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Estado de Minas

Nova equipe assume no adeus de Mantega

Presidente deve anunciar amanh� novos ministros da Fazenda e do Planejamento e posse ocorrer� at� segunda-feira. Titular da pasta deixa cargo na sexta-feira, ap�s an�ncio do PIB


postado em 26/11/2014 06:00 / atualizado em 26/11/2014 06:52

Ex-secretário do Tesouro no governo Lula, Joaquim Levy enfrentou resistência dentro do PT, mas deve ser o comandante da economia brasileira(foto: REUTERS/Jamil Bittar)
Ex-secret�rio do Tesouro no governo Lula, Joaquim Levy enfrentou resist�ncia dentro do PT, mas deve ser o comandante da economia brasileira (foto: REUTERS/Jamil Bittar)

Bras�lia – A posse da nova equipe econ�mica, com Joaquim Levy no Minist�rio da Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento e Alexandre Tombini reconduzido ao Banco Central, deve ocorrer ainda nesta sexta-feira ou, no m�ximo, na segunda-feira. Demitido durante o segundo turno das elei��es, Guido Mantega, o mais longevo ministro da Fazenda do pa�s no per�odo democr�tico, acertou sua sa�da com a presidente Dilma Rousseff para sexta-feira, mesmo dia em que Miriam Belchior deve deixar o Planejamento. Com isso, a expectativa � de que a presidente fa�a o an�ncio oficial do novo time e das diretrizes econ�micas amanh�.

O ministro Mantega deve comunicar sua despedida em entrevista para comentar os resultados do Produto Interno Bruto (PIB), que ser�o divulgados na sexta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Pelas estimativas do mercado, Mantega poder� deixar o governo anunciando que o pa�s saiu da recess�o, j� que a proje��o � de que o PIB do terceiro trimestre tenha crescido entre 0,1% e 0,2%. Nos dois primeiros trimestres do ano, houve retra��o de 0,2% e 0,6%.

Apesar de Mantega ter sido o ministro mais importante do governo Dilma, com forte influ�ncia na administra��o da petista ao longo dos �ltimos quatro anos, ele tamb�m � considerado respons�vel por estender demais a chamada nova pol�tica econ�mica, com foco no consumo, que foi capaz de tirar o pa�s das turbul�ncias internacionais depois da crise mundial de 2008, ainda no governo Lula. “Enquanto havia espa�o no mercado de trabalho, essa pol�tica, de est�mulo do consumo, benef�cios fiscais e aumento de sal�rios, funcionou bem. O problema � que a insist�ncia gerou retra��o nos investimentos produtivos, infla��o alta e queda no PIB. E ele n�o admitiu que o modelo estava esgotado”, comentou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho.

“O governo erra ao demorar tanto para fazer o an�ncio da nova equipe. O Mantega foi demitido ainda no processo eleitoral. E com raz�o pela responsabilidade na condu��o de uma pol�tica fiscal expansionista, minada pela contabilidade criativa. Mas a demora provocou um turbilh�o no mercado”, ressaltou Alex Agostini, analista da Austin Ratings. Para ele, o legado do ministro � um d�ficit prim�rio recorde, de R$ 25 bilh�es. “O Brasil andou para tr�s com Mantega. N�o vai deixar saudade”, disse.

Sob press�o

A lentid�o para anunciar o substituto, segundo fontes ligadas ao governo, foi reflexo da press�o de setores do PT, que n�o avalizaram o nome de Joaquim Levy para a Fazenda, por ser considerado muito ortodoxo, justamente a principal caracter�stica que anima os especialistas. O senador e ex-candidato da oposi��o A�cio Neves (PSDB) brincou com a nomea��o. “Levy no Minist�rio da Fazenda � como se um grande quadro da CIA fosse convocado para dirigir a KGB”, disse, referindo-se aos servi�os secretos dos Estados Unidos e da antiga Uni�o Sovi�tica.

Fontes ligadas ao governo garantem que a restri��o a Levy foi trabalhada por Luiz In�cio Lula da Silva durante o �ltimo fim de semana e que o ex-presidente teria sido bem sucedido em reduzir a press�o. “Tamb�m houve rumores de que Nelson Barbosa n�o estaria satisfeito no Minist�rio do Planejamento”, revelou Rostagno, do Banco Mizuho.

