Com US$ 46 bilh�es importados em produtos brasileiros em 2013, a China lidera o ranking de parceiros comerciais do Brasil. Dessas vendas, somente US$ 122,4 milh�es, ou 0,26%, s�o da cadeia da moda. O potencial do mercado � subaproveitado, j� que a estimativa � que o pa�s asi�tico concentra 25% dos consumidores mundiais do segmento. De olho em ampliar a participa��o nesse canal de exporta��es, governo e iniciativa privada levaram, entre segunda-feira (17) e quinta-feira (20) da �ltima semana, 20 empresas do setor a Xangai, para conhecerem o mercado de moda chin�s.
“[O n�mero das exporta��es para o mercado de moda] � um n�mero bastante incipiente, que a gente quer trabalhar. O olhar da China [no caso do segmento de moda] est� principalmente nos produtos europeus e norte-americanos. A� � que t�m que entrar os nossos produtos, a oportunidade de mostrar nosso estilo de vida, coisas diferentes. Somos reconhecidos por produtos de qualidade, nossa imagem � bastante positiva [na China]”, avalia Ricardo Santana, diretor de neg�cios da Ag�ncia Brasileira de Promo��o de Exporta��es e Investimentos (Apex).
Al�m da ag�ncia de fomento �s exporta��es, participaram da articula��o da viagem a Xangai a Associa��o Brasileira de Estilistas (Abest), a Associa��o Brasileira da Ind�stria T�xtil e Confec��o (Abit) e a Associa��o Brasileira da Ind�stria de Cal�ados (Abical�ados). A a��o na China envolveu atividades como apresenta��o do mercado aos empres�rios brasileiros por especialistas, visitas guiadas �s principais lojas multimarcas e rodada de neg�cios.
A estilista mineira Cec�lia Prado, dona da marca que leva o mesmo nome, j� exporta para os chineses. Da sua produ��o de roupas femininas de tric� e biqu�nis, cerca de 80% s�o para a venda no exterior. A China responde por somente 10% desse volume. Cec�lia quer mais espa�o no mercado chin�s e acredita que a viagem a Xangai a ajudar� a tra�ar melhor sua estrat�gia de expans�o. “Pude ver como � o mercado, o que as lojas querem. Visitamos v�rias multimarcas, falamos com as donas. � mais f�cil sentir o que vende mais, o pre�o m�dio, onde minha pe�a se encaixa”, enumera.
Ela explica que, como ocorre em todo mercado, na China s�o necess�rias algumas adapta��es nas pe�as para agradar �s compradoras. “O meu produto � colorido por natureza. A gente faz um trabalho manual, isso agrada muito. A brasileira gosta de roupas mais justas, as chinesas nem tanto. Esse nosso biotipo brasileiro, se usar roupa ampla, [a mulher] vai ficar mais cheinha. Elas, como s�o mais magrinhas, podem abusar”, comenta a estilista, que j� havia visitado o pa�s outras vezes.
Tamb�m mineira, a estilista Patr�cia Bonaldi, da marca GIG, exporta pe�as femininas em tric� para v�rios pa�ses, mas ainda n�o vende para a China. Ela esteve no pa�s asi�tico pela primeira vez, e acredita que existe espa�o no mercado para um produto de alta qualidade. “� uma popula��o enorme, consumidora de grandes marcas mundiais. O problema da China n�o � a falta de consumidor, � a falta de um produto de alta qualidade. Tem que ser um produto muito bem feito, com acabamento impec�vel, design diferenciado. Existe essa impress�o de que a China produz tudo, muita roupa, muita coisa de qualidade menor, mas eles buscam um diferencial”, acredita.