(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Com pior resultado dos neg�cios no Natal, com�rcio lan�a sald�es

Setor avalia medidas para se ajustar � economia desaquecida em 2015, como corte de investimentos e de margens


postado em 27/12/2014 06:00 / atualizado em 27/12/2014 07:21

Diante de lojas vazias, como ocorreu no Centro de BH, promoções e redução de preços podem não ser suficientes para compensar as perdas (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Diante de lojas vazias, como ocorreu no Centro de BH, promo��es e redu��o de pre�os podem n�o ser suficientes para compensar as perdas (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

Tempos mais dif�ceis vir�o para o com�rcio em 2015. O alerta vermelho foi dado, ontem, pelo balan�o das vendas do Natal, que foi o pior dos �ltimos anos, com base nas estat�sticas divulgadas por tr�s institui��es ligadas ao setor. Com as expectativas de uma economia que se manter� retra�da no ano que vem, e dever� combinar infla��o, juros altos e expans�o menor do emprego e da renda, os lojistas preparam medidas de ajuste ao novo cen�rio. Sald�es lan�ados pela primeira vez logo depois da festa natalina ou as promo��es n�o ser�o suficientes para salvar os neg�cios. Segundo empres�rios e especialistas ouvidos pelo Estado de Minas, ser� necess�rio rever investimentos, evitar empr�stimos e at� mesmo enxugar o quadro de empregados.

Segundo a consultoria Serasa Experian, o volume de vendas no Natal caiu 1,7% no Brasil na compara��o com igual per�odo do ano passado, e � o pior resultado desde o Natal de 2003. Na mesma linha, o estudo do Boa Vista SCPC (Servi�o Central de Prote��o ao Cr�dito) apontou queda de 0,7% nas vendas a prazo na semana que antecedeu o Natal, o que fez o com�rcio varejista registrar o movimento mais fraco dos �ltimos cinco anos. Por �ltimo, a Associa��o Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) apontou crescimento de 3%, em termos reais, na compara��o com o Natal de 2013, enquanto a expectativa era de 4,5%, o que consagra, segundo a entidade, o Natal de 2014 como o pior dos �ltimos oito anos para os centros de compras.

Para os especialistas consultados pelo EM, pelo menos tr�s fatores influenciaram negativamente o setor varejista. O primeiro deles � a alta da infla��o oficial do pa�s, calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�sca (IBGE), que no acumulado de j� chega a 5,58% e deve fechar no teto da meta do governo, estabelecido em 6,5%. Em segundo, a desacelera��o do mercado de trabalho ao longo do ano, que n�o produzia n�meros t�o fracos h� mais de 10 anos, aliada ao crescimento modesto da renda, que perde ritmo desde 2010 e alcan�ou campo negativo, de 0,1% neste m�s, comparado a maio, segundo dado mais recente divulgado pelo Departamento Intersindical de Estat�stica e Estudos Socioecon�micos (Dieese) (veja o quadro). Em terceiro, os juros altos para o consumidor, acompanhando a trajet�ria da taxa Selic, aquela que remunera os t�tulos do governo no mercado financeiro e serve de refer�ncia para o com�rcio e bancos, de 11,75% ao ano.

As pesquisas divulgadas ontem refor�am o que previam entidades do com�rcio, a exemplo da C�mara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH). A previs�o da entidade era de um crescimento de 1,5% nas vendas de dezembro. O presidente da institui��o, Bruno Falci, avisa que n�o � a hora de o empres�rio se arriscar com dinheiro de terceiros, nem de sair comprometendo o or�amento com investimentos altos na empresa, a n�o ser que tenha possibilidade de retorno. Ele recomenda, ainda, um quadro adequado de empregados, e a sele��o daqueles mais produtivos. “H� um des�nimo da popula��o de uma forma geral, que v� os desvios e roubos milion�rios (ele se refere � apura��o das den�ncias de corrup��o na Petrobras). Isso prejudica o com�rcio”, avalia.

CAUTELA
Segundo o economista da Confedera��o Nacional do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo (CNC), F�bio Bentes, tanto lojistas quanto consumidores devem ficar atentos, uma vez que o cen�rio n�o tende a mudar pelo menos at� o final do primeiro semestre de 2015. “O lojista deve calibrar a encomenda de novos estoques de acordo com as vendas”, afirma. Na vis�o de Gabriel Ivo, economista da Fecom�rcio MG, 2015 ser� um ano de ajustes e as mudan�as n�o est�o nas m�os dos empres�rios. “Tudo vai depender da pol�tica econ�mica. E pouco adiantam as liquida��es”, avalia. O presidente da Associa��o de Lojistas do Hipercentro, Fl�vio Assun��o, compartilha da mesma vis�o que Gabriel e lamenta que o Natal tenha apresentado queda de at� 4% nas vendas da regi�o.

“Em 2015, ser� preciso colocar o p� no freio em investimentos e diminuir a margem de lucro para atrair mais consumidores”, diz Assun��o. Ele acrescenta que nem as promo��es devem salvar o fim de ano do com�rcio, que encontra um consumidor menos otimista, cauteloso e com poder de compra reduzido. Para a presidente da Associa��o dos Lojistas da Savassi (Alsa) e diretora da Associa��o Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), Maria Auxiliadora Teixeira de Souza, a solu��o para o setor tamb�m depende de pol�ticas econ�micas que controlem a infla��o e reduzam os juros. “Podemos diminuir a margem de lucro, realizar promo��es, mas n�o fazemos milagre”, afirma.

Resultado � positivo na internet


Se no com�rcio de rua e dos shopping centers as vendas n�o apresentaram crescimento satisfat�rio, na internet as compras movimentaram R$ 5,9 bilh�es. A cifra representa crescimento de 37% em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado e supera a expectativa inicial que previa R$ 5,2 bilh�es em vendas motivadas pelo Natal. Os dados, divulgados ontem, s�o da E-bit, empresa especializada em informa��es do com�rcio eletr�nico, que levantou os n�meros referentes a pedidos realizados de 15 de novembro � �ltima quarta-feira, v�spera do Natal.


Segundo o balan�o, foram feitos 15,2 milh�es de encomendas, com t�quete m�dio de R$ 388. O aumento das vendas est� ligado ao movimento de liquida��es Black Friday, que ocorreu no dia 28 de novembro. Para o professor de estrat�gia da Funda��o Dom Cabral, Eduardo V�ras, n�o � hora de as lojas f�sicas pensarem em migra��o para o mundo virtual.


V�ras acredita ter havido apenas uma transfer�ncia de neg�cios do consumidor das lojas de rua para a internet pela facilidade e matura��o das compras, que passaram a ser mais seguras. “O crescimento real do e-commerce deve ficar em 15%, o que n�o segura a economia do pa�s para o pr�ximo ano. S�o plataformas diferentes que exigem produtos diferentes, loj�stica diferente”, diz. O economista da Fecom�rcio Minas, Gabriel Ivo, diz que o caminho virtual pode ajudar os empres�rios que querem recuperar seu neg�cio neste ano.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)