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Estado de Minas

Ajustes refor�am previs�o de 2015 dif�cil para o Brasil


postado em 28/11/2014 08:49 / atualizado em 28/11/2014 09:57

Em suas proje��es, economistas de diferentes matizes podiam discordar das medidas que deveriam ser adotadas em rela��o � economia no pr�ximo ano, mas sempre houve uma unanimidade entre eles: 2015 seria um ano dif�cil. Na quinta-feira, a fala conjunta dos futuros ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, ao lado do reconduzido presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reafirmou a proje��o. O ano ser� de duros ajustes que v�o afetar a vida de todos os brasileiros. Pode parecer um contrassenso, mas a mensagem foi bem recebida pelos economistas.

Isso ocorreu porque, diferentemente da atual equipe econ�mica, a nova mostrou que reconhece o cen�rio ruim e sinalizou que vai trabalhar para corrigir a rota. "A nova equipe econ�mica � uma clara mudan�a de rumo", diz o economista Luiz Carlos Mendon�a de Barros, ex-ministro do governo Fernando Henrique Cardoso. "E � uma mudan�a correta, porque os resultados do primeiro mandato se mostraram ruins. Ent�o, agora n�o tem mais sentido qualquer an�lise catastr�fica para a economia no ano que vem." Segundo ele, um dos efeitos imediatos � o de que o mercado de trabalho, que come�ava a dar sinais de arrefecimento, n�o vai piorar tanto como o esperado.

O economista Eduardo Giannetti, que trabalhou na campanha da candidata � presidente Marina Silva (PSB), ainda tem d�vidas sobre se haver� espa�o pol�tico para a nova equipe trabalhar, mas concorda com a vis�o. "Caso o novo ministro possa colocar em pr�tica suas ideias, � poss�vel que o cen�rio de turbul�ncias comece a mudar."



Ano duro

Uma boa pista sobre qual ser� o impacto de um eventual ajuste no dia a dia das pessoas est� no valor anunciado do super�vit prim�rio (a economia do governo para pagar os juros da d�vida). Levy falou em 1,2% de prim�rio. Ele � conhecido por ser um ortodoxo, ent�o, a expectativa � de que fa�a um prim�rio sem truques, que dependa de uma arrecada��o mais robusta e de um leg�timo corte de gastos. "Nesse cen�rio, n�o tem m�gica: teremos aumento de impostos e cortes de subs�dios", avalia Alessandra Ribeiro, economista da Tend�ncias Consultoria Integrada.

J� se prev� aumento da Cide, que hoje est� zerada, o que vai elevar o pre�o da gasolina. Tamb�m existe a expectativa de que as passagens de metr� e de �nibus, hoje represadas, sejam reajustadas. O mesmo vai ocorrer com a energia. Pelas expectativas da Tend�ncias Consultoria, o reajuste m�dio da conta de luz ser� de 18%.

O aumento das tarifas vai pressionar a infla��o, que j� encostou no teto da meta (de 6,5%). Assim, para fazer a infla��o ceder, ser� preciso segurar o consumo. A Selic, a taxa b�sica de juros, com certeza ser� elevada, encarecendo o cr�dito. As presta��es, do cal�ado mais b�sico ao carro mais luxuoso, v�o ficar maiores.

Gastos p�blicos

H� por�m uma expectativa positiva em rela��o ao outro lado da equa��o do ajuste: o lado do gasto p�blico. "Se Joaquim Levy cortar gastos ou ao menos segur�-los para que parem de subir acima da receita, teremos dois efeitos ben�ficos", diz Marina Santos, economista-chefe da gestora Mau� Sekular.

O primeiro, diz ela, � aliviar a alta dos juros. A Selic ainda seria elevada, mas em pontos porcentuais menores. Assim, o tranco sobre o cr�dito tenderia a ser menor. Isso � poss�vel porque, para cada ponto porcentual a mais que o governo poupa, representa um ponto porcentual a menos para se elevar na Selic.

O outro fator positivo � que um governo mais austero ser� capaz de resgatar a confian�a de consumidores e, principalmente, de empres�rios e investidores. "O cen�rio para 2015 vinha se deteriorando h� meses e tudo indicava que o Pa�s caminhava para a recess�o, aumento do desemprego, queda da renda, com infla��o e perda do grau investimentos: poder�amos retroceder uns 10 anos", diz Marina. "Ainda n�o temos os detalhes sobre o ajuste, mas se o discurso for posto em pr�tica, pode recuperar a confian�a." Em outras palavras: o ajuste vai doer em 2015, mas pode deixar a economia mais saud�vel a partir de 2016. Colaborou Carmem Pompeu, especial para o jornal O Estado de S.Paulo.


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