Bras�lia, 25 - As operadoras de telefonia m�vel presentes na Am�rica Latina ter�o de dobrar seu ritmo de investimentos nos pr�ximos seis anos para conseguir suprir a demanda por servi�os de dados na regi�o. A conclus�o est� no mais recente relat�rio da Consultoria GSMA apresentado esta semana em Quito, no Equador. Esse estudo aponta que os desembolsos necess�rios para atender com qualidade a popula��o latino-americana chegam a US$ 193 bilh�es at� 2020.
De acordo com os dados do estudo, os investimentos das operadoras na regi�o nos �ltimos seis anos somaram US$ 96 bilh�es, menos que a metade do necess�rio para o pr�ximo ciclo de igual dura��o. "H� uma demanda crescente de redes de 3G e 4G nesses pa�ses, e um investimento de US$ 193 bilh�es � fundamental para que as infraestrutura comporte o que se espera de expans�o no uso do servi�o. Se n�o ocorrer esse investimento, com certeza haver� problemas de qualidade", avalia o diretor da GSMA para o Brasil, Amadeu Castro.
O relat�rio aponta que as redes 2G, atualmente respons�veis por atender 60% das 718 milh�es de conex�es m�veis do subcontinente latino-americano, representar�o apenas 20% do mercado em 2020, quando as linhas habilitadas na regi�o devem somar 956 milh�es. Atualmente, o 3G j� � a tecnologia utilizada por 39% dos usu�rios localizados entre o M�xico e a Argentina, superando a m�dia mundial de 32% da base de clientes do servi�o.
"O uso do 3G na Am�rica Latina tem uma expans�o mais veloz do que a do resto do mundo porque a regi�o est� fazendo a migra��o com um certo atraso. Com isso, os pa�ses da regi�o j� se aproveitam dos ganhos de escala das ind�strias que fornecem infraestrutura e os pr�prios terminais. E � poss�vel que a transi��o para o 4G ocorra em uma velocidade ainda maior", acrescenta Castro.
Embora a quarta gera��o ainda responda por apenas 1% do mercado na regi�o e ainda demore pelo menos um par de anos para estar dispon�vel em grandes centros na faixa de 700 MHz, o diretor da GSMA acredita que a tecnologia ter� um papel de destaque ao fim desta d�cada. "O 4G primeiramente est� sendo oferecido em �reas menores na faixa de 2,5 GHz, mas at� a disponibiliza��o da faixa de 700 MHz j� contar� com a escala industrial obtida pelas empresas em outras partes do mundo. Com a redu��o do custo da infraestrutura, o servi�o ter� import�ncia em 2020", projeta.
Por outro lado, a GSMA aponta que iniciativas de regulamenta��o dos servi�os de telefonia e internet por parte de governos da regi�o t�m aumentado a press�o sobre as empresas do setor, o que pode travar processos de inova��o e at� mesmo impedir que a taxa de investimentos chegue ao ritmo ideal. "A inova��o tecnol�gica sempre � mais r�pida que os processos burocr�ticos. O n�vel de detalhamento dos novos regulamentos tem sido crescente, enquanto outros segmentos da cadeia de telecomunica��es n�o sofrem a mesma press�o, como � o caso das empresas de aplicativos que consomem grande quantidade de dados", argumenta Castro.
Para o executivo, o fato do Brasil ser o maior mercado da regi�o, com cerca de um ter�o de todas as linhas habilitadas na Am�rica Latina, faz com que o Pa�s seja uma refer�ncia para os vizinhos. Ou seja, decis�es de regulamenta��o adotadas pela Ag�ncia Nacional de Telecomunica��es (Anatel) t�m repercuss�o imediata sobre os �rg�os reguladores dos demais pa�ses latinos. "O Brasil � uma refer�ncia para o que d� certo e para o que d� errado. E os investimentos necess�rios para a regi�o dependem de um ambiente prop�cio para essa expans�o das redes", conclui o diretor.