
O ano novo j� est� pr�ximo e os pais devem preparar o bolso para n�o deixar o or�amento no vermelho. Al�m de todas as contas, as mensalidades escolares v�o aumentar. De acordo com pesquisa do site Mercado Mineiro exclusiva para o Estado de Minas, o pre�o m�dio do que � pago �s escolas particulares vai sofrer reajuste de at� 14,1% em 2015. O percentual � maior que a infla��o oficial do pa�s, medida pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), que registrou alta de 6,21% no acumulado dos �ltimos 12 meses em Belo Horizonte. Segundo a pesquisa, a mensalidade da 1ª s�rie do ensino fundamental foi a que registrou maior aumento, passando o pre�o m�dio de R$ 733,96 para R$ 824,03.
Em seguida no ranking da infla��o aparece a mensalidade da 2ª s�rie do ensino fundamental, que at� o final deste ano custa, em m�dia, R$ 733,96, e passar� a custar R$ 818,17 a partir de janeiro de 2015, registrando aumento de 11,47%. A mensalidade da 3ª s�rie do ensino fundamental aumentou 11,38% e a 5ª s�rie teve reajuste de 13,15%. Entre as s�ries do ensino m�dio, a mensalidade do 3º ano, que em 2014 custava cerca de R$ 1.040,50, foi a que apresentou maior aumento. Um acr�scimo de 13,02% fez o valor pago mensalmente subir para R$ 1.175,98, em m�dia.
Na avalia��o do analista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) em Minas Ant�nio Braz, o impacto da alta das mensalidades na infla��o deve ser sentido a partir do m�s de fevereiro, uma vez que os reajustes incorporam nos �ndices da infla��o dos meses anteriores. Segundo ele, o percentual j� ultrapassou o teto da meta de 6,5% estabelecido pelo governo para este ano. “Com o aumento da renda da popula��o, cresceu tamb�m a demanda por esse tipo de servi�o, que h� anos vem apresentando �ndices inflacion�rios muito acima do �ndice de outros grupos”, explica. Segundo o analista, al�m de pesar no bolso no in�cio do ano, o consumidor vai se incomodar ainda mais nos meses seguintes, um vez que os aumentos salariais s�o mais contidos e n�o acompanham o peso desse aumento.
Com reajuste de quase 16% anunciado pelo col�gio do filho Jo�o Paulo, de 13 anos, a fisioterapeuta M�rcia Coelho j� estipulou: este ano, o presente de Natal ser� o material escolar e o uniforme. Tudo, calcula ela, deve passar de R$ 1 mil. “Nunca sabemos a justificativa para esse aumento que todos os anos supera a infla��o registrada no pa�s. Ao longo do ano, pesa no or�amento, mas � um gasto que n�o temos como cortar ou reduzir. Afinal, � um investimento na educa��o do nosso filho. O problema � que nossa renda nunca acompanha esse reajuste”, ressalta M�rcia.
Sem ter como fugir dos reajustes, o diretor-executivo do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, afirma que � importante que os pais questionem nas escolas os aumentos e confiram sempre as planilhas de custos que as pr�prias escolas disponibilizam para consulta. “� um aumento que vai pesar no or�amento da fam�lia, principalmente quando se tem mais de um filho no col�gio. Para tentar evitar gastos excessivos, aconselhamos que os pais fiquem de olho no que � inclu�do na planilha de custo da escola e cobrem o que � oferecido para n�o ter preju�zos”, explica.
MUDAN�A Na fam�lia do banc�rio Marcelo da Fonseca, o impacto ser� ainda maior. Com dois filhos de 8 e 14 anos na escola particular, ele conta que na �ltima semana recebeu a circular do col�gio comunicando um reajuste de cerca de 13% nas mensalidades. A mais nova ser� matriculada na 3ª s�rie do ensino fundamental e, o mais velho no 1º ano do ensino m�dio. Al�m do reajuste imposto pelo col�gio nas mensalidades, Marcelo conta que ter� um gasto de quase R$ 400 a mais em fun��o da mudan�a do ensino fundamental para o m�dio. “Acho que n�o justifica um aumento t�o alto. Eles disponibilizam a planilha de custos da escola para olharmos, mas n�o d�o liberdade de discutir e mudar. Sabemos que pagar a educa��o dos nossos filhos � um investimento, mas chega uma hora que fica dif�cil, pois nossos sal�rios n�o acompanham o reajuste dos gastos b�sicos da fam�lia, principalmente da educa��o que � sempre acima da m�dia”, afirma.
O Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG), que j� havia divulgado em setembro que as mensalidades seriam reajustadas com �ndices entre 13% e 16%, justifica o aumento acima da infla��o oficial do pa�s com despesas de pessoal, reajuste salarial de professores e funcion�rios e inclus�o de novas tecnologias no processo pedag�gico das escolas. De acordo com o presidente do sindicato, Emiro Barbini, al�m disso, as institui��es precisam calcular o reajuste em cima da infla��o do pr�ximo ano, j� que, por lei, eles devem fixar os pre�os antes do in�cio das aulas, permanecendo at� o final do ano. “As escolas levam em conta o que pode acontecer em 2015. O sal�rio m�nimo, por exemplo, vai aumentar 8,8%, em abril temos o diss�dio salarial dos professores e ainda tem a infla��o em cima dos insumos e despesas b�sicas como �gua e luz. Tudo isso impacta no pre�o, que n�o pode ser reajustado em qualquer momento do ano, apenas um vez”, explicou.

Infraestrutura e nota no Enem na justificativa
Entre os col�gios que reajustaram a mensalidade, o Pit�goras informou que a alta nos pre�os das mensalidades foi estipulada em torno de 11%. Segundo o gestor de planejamento estrat�gico do col�gio, Bruno Ramos, o reajuste � justificado pelo aumento do custo da folha de pagamento de pessoal e de novos projetos pedag�gicos que ser�o implementados no pr�ximo ano. “Estamos modificando nosso pedag�gico e implementando projetos de monitoria e de refor�o para o Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem) que n�o acarretar� em nenhum custo adicional aos pais. Tudo estar� inclu�do no novo valor da mensalidade”, ressalta.
No Instituto Pedag�gico Val�ria Marinho, um dos que registrou o menor valor de mensalidade para o 1º e 2º anos do ensino fundamental, a justificativa para o aumento de 11% segue a mesma linha do Sinep-MG, afirmando custo pessoal e despesas fixas como �gua e luz.
Na mesma pesquisa foi destacado tamb�m a varia��o de pre�o encontrada entre os col�gios. Segundo o levantamento, a maior varia��o, 285,13% foi no pre�o da mensalidade das 1ª e 2º s�ries. Elas v�o de R$ 330 a R$ 1.270,92 (veja na arte todos as varia��es).
O diretor-executivo do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, afirma que a varia��o pode ser justificada de acordo com a qualidade de ensino e infraestrutura da unidade. “A metodologia usada, corpo docente, carga hor�ria e at� a nota que os alunos conseguem no Enem podem influenciar nos pre�os cobrados pelos col�gios. Os pais devem ficar atentos aos investimentos e verificar se a institui��o est� oferecendo aquilo que a escola prop�e”, afirma o diretor, que aconselha ainda que os pais e os pr�prios alunos optem por uma institui��o que ofere�a qualidade no ensino, estrutura e profissionais capacitados, dentro das possibilidades de cada or�amento.