, assim como outros concorrentes do Mercado Central, diz ser arriscado ficar sem os produtos natalinos.

Para o consumidor, a sa�da � pesquisar em busca dos melhores pre�os sem perder qualidade. A confeiteira Priscila Aduan compra semanalmente os ingredientes para seus quitutes. Nos �ltimos 30 dias, estima alta de 30% nas castanhas e frutas secas. A sa�da � ficar atenta aos pre�os. “Olho pelo menos quatro lojas”, diz ela, ressaltando que ser� obrigada a repassar a eleva��o do custo de produ��o: “Aumenta-se o pre�o do produto final”. Outra estrat�gia para reduzir o impacto � usar nozes em peda�o no recheio de tortas e deixar as frutas inteiras (e mais caras) apenas para a decora��o.

Al�m de integrar a mesa de Natal, noz, castanha-do-Par�, damasco, am�ndoa e macadamia fazem parte de dietas ricas em gorduras. A professora Margaret Melo aprecia os produtos puros e na composi��o de receitas culin�rias. Mas assustou-se ao ver o quilo da noz a R$ 120 em um supermercado perto de onde mora. A sa�da: “Tem que comprar menos ou modificar a receita”, diz.

Press�o nos banquetes

De 136,18% a 226,66%
Varia��o do pre�o do quilo do damasco desde o �ltimo Natal

66,6%
Diferen�a no valor do quilo de nozes em 12 meses

Fontes: bancas do Mercado Central


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