Adapta��o clim�tica pode custar US$ 500 bilh�es por ano ao mundo em desenvolvimento

Os pa�ses em desenvolvimento poder�o necessitar de at� 500 bilh�es de d�lares ao ano em 2050 para enfrentar os efeitos das mudan�as clim�ticas, segundo um estudo das Na��es Unidas divulgado nesta sexta-feira. Os custos de adapta��o que dever�o ser assumidos pelos pa�ses s�o muito mais elevados do que o calculado anteriormente, segundo informe do Programa das Na��es Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), divulgado em Lima, durante a confer�ncia da ONU sobre mudan�as clim�ticas (COP20).

Segundo as novas estimativas contidas no informe, segundo o qual os c�lculos anteriores foram subestimados, "os custos de adapta��o podem aumentar para US$ 150 bilh�es em 2025/2030 e entre US$ 250 bilh�es e US$ 500 bilh�es no ano 2050", podendo haver "uma significativa falta de financiamento depois de 2020". "Os impactos das mudan�as clim�ticas come�am a ser um fator nos or�amentos nacionais e locais", declarou Achim Steiner, diretor executivo do Pnuma em um comunicado.

"Este estudo destaca a import�ncia de incluir planos de adapta��o integrais no acordo" sobre as mudan�as clim�ticas que a ONU tenta alcan�ar, afirmou Steiner. "As crescentes implica��es de custos para comunidades, cidades, neg�cios, pagadores de impostos e or�amentos nacionais exigem uma aten��o maior � medida que se traduzem em consequ�ncias econ�micas reais", acrescentou.

De acordo com o relat�rio, entre 2012 e 2013, o volume de financiamento p�blico global comprometido na adapta��o variou de US$ 23 bilh�es a US$ 26 bilh�es. Deste montante, 90% foram para pa�ses em desenvolvimento. O alt�ssimo custo que os pa�ses ter�o que pagar para fazer frente aos efeitos do clima aumentar� mesmo se a ONU alcan�ar o objetivo de reduzir as emiss�es de carbono ao n�vel exigido para que a temperatura da Terra n�o suba mais de 2º C neste s�culo, advertiu o informe.

Este primeiro relat�rio do Pnuma sobre o financiamento que falta fazer para enfrentar as mudan�as clim�ticas, apresentado paralelamente � confer�ncia COP20 da ONU sobre o clima, em Lima, serve para medir de que forma o mundo far� frente aos maiores custos futuros.

O apoio � adapta��o � uma pe�a chave das negocia��es que as Na��es Unidas auspiciam em Lima para delinear os termos gerais de um novo pacto mundial para conter o aquecimento global. Os pa�ses pobres mais vulner�veis aos impactos das mudan�as no clima - como eventos clim�ticos extremos, inunda��es, secas e eleva��o do n�vel do mar - exigem que um compromisso dos ricos com a adapta��o e a ajuda financeira seja contemplado no texto.

Mas muitos pa�ses industrializados insistem em que o acordo, que dever� ser assinado em dezembro de 2015, em Paris, com entrada em vigor em 2020, deveria se concentrar na mitiga��o, ou seja, nos esfor�os para conter as emiss�es de gases de efeito estufa.

Este primeiro relat�rio do Pnuma sobre o financiamento que falta fazer para enfrentar as mudan�as clim�ticas, apresentado paralelamente � confer�ncia COP20 da ONU sobre o clima, em Lima, serve para medir de que forma o mundo far� frente aos maiores custos futuros.
Custo 'significativamente subestimado'

O Painel Intergovernamental sobre Mudan�as Clim�ticas (IPCC), o mais elevado �rg�o de cientistas especializados em clima chancelado pelas Na��es Unidas, projetou que os custos da adapta��o nos pa�ses em desenvolvimento alcan�ar�o entre US$ 70 bilh�es e US$ 100 bilh�es ao ano em 2050, amplamente baseados em cifras de 2010 do Banco Mundial.

Mas o novo informe do Pnuma destaca que estes valores provavelmente estariam "significativamente subestimados", mesmo que que o aquecimento global seja limitado a 2º C neste s�culo, o que muitos cientistas consideram improv�vel. As novas informa��es reunidas por institui��es de pesquisa, derivadas de bases de dados mais amplas e detalhadas, revelaram que "no m�nimo, os custos de adapta��o s�o provavelmente de duas a tr�s vezes mais altos", acrescentou.

"O relat�rio � um lembrete poderoso de que custo potencial da ina��o tem um pre�o real. Os debates das bases econ�micas da nossa resposta �s mudan�as clim�ticas precisam ser mais honestos", acrescentou Steiner. "N�s devemos isto a n�s mesmos, mas tamb�m � pr�xima gera��o, pois ser�o eles que ter�o que pagar a conta", prosseguiu.

Celebrada em Lima, a Confer�ncia das Partes sobre a Conven��o-quadro sobre as Mudan�as Clim�ticas (COP20), re�ne 195 pa�ses e a Uni�o Europeia em negocia��es que tem como uma de suas principais tarefas delinear as linhas gerais de um pacto clim�tico que as partes assinar�o em 2015, em Paris.

N�o � uma tarefa simples, pois h� anos, as negocia��es t�m sido afetadas pelas imensas brechas entre ricos e pobres sobre quem deve carregar o maior fardo do corte das emiss�es, o que representa uma dif�cil migra��o, tanto pol�tica quanto econ�mica, do uso de energias f�sseis, abundantes e baratas, para fontes mais limpas, que precisam de investimento.