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Estado de Minas

Reajuste no pre�o do peru foi inferior � infla��o em 12 meses e alivia custo da ceia de Natal

Alta no pre�o m�dio do peru, que j� come�ou a ser vendido para os festejos de fim de ano em Belo Horizonte, ficou em 5%


postado em 06/12/2014 06:00 / atualizado em 06/12/2014 07:40

Paulo Dias, que só vai definir o prato da ceia na véspera, observa que produtos ficaram mais caros(foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Paulo Dias, que s� vai definir o prato da ceia na v�spera, observa que produtos ficaram mais caros (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)

Um dos personagens mais tradicionais da ceia de Natal j� chegou aos supermercados. A menor press�o de insumos como milho e soja e das exporta��es que aguardam pela abertura de mercados compradores favorece o consumidor. Levantamento do site Mercado Mineiro que comparou pre�os nos �ltimos doze meses mostra que o peru encareceu at� 9%, mas, considerando-se o pre�o m�dio, a alta foi de 5% no varejo, abaixo, portanto, da infla��o registrada no mesmo per�odo, de 6,56% no Brasil e 6,21% na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. A varia��o do custo de vida refere-se ao �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), a infla��o oficial, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). J� o chester, frango especial, que para muitas fam�lias se torna substituto do peru, chegou �s prateleiras, em m�dia, at� 4% mais barato que no ano passado.

Peru e chester n�o fazem parte da estrutura de c�lculo do IPCA. O levantamento do IBGE de novembro indicou, no entanto, que as carnes em geral est�o entre os campe�es das remarca��es neste ano, com eleva��o de 13,86%, na m�dia dos pre�os.

Minas Gerais � o terceiro estado com maior produ��o de peru. E este ano o varejo espera vender at� 8% mais aves natalinas que no ano passado, segundo proje��o da Associa��o Mineira de Supermercados (Amis). Apesar de custar cerca de 50% acima do pre�o do quilo do frango, o peru tem espa�o cativo na mesa de fim de ano. “Entre as aves especiais, ele representa 60% das vendas”, calcula Francisco Turra, presidente da Associa��o Brasileira de Prote�na Animal (ABPA).

Na compara��o de pre�os com o ano passado, o Mercado Mineiro apontou alta m�dia de 9,2% no peru da Sadia. No caso da Perdig�o, os pre�os ficaram praticamente est�veis, com alta de 0,6%. A pesquisa tamb�m comparou pre�os entre quatro marcas de peru em sete supermercados da capital. O quilo da ave da Sadia sai at� 32% mais caro que o da Rezende (veja quadro). Entre os estabelecimentos, tamb�m h� diferen�as que podem chegar a 12% para o mesmo produto. O da Sadia � vendido entre R$ 14,28 e R$ 15,98 em BH.

tradi��o Na fam�lia da psic�loga Patr�cia Bastos o peru tem lugar cativo. Ela conta que, na mesa de Natal, a ave pode at� dividir espa�o com a carne su�na, mas nunca � substitu�da. “J� virou uma tradi��o.” Patr�cia diz que escolhe o produto simples, sem recheios, n�o pela marca, mas pelo menor pre�o. Ela acredita que a qualidade � parecida entre os fabricantes do mercado. Para a psic�loga, o peru n�o � consumido ao longo do ano porque a oferta ainda � restrita ao per�odo natalino e tamb�m por casusa do pre�o. “Como � mais caro, � uma ave para ocasi�es especiais.” No freezer do supermercado, a consumidora avaliou os pre�os e acredita que vai pagar pela ave praticamente o mesmo valor do Natal de 2013.

Christian Morais, gerente comercial da rede Super Nosso e Apoio, confirma que este ano o peru encareceu, em m�dia, 5% frente ao ano passado. Segundo ele, a rede espera vender mais neste Natal porque o consumo vem crescendo a cada ano. Ele observa que o peru tem ganhado espa�o na mesa do consumidor tamb�m na P�scoa. Segundo ele, o mix de aves especiais cresceu e � poss�vel encontrar produtos para adequar or�amentos. “Um peru para uma fam�lia de cinco ou seis pessoas pode custar entre R$ 50 e R$ 70, mas existem aves festivas que custam entre R$ 30 e R$ 40, para um grupo do mesmo tamanho.”

