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Estado de Minas

Presentes baratos de Natal desanimam lojistas de BH

�ndice que mede a inten��o de consumo das fam�lias tem menor resultado desde 2010. Segunda parcela do 13� deve pagar contas


postado em 17/12/2014 06:00 / atualizado em 17/12/2014 07:54

(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

Depois de um ano marcado pela escalada dos juros e pela disparada da infla��o, nem mesmo a segunda parcela do 13º sal�rio, que precisa ser paga pelo empregador at� o dia 20, deve salvar o Natal do varejo brasileiro em 2014. � o que sugere uma pesquisa divulgada ontem pela Confedera��o Nacional de Com�rcio, Bens e Servi�os (CNC): o �ndice de Inten��o de Consumo das Fam�lias (ICF) atingiu em dezembro 119,5 pontos, o menor resultado da s�rie hist�rica, iniciada em 2010. No confronto com o mesmo per�odo do ano passado, houve recuo de 7,7%. Em rela��o a novembro, a retra��o foi de 0,9%.

Em Belo Horizonte, a situa��o tamb�m incomoda bastante os empres�rios do setor. O �ndice de Confian�a do Consumidor (ICC), elaborado pela Funda��o Instituto de Pesquisas Econ�micas, Administrativas e Cont�beis (Ipead-UFMG) e semelhante ao ICF, s� ser� divulgado nas pr�ximas semanas,

mas os �ltimos levantamentos mostram seguidas quedas: 46,34 pontos em agosto, 45,97 em setembro, 45,79 em outubro e 45,40 em novembro. O ICC oscila de zero a 100 pontos e o n�mero 50 � a fronteira entre o cen�rio de pessimismo e o de otimismo.


“H� forte possibilidade de o ICC de dezembro ser o pior resultado (para o m�s nos �ltimos 10 anos). Para chegar ao resultado de 2013, que foi 46,22 pontos (o ent�o pior n�mero para dezembro desde 2005), o ICC teria de subir 1,8%. Mas o indicador n�o est� falando muito que isso ir� ocorrer. Caso suba, n�o ser� nada significativo”, lamentou Eduardo Antunes, coordenador de pesquisa da Funda��o Ipead.


Os lojistas acompanham o indicador da Funda��o Ipead e o da CNC de perto, pois, ao sinalizarem a inten��o de compras, ambos orientam a categoria sobre os investimentos em estoque, linhas de cr�dito, contrata��o de m�o de obra etc. “O t�quete m�dio do Natal deste ano � de R$ 90. O de 2013 foi de R$ 88. � um valor maior, mas n�o leva em conta a infla��o (no per�odo). O consumidor est� presenteando menos. No ano passado, de quatro a sete presentes. Neste, de um a tr�s”, disse Ana Paula Bastos, economista da C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH).


Ela, por�m, acredita na possibilidade de a segunda parcela do 13º sal�rio impulsionar as vendas para o Natal. Se depender de Jonathan de Souza, de 27 anos, o Natal ser� de lembrancinhas. Motorista de uma empresa de confec��o, com sal�rio em torno de R$ 1,5 mil mensais, ele usou a primeira parcela do 13º, paga em novembro, para saldar d�vida. A maior parte da segunda parcela ter� o mesmo destino.


“Os gastos com o Natal em 2014 ser�o menores que os de 2013 l� em casa, estou usando o 13º para quitar d�vidas e contas. Neste ano, gastarei menos com presentes para meus dois filhos, pois tudo encareceu e as contas pesaram”, disse, lamentando a disparada dos pre�os. Em BH, o �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a infla��o oficial, subiu 6,21% entre janeiro e novembro. No Brasil, 6,56%. Os dois resultados est�o bem acima do centro da meta estipulado pelo governo federal no in�cio do ano: 4,5%. “� verdade que a economia brasileira melhorou em rela��o a alguns anos atr�s, mas os pre�os est�o nas alturas. Isso � fato. Sobretudo os alimentos”, reclamou o vigilante Ant�nio Sim�es, de 33.

Juros

A infla��o em alta provoca o aumento no juro, prejudicando o volume de compras parceladas. No in�cio de dezembro, o Banco Central elevou a Selic, a taxa que dita o ritmo do juro no pa�s, para 11,75% ao ano. Em junho de 2013, por exemplo, a Selic estava em 8% ao ano.

O avan�o do juro e o da infla��o ajudaram a comprometer o or�amento das fam�lias em todo o pa�s, obrigando muita gente a resgatar dinheiro na caderneta de poupan�a para pagar contas. De janeiro a novembro, por exemplo, a capta��o l�quida da poupan�a somou R$ 18,6 bilh�es, cifra 70% inferior � comparada ao mesmo per�odo do exerc�cio anterior. Isso ocorreu em raz�o de as retiradas terem aumentado num ritmo superior ao dos dep�sitos. Na pr�tica, significa dizer que o brasileiro usou o que poupou no passado para financiar gastos atuais.

 


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