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Estado de Minas

Efeito de juro maior nos EUA sobre emergentes pode ser amortecido por BCE e BoJ


postado em 31/12/2014 07:19 / atualizado em 31/12/2014 08:26

O processo de normaliza��o da pol�tica monet�ria dos Estados Unidos em 2015, com o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) voltando a subir os juros, deve afetar os fluxos de capital para os emergentes no ano que vem, preveem economistas. Mas a expectativa inicial � que os movimentos dos investidores estrangeiros n�o devem ser bruscos, pois a decis�o do Fed deve ser compensada em parte por novos est�mulos monet�rios do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco do Jap�o (BoJ). A volatilidade no mercado financeiro mundial, por�m, deve aumentar.

O Instituto Internacional de Finan�as (IIF, na sigla em ingl�s), formado pelos maiores bancos do mundo, projeta fluxos l�quidos para os emergentes de US$ 1,207 trilh�o em 2015. O n�vel � praticamente o mesmo do esperado para 2014, com US$ 1,201 trilh�o, mas inferior a per�odos anteriores a 2013, quando, por exemplo, as compras bilion�rias de ativos pelo Fed estimularam a ida de recursos para os emergentes. "Um fator chave para a dire��o dos fluxos de capital ser�o as decis�es de pol�tica monet�ria nos pa�ses desenvolvidos", afirma o IIF.

Os economistas do Fundo Monet�rio Internacional (FMI) destacam que n�o � apenas a eleva��o dos juros dos EUA que deve desencadear mudan�as nos fluxos de capitais internacionais e maior volatilidade nos pre�os dos ativos em 2015. A mudan�a das expectativas dos agentes sobre quando este movimento deve ocorrer tem papel ainda mais importante, pois vai determinar a realoca��o das carteiras dos investidores. Por enquanto, a presidente do Fed, Janet Yellen, afirmou que a alta n�o deve ocorrer no in�cio de 2015, mas tudo vai depender dos indicadores da economia.

O Citibank prev� "volatilidade significativa" nos mercados em 2015, mas n�o v� raz�es para "muito pessimismo" nos fluxos de capital. "� claro que o aperto monet�rio dos EUA ir� afetar os fluxos internacionais, mas n�o prevemos nenhuma cat�strofe", avalia o economista-chefe para mercados emergentes do Citibank, David Lubin. "A incerteza sobre os rumos dos fluxos vai continuar em 2015, mas a perspectiva de eleva��o dos juros pelo Fed pode, em parte, ser ofuscada pelas a��es dos bancos centrais na Europa e Jap�o", destaca.

O Bank of America Merrill Lynch avalia que a liquidez no mercado internacional ainda vai continuar elevada, mesmo sem as compras mensais de ativos do Fed, sobretudo por conta da expectativa do BCE lan�ar no come�o do ano que vem um programa de aquisi��o de pap�is, avalia o economista para mercados emergentes do BoFa, Alberto Ades. Para o Fed, ele aposta em uma alta gradual dos juros nos EUA a partir de setembro do ano que vem. "N�o achamos que a liquidez ficar� mais apertada em 2015", disse ele, lembrando que o Banco do Jap�o refor�ou recentemente seus est�mulos monet�rios. Com o maior crescimento esperado para os EUA e a eleva��o dos juros, o d�lar deve continuar forte e as moedas dos emergentes enfraquecidas.

Muitos investidores estrangeiros de varejo podem preferir esperar a alta de juros dos EUA se confirmar antes de decidir onde alocar seus recursos, avalia o gestor da Loomis Sayles & Company, que tem US$ 210 bilh�es em ativos, Dave Rolley. "Eles podem aumentar a cautela antes de fazer novas aplica��es. Se a expectativa e as discuss�es sobre o aperto monet�rio nos EUA levarem a muita volatilidade, vamos ver um movimento de investidores preferindo esperar a eleva��o se confirmar."

Rolley ressalta ainda que h� uma preocupa��o crescente de que a alta de juros nos EUA vai levar a uma sa�da do capital de mais curto prazo (ou "hot money", no jarg�o usado pelo mercado financeiro) dos emergentes, em um movimento semelhante ao j� visto em meados do ano passado, quando o Fed sinalizou pela primeira vez que mudaria sua pol�tica monet�ria. Mesmo assim, ele ainda v� oportunidades "muito boas", em emergentes.

Para o estrategista de renda fixa da Gramercy, gestora dos EUA que aplica US$ 2,6 bilh�es em mercados emergentes, Gunter Heiland, os investidores dos EUA seguem interessados em aplica��es com rentabilidade alta e por isso devem continuar alocando recursos no exterior, embora a tend�ncia seja de maior cautela. Al�m disso, apesar do esperado menor ritmo de crescimento para os emergentes, estes pa�ses devem ter um ritmo de expans�o em 2015 que ainda ser� o dobro dos pa�ses desenvolvidos, oferecendo, por exemplo, oportunidades de aplica��o em b�nus e a��es de empresas e governos.

A gestora da OppenheimerFunds, que administra US$ 230 bilh�es, Sara Zervos, avalia que vai continuar ocorrendo uma maior diferencia��o entre os emergentes na aloca��o internacional de recursos pelos investidores. Ela afirma, por exemplo, que economias menores e mais enfraquecidas, com necessidade de financiamento, pode ser mais prejudicadas que outras maiores e com indicadores mais robustos. Sara diz que tem conversado com clientes nos EUA que est�o pouco expostos a emergentes e em busca de retorno maior.


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