O Brasil produz, por ano, perto 360 mil toneladas de peru e exporta 40% desse total, principalmente para pa�ses do bloco europeu. A partir do ano que vem, pode haver maior press�o de pre�os j� que h� expectativas de crescimento das vendas para o exterior. “H� interesse de pa�ses do Leste europeu e da �frica do Sul pela ave brasileira. S� o M�xico quer comprar do Brasil 100 mil toneladas por ano, quase um ter�o da atual exporta��o”, compara Turra.

Nos supermercados de BH, a expectativa é de alta de 8% nas vendas de aves especiais neste mês(foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Nos supermercados de BH, a expectativa � de alta de 8% nas vendas de aves especiais neste m�s (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
O administrador Paulo Augusto Dias ainda n�o se decidiu sobre o prato do Natal, vai deixar a escolha para a v�spera, quando sua fam�lia vai escolher o peru ou o pernil. Ele j� deu uma olhada nos pre�os da ave e considerou, de modo geral, os valores altos. “O consumidor n�o tem muita sa�da: se optar pelo peru ou por uma carne su�na, acredito que vai pagar mais ou menos a mesma coisa. Os alimentos encareceram muito”, considerou.

A maior parte da industrializa��o da ave natalina � concentrada em dois grande fabricantes BRF e JBS. De acordo com a Associa��o de Avicultores de Minas Gerais (Avimig), o mercado ser� bem abastecido pela produ��o, que acompanhou o crescimento da demanda. Segundo Ant�nio Carlos Costa, presidente da associa��o, neste ano houve press�o de custos, principalmente de itens como a m�o de obra, no entanto, os pre�os de insumos a exemplo de gr�os, que pesam na ra��o, maior custo da produ��o, deu um refresco, o que possibilitou que a alta de pre�os tenha ficado abaixo da infla��o do pa�s. Sobre a varia��o de pre�os do peru de Natal, o Estado de Minas entrou em contato com a Sadia, mas a empresa n�o respondeu � reportagem.

Press�o nas roupas e nos combust�veis


A alta aparentemente leve da infla��o na Grande BH para 0,41% em novembro, ante 0,37% em outubro, deve servir de alerta para o consumidor, �s v�speras das festas de Natal e ano-novo. Os pre�os dos alimentos e bebidas, de vestu�rio, servi�os de sa�de e cuidados, al�m de despesas pessoais, subiram acima da varia��o m�dia do custo de vida no m�s passado, restando apenas dois grupos de despesas – habita��o e artigos de resid�ncia – com varia��es abaixo do IPCA geral. Se n�o bastasse a press�o sobre os gastos com comida e bebida, que variaram 0,57% em novembro, os artigos de vestu�rio surpreenderam, com aumento m�dio de pre�os de 0,65%, assumindo o ranking dos itens campe�es das remarca��es.

Os combust�veis tamb�m deram o ar da gra�a e contribu�ram para mais aperto no bolso do consumidor. Depois do reajuste anunciado em 6 de novembro pela Petrobras �s refinarias, de 3% para a gasolina e 5% para o diesel, nos postos o aumento m�dio dos pre�os dos combust�veis foi de 1,8%. O analista do IBGE em Minas Antonio Braz de Oliveira e Silva avalia que o cen�rio da economia � incerto para qualquer expectativa de evolu��o dos pre�os neste m�s. No grupo de servi�os p�blicos administrados, h� perspectivas de volta da Contribui��o de Interven��o no Dom�nio Econ�mico (Cide).
Nas estimativas de Braz e Silva, uma vez considerada a meta de infla��o de 6,5%, o custo de vida de dezembro na Grande BH ter� de estacionar em 1,07% para que ela seja cumprida. O IPCA medido na capital pela Funda��o Ipead, vinculada � UFMG, segue na mesma toada, ao passar da varia��o de 0,41% em outubro para 0,77% no m�s passado. Na avalia��o do gerente de pesquisas da funda��o, Eduardo Antunes, o consumidor deve estar preparado para mais aumentos associados �s comemora��es de fim de ano e aos pre�os p�blicos. “H� press�es de pre�os t�picas de fim de ano, quando sobem as demandas por comida e presentes”, observa. Antunes acredita que ser� muito dif�cil evitar, ainda, um reajuste de pre�os das passagens de �nibus. S�o press�es que costumam levar a infla��o a varia��es ao redor de 0,5%, pelo menos, em dezembro. (MV)


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