Rio, 27 - A manuten��o dos volumes atuais de produ��o de petr�leo pela Opep lan�a mais sombras sobre um cen�rio j� conturbado para a Petrobras. Analistas j� consideram uma cota��o do Brent abaixo de US$ 70, o que comprometeria a viabilidade de investimentos estrat�gicos, como o pr�-sal. A falta de informa��es financeiras do �ltimo trimestre, � espera do impacto da corrup��o no caixa da empresa, e de proje��es atualizadas para 2015, que s� devem ser divulgadas em abril, contribu�ram para o pessimismo do mercado.
"Foi a pior not�cia no pior momento da companhia. � grav�ssimo", afirmou o ex-diretor da estatal, Wagner Freire. "O impacto ser� negativo no curto, m�dio e longo prazo. Agora, ela deixa de subsidiar o petr�leo, mas n�o o suficiente para recompor o caixa e gerar novas receitas", completou.
A avalia��o � que at� o patamar de US$ 80 a Petrobr�s conseguiria estancar a defasagem entre os pre�os de importa��o e revenda no mercado interno de derivados de petr�leo. O d�ficit da companhia chegou a US$ 20,4 bilh�es em 12 meses encerrados em setembro, segundo c�lculos do Ita� Unibanco.
Mas os analistas n�o vislumbram, nem no longo prazo, esse patamar para a cota��o internacional. Nesta quinta-feira, 27, ap�s a decis�o da Opep, o Brent chegou a ser negociado a US$ 69, pr�ximo ao limite de viabilidade de explora��o do pr�-sal. A estimativa � que a companhia conseguiria segurar a produ��o com cota��o a US$ 45 e US$ 60 - em cen�rios de estresse passageiro, e n�o prolongado.
"Quem pode dizer quando e se o patamar vai voltar a US$ 100?", diz Pedro Galdi, analista da SLW Corretora. "Com a situa��o atual, a companhia come�a a repensar a atua��o. O medo � que as estrat�gias fiquem contaminadas com a situa��o e a companhia adie investimentos em um momento que j� � ruim para sua credibilidade", completa Galdi.
Sem as informa��es do balan�o financeiro do terceiro trimestre, e tamb�m sem uma defini��o sobre o plano de neg�cios de 2015, investidores avaliam que o mercado est� no "escuro" sobre a real situa��o da Petrobras. "A surpresa � que a queda das a��es n�o tenha sido maior", disse Galdi, em refer�ncia ao desempenho da petroleira na Bovespa, hoje.
A preocupa��o com o longo prazo � un�nime entre os analistas. Em an�lise encaminhada a analistas, o Ita� Unibanco classificou que uma recupera��o do cen�rio, para a companhia, s� viria a partir de 2018, com a alta da produ��o e sua "eventual" consolida��o como exportadora de �leo.
Na �ltima semana, a presidente Gra�a Foster tentou expressar otimismo aos investidores, projetando um patamar m�dio de US$ 85 at� 2018. "O Brent menor para n�s � bom, por que temos ainda uma diferen�a sobre perdas que tivemos anteriormente", afirmou. Ainda assim, a executiva ressalvou que as mudan�as provocam uma "diferen�a na gera��o de nossas receitas e financiabilidade".
Em meio a discuss�es sobre a nova composi��o do governo, o secret�rio de Petr�leo e G�s do Minist�rio de Minas e Energia, Marco Ant�nio Almeida, reagiu sem entusiasmo � decis�o da Opep. "Se reduzir produ��o, aumenta pre�o e beneficia a petroleira. Se n�o reduzir, n�o beneficia nenhuma petroleira", disse. (Colaborou Fernanda Nunes)
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Pre�o do petr�leo amea�a a Petrobras
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