O primeiro ato oficial do condom�nio tem�tico aeroespacial de Minas Gerais foi marcado pelo an�ncio da poss�vel sa�da de um dos seus principais projetos. Sem verba p�blica para o desenvolvimento do prot�tipo da aeronave Tup� AX-2, a empresa respons�vel pelo projeto disse que deve buscar parcerias da iniciativa privada para dar continuidade ao programa. Segundo o diretor da Axis Aeroespacial, Daniel Carneiro, com isso, Tupaciguara pode perder boa parte da estrutura do chamado polo de asas fixas, com a unidade sendo transferida para S�o Paulo ou at� mesmo para o exterior.
O condom�nio � a integra��o de eixos tem�ticos que comp�em o plano aeroespacial do governo mineiro. Al�m do polo de asas f�sicas, integram o projeto o polo de asas rotativas, com foco na Helibras, em Itajub�; o centro de forma��o de m�o de obra, em Lagoa Santa, e um centro para desenvolvimento de turbinas a g�s, no Tri�ngulo Mineiro. “Hoje, � essencial a troca de experi�ncia. Enquanto uma empresa fabrica radar, outra fabrica infravermelho. Ningu�m faz nada sozinho”, afirma o diretor de Inova��o da Helibras, V�tor Coutinho. A empresa, assim como a Embraer, � uma das prov�veis integrantes do projeto f�sico do condom�nio, em fase de licita��o.
A iminente sa�da do projeto do Tup� de Tupaciguara est� ligada � insufici�ncia de recursos para o desenvolvimento do prot�tipo. Segundo Carneiro, a empresa conseguiu uma linha de financiamento para essa etapa, mas o valor era menos da metade do necess�rio para tir�-lo do papel. Isso obriga a empresa a buscar investidores privados para o projeto do avi�o executivo de pequeno porte, com capacidade para seis pessoas, chamado de Tup�.
Pelos prazos da companhia, essa fase j� deveria ter sido conclu�da. Mas n�o foi sequer iniciada. “Aqui mesmo, alguns empres�rios me procuraram para conversar sobre o projeto. Mas a primeira coisa falada � sobre tirar o projeto de Tupaciguara”, afirma Carneiro, que diz preferir mant�-lo em solo mineiro. Entre os poss�veis destinos, o interior de S�o Paulo, a Espanha e os Estados Unidos. Outros projetos da empresa, no entanto, podem ser mantidos na cidade do Tri�ngulo Mineiro.
PARCERIA Por outro lado, outras empresas participantes do condom�nio aeroespacial conseguem desenvolver importantes projetos. A Ind�stria de Avia��o e Servi�o (IAS), com sede em S�o Jos� da Lapa, ir� receber contrapartida tecnol�gica de uma parceria entre Brasil e R�ssia para a compra de 20 helic�pteros de transporte de tropa e carga. A negocia��o prev� a troca de informa��o e tecnologia. Trabalhadores da empresa ser�o capacitados para manuten��o e reparo das aeronaves. Segundo o gerente-geral da empresa, Eliseu de Alc�ntara, ao todo, US$ 50 milh�es ser�o aplicados pelos russos no Brasil, o que contribuiu fortemente para o desenvolvimento do polo mineiro. “� preciso quebrar barreiras e multiplicar conhecimento”, afirma, j� sonhando com a concep��o de um motor � rea��o.
Outro desafio do condom�nio aeroespacial � a troca de governo. O desenvolvimento do polo aeroespacial era tido como dos meios de diversificar a economia do estado. Nova reuni�o do condom�nio est� marcada para 15 de abril. Segundo o professor do Instituto de Estudos Avan�ados da Aeron�utica (IEAv) coronel Marco Ant�nio Sala Minucci, “o desafio � transformar o projeto em pol�tica de Estado”.