
Bras�lia – Os brasileiros que planejam viajar para fora do pa�s devem preparar o bolso. Se a alta recente do d�lar j� tornou muitos pacotes internacionais invi�veis, a que tudo indica 2015 ser� um ano ainda mais dif�cil para os turistas brasileiros. A aposta de cerca de 100 institui��es financeiras consultadas pelo Banco Central na pesquisa semanal Focus � que a moeda norte-americana encerre o ano que vem cotada a R$ 2,70 para a venda.
A maior preocupa��o continua sendo com os pr�ximos passos da pol�tica monet�ria dos Estados Unidos, que, ap�s terem dado sinais mais claros de retomar o crescimento mais forte do Produto Interno Bruto (PIB), podem, a qualquer momento em 2015, come�ar a adotar pol�ticas de conten��o do consumo interno. Os analistas prev�em que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) subir� os juros ainda na primeira metade do ano que vem.
Caso a amea�a de um aperto monet�rio seja concretizada, haveria menos recursos para investimentos em pa�ses emergentes, como o Brasil, que apesar de possuir os maiores juros reais do mundo, n�o oferece a mesma seguran�a ao investidor que os EUA. �pelo fato de o Brasil ter t�o elevados que o economista-chefe da Gradual Investimentos, Andr� Perfeito, n�o acredita em uma debandada geral de recursos. “Acho que o d�lar poderia ir para al�m de R$ 2,70, mas se o diferencial de juros (elevado) permanecer, e o petr�leo em queda ajudar a fazer um resultado comercial melhor do Brasil, via aumento das exporta��es, acho que podemos ter um real um pouco abaixo desse patamar”, disse.
Pre�os
A alta da moeda norte-americana � um entrave ao controle da alta de pre�os pelo BC, j� que um quinto dos insumos usados na produ��o nacional vem de fora do pa�s. N�o por outro motivo, os analistas ouvidos para a Focus projetam tamb�m uma alta da infla��o em 2015. As previs�es apontam que o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), o par�metro oficial da carestia no pa�s, ficar� em 6,5% ao ano, na risca do teto da meta de infla��o. Enquanto isso, o PIB cresceria apenas 0,73%.
Para Sidnei Nehme, economista-chefe da NGO Corretora, o que vai definir a trajet�ria do d�lar � a sinaliza��o que a pr�xima equipe econ�mica dar� sobre como ser� a guinada da pol�tica fiscal e monet�ria no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Nos primeiros quatro anos de governo, ele frisou, o pa�s trilhou um caminho de maior toler�ncia com gastos p�blicos, o que jogou mais lenha na fogueira da infla��o. Na tentativa de evitar que os pre�os fugissem do controle, o governo promoveu interven��es no mercado de c�mbio, ofertando, diariamente, US$ 100 bilh�es. “A grande quest�o, agora, � saber quem vai conter a infla��o, se ser�o os juros e pol�tica fiscal mais r�gida, ou uma volta ao receitu�rio que j� se mostrou ineficiente, de tentar segurar os pre�os via �ncora cambial”, disparou.