Dif�cil conv�vio

De fato, o conv�vio dos dois n�o ser� f�cil. Futuro dono da chave do cofre, Levy � conhecido, desde sua passagem pelo Tesouro Nacional, por comandar as contas p�blicas com m�o de ferro. Barbosa, por sua vez, � desenvolvimentista e est� mais alinhado com a ideologia do partido da presidente. “Eles v�o ter que trabalhar juntos para resgatar a credibilidade”, pontuou Agostini. “Os dois est�o em mundos diferentes no campo te�rico. Mas, hoje, h� uma intersec��o pela maior percep��o da necessidade de um ajuste”, assinalou Carlos Kawall, economista-chefe do Banco J. Safra.

Dentro do governo, Barbosa � visto como um formulador de pol�ticas econ�micas. Por isso, sua indica��o para o Planejamento se encaixaria na inten��o de Dilma em revigorar o minist�rio, que perdeu o protagonismo com Miriam Belchior. A ministra tamb�m deve deixar sua pasta na sexta-feira. Mas n�o o governo. Miriam segue para o Pal�cio do Planalto e leva, com ela, o empacado Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC). J� a perman�ncia de Tombini no BC n�o agradou muito aos especialistas. “� mais do mesmo. Corre-se at� o risco de o BC perder mais credibilidade, que j� vem bastante arranhada”, ponderou Agostini.

Escolhidos j� trabalham
Bras�lia – A equipe econ�mica que ser� empossada pela presidente Dilma Rousseff est� em Bras�lia desde o in�cio da semana. Joaquim Levy, futuro ministro da Fazenda, e Nelson Barbosa, pr�ximo titular do Minist�rio do Planejamento, reuniram-se na capital federal para definir suas equipes e as diretrizes da pol�tica econ�mica do segundo mandato da presidente reeleita. � bem prov�vel que, durante o an�ncio oficial previsto para amanh�, Dilma revele tamb�m os nomes dos presidentes de bancos p�blicos.

O an�ncio do governo � uma tentativa de acalmar o mercado financeiro e preparar um plano de resgate da credibilidade das contas p�blicas. Para isso, deve lan�ar tamb�m um ousado pacote de corte de gastos e sinalizar a t�o esperada austeridade da pol�tica fiscal em 2015. O objetivo � claro: evitar o rebaixamento da nota de cr�dito do Brasil pelas ag�ncias de classifica��o de risco Moody’s, Standard & Poor’s e Ficht.

A perman�ncia de Alexandre Tombini no Banco Central (BC), por escolha pr�pria, n�o representa mudan�as na condu��o da pol�tica monet�ria. Mas o mesmo n�o se pode dizer da intensidade como os ajustes ser�o implementados. O entendimento � que o resgate da credibilidade passa por um choque de expectativas. Por isso, � poss�vel que o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) eleve a dose do aperto nos juros, de 0,25 ponto percentual para 0,5 ponto na �ltima reuni�o do ano, na semana que vem.

A radicaliza��o nos juros j� foi comunicada ao mercado pelo diretor de Pol�tica Econ�mica do BC, Carlos Hamilton Ara�jo. O diretor pode migrar do BC para a Fazenda e assumir o comando do Tesouro Nacional, no lugar do contestado Arno Augustin, que, entretanto, n�o deve sair do governo, apenas dos holofotes da m�dia.

Al�m de Carlos Hamilton, Tarcisio Godoy e Eduarda La Rocque est�o cotados. Um economista com tr�nsito no governo acredita que Godoy tem mais chances. “Os tr�s nomes s�o �timos. Bem melhores do que a situa��o atual (Augustin)”, afirmou. Para o BB a escolha est� entre Paulo Caffarelli e Alexandre Abreu, ambos de carreira no banco. Jorge Hereda, baiano e indicado por Jacques Wagner, deve continuar no comando da Caixa. J� Luciano Coutinho pode ser substitu�do na presid�ncia do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES). (SK e DB)


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