
“� dif�cil n�o haver carregamento da alta da Selic agora e no ano que vem. A economia, com pouco crescimento, � ruim para a receita do governo. A d�vida l�quida est� em expans�o, com juros mais elevados e com mais gastos vinculados”, explica o economista-chefe da INVX Global Partners, Eduardo Velho. “Levy n�o ter� muito espa�o para cortar gastos", acrescenta Velho. Ele lembra que, quando Levy era secret�rio do Tesouro Nacional, em 2003, a situa��o tamb�m era ruim. “Ele vai demorar mais tempo para entregar um super�vit de 1,2%, mas isso vai depender muito das condi��es do pa�s nos pr�ximos meses. Ele precisar� criar condi��es para aumentar a receita, como ressuscitar a CPMF e a Cide”, avalia.
A economista Monica Baumgarten de Bolle, diretora da consultoria Galanto/MBB, tamb�m considera que as maldades que dever�o ser feitas pelas m�os de Levy ser�o as de sempre. “Os cortes de gastos s�o limitados e, inevitavelmente, vai ter que ter aumento de imposto. As desonera��es que v�o vencer n�o ser�o renovadas e existe uma chance muito grande de a nova equipe econ�mica ser obrigada a reverter a desonera��o permanente da folha de pagamentos”, aposta.
Para a economista, pelo seu perfil, Levy n�o aceitaria assumir o cargo se n�o tivesse carta branca para fazer o que ser� preciso para rearranjar as contas p�blicas. “Acredito que ele conseguir� entregar um superavit prim�rio de 1,2%, mas ele ter� de mexer na receita e reeditar contribui��es, como a CPMF e a Cide e tudo aquilo que n�o precisar� passar pelo Congresso. N�o tem m�gica", destaca ela, lembrando que a proje��o de expans�o de apenas 0,8% do PIB em 2015 sinaliza que n�o haver� receita suficiente para os gastos que estar�o travados com o Or�amento Impositivo.
Rombo
O economista Paulo Rabelo de Castro, coordenador do Movimento Brasil Eficiente, estima que o d�ficit prim�rio deste ano, sem a contabilidade criativa do atual governo, dever� ser de R$ 50 bilh�es a R$ 100 bilh�es, por conta do novo aporte de R$ 30 bilh�es para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES). Pelas contas do economista Felipe Salto, da consultoria Tend�ncias, o d�ficit fiscal deste ano dever� ser de R$ 30,9 bilh�es, ou 0,6% do PIB, e, no ano passado, o resultado prim�rio foi de apenas 0,6%, com exclus�o das receitas extraordin�rias como concess�o do pr�-sal, dividendos e ades�o ao Refis, que entraram na conta para que o governo cumprisse a meta de 1,9% do PIB. A seu ver a tarefa de Levy n�o ser� f�cil. “Para sairmos de um prim�rio negativo e chegarmos num superavit de 1,2% do PIB, deveria ocorrer uma economia de mais de R$ 90 bilh�es entre 2014 e 2015”, explica.