Bras�lia – Os novos ministros da equipe econ�mica saber�o hoje o tamanho do desafio que ter�o pela frente na dura tarefa de resgatar a confian�a de empres�rios, investidores e fam�lias, al�m de recolocar o pa�s nos trilhos do crescimento. A expectativa dos comandantes da pol�tica econ�mica no segundo mandato do governo Dilma Rousseff � que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) sinalize que a economia voltou a crescer, ap�s entrar em recess�o t�cnica na primeira metade do ano.
As apostas s�o que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha registrado expans�o de 0,1% a 0,2% no per�odo entre julho e setembro. O avan�o modesto, contudo, � insuficiente para reverter os maus resultados do ano, uma vez que a atividade encolheu dois trimestres seguidos e nada indica, por enquanto, que a melhora recente represente forte retomada do crescimento. Para 2014, as estimativas ainda s�o desoladoras. Na melhor das hip�teses, dizem analistas, o pa�s conseguir� avan�ar s� 0,2%.
Isso se o PIB do terceiro trimestre vier positivo, o que nem sequer � consenso entre analistas de mercado financeiro. “Nossa proje��o � de um crescimento nulo no terceiro trimestre”, informou o economista-chefe do Banco Modal, Alexandre de �zara. “Na verdade, a aposta � de crescimento zero com grandes chances de o resultado vir negativo, devido � falta de confian�a, que ainda continua bastante elevada”, acrescentou.
A maior parte dos analistas que acredita em crescimento do PIB no terceiro trimestre avalia que o resultado seria puxado pelo consumo do governo, que acelerou de julho a setembro, justamente durante o per�odo pr�-eleitoral. N�o � toa, o Tesouro registrou rombo no caixa por cinco meses seguidos. Por isso, j� h� especialistas que apostam que a participa��o do governo sobre o PIB, que j� era grande, tenha subido.
Nos �ltimos quatro trimestres, at� junho deste ano, o consumo do setor p�blico se expandiu em tr�s oportunidades. No acumulado do ano, a eleva��o contabilizada pelo IBGE j� � de 2,1%. Ao turbinar gastos, tudo o que o governo conseguiu, em vez de estimular a economia, foi encolher o saldo nominal das contas p�blicas, contabilidade em que s�o listadas todas as despesas e receitas do setor p�blico, inclusive a conta de juros, que n�o entra, por exemplo, no super�vit prim�rio – que tamb�m desabou no ano.
D�FICIT
Por esse par�metro mais abrangente, geralmente preterido pelo governo, o Brasil det�m um d�ficit cerca de tr�s vezes superior � m�dia dos pa�ses emergentes, conforme dados recentes do Fundo Monet�rio Internacional (FMI). Pior do que isso. Se essa sangria n�o estancar, conforme prometeu tanto o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, quanto o futuro ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, o pa�s poder� perder o selo de grau de investimento j� nos primeiros meses de 2015. O alerta j� foi feito por uma das tr�s maiores as ag�ncias de classifica��o de risco do mundo, que passaram a analisar as contas p�blicas do Brasil com lupa diante de tantos maus resultados apresentados.
Se os gastos do n�o param de crescer, o mesmo n�o se pode dizer do consumo das fam�lias, que vem desacelerando em meio � escalada da infla��o e dos juros ao consumidor, que est�o no maior patamar em tr�s anos. No primeiro trimestre do ano, as gastos das fam�lias encolheram 0,2%. Nos tr�s meses seguintes houve pequeno avan�o, de 0,3%, resultado que praticamente s� recuperou o tombo registrado anteriormente.