
Joaquim Vieira Ferreira Levy assumiu, na tarde desta segunda-feira, o minist�rio da Fazenda no lugar de Guido Mantega em cerim�nia realizada no Banco Central do Brasil, na capital federal. A solenidade de posse teve in�cio com a apresenta��o do curr�culo do novo ministro. Levy � conhecido como um formulador de pol�ticas ortodoxo e pr�-mercado, que deve ajudar na dif�cil tarefa de ajustar a economia. A fala do novo comandante da pasta foi antecedida pelo interino da Fazenda, Paulo Caffarelli. O ex-ministro Guido Mantega, que comandou o minist�rio nos �ltimos anos, n�o estava presente. Ele saiu do governo alegando “motivos particulares”. A sa�da de Mantega foi anunciada, pela presidente Dilma Rousseff, ainda durante a campanha para a Presid�ncia. A estrat�gia foi adotada para acalmar os mercados que estavam reagindo mal aos n�meros e pol�tica econ�mica.
Durante sua fala, Joaquim Levy agradeceu a confian�a depositada pela presidente Dilma na escolha de seu nome para o minist�rio e destacou que procurar� corresponder �s expectativas. Em tom pessoal, o novo ministro da Fazenda tamb�m agradeceu o apoio e carinho da esposa e das filhas.
Ele destacou que a economia brasileira d� provas de maturidade e estabilidade, independente das prefer�ncias pol�ticas e partid�rias. O novo ministro da Fazenda ressaltou que a disciplina fiscal � o caminho para o desenvolvimento e crescimento econ�mico do Brasil. De acordo com Levy, o equil�brio fiscal indispens�vel para aumentar as oportunidades para o povo brasileiro, principalmente os mais jovens, com fortalecimento do cr�dito, mais empreendedores no pa�s, crescente gera��o de emprego e atra��o de investimentos, possibilitando assim o bem estar geral da na��o.
"Restam poucas d�vidas de que, mais uma vez, a democracia brasileira deu prova de excel�ncia ao reafirmar o consenso imperativo da disciplina fiscal para o crescimento econ�mico social e o desenvolvimento sustent�vel", declarou. O novo ministro n�o descartou a possibilidade de aumento de tributos para realinhar as contas p�blicas. “Poss�veis ajuste de tributos ser�o considerados, especialmente aqueles usados para estimular a poupan�a dom�stica e corrigir desbalan�os tribut�rios entre os setores”, ressaltou.
Levy lembrou que o Brasil mudou muito na �ltima d�cada com o crescimento da classe m�dia e deu a entender que sua gest�o ser� mais mudan�as. Ele encerrou a solenidade anunciando demais nomes da equipe da Fazenda. O Secret�rio-executivo da pasta ser� Tarc�sio Godoy, Jorge Rachid ser� o secret�rio da Receita, o secret�rio do Tesouro ser� Marcelo Santilli Barbosa, o secret�rio de pol�ticas econ�micas ser� Afonso Arinos Melo de Franco Neto, o secret�rio de assuntos internacionais ser� Luis Baldu�no, Carlos Barreto ser� coordenador de assuntos financeiros, a procuradoria da Fazenda segue com Adriana Queiroz e o secret�rio de acompanhamento econ�mico, Pablo Fonseca, tamb�m foi mantido. O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, n�o compareceu � solenidade.
Empresariado
Os empres�rios presentes na cerim�nia de posse prometem dar um tempo de f�lego para o novo ministro assumir as fun��es e fazer os ajustes necess�rios na economia antes de fazer pedidos setoriais. O ano que come�a agora ser� de transi��o, na avalia��o do diretor do departamento econ�mico do Bradesco, Oct�vio de Barros. "O ano de 2015 tem todos os ingredientes para ser um ano ruim, mas pode ser bom", disse, em um tom otimista ao chegar para a cerim�nia de transmiss�o de cargo.
Segundo ele, n�o h� como esperar um milagre para o Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com o Relat�rio de Mercado Focus, a mediana das proje��es para o crescimento do pa�s este ano foi reduzida de 0,55% para 0,50%. O mais importante agora, de acordo com o diretor do Bradesco, � lan�ar uma plataforma s�lida para o futuro, a grande expectativa com a volta de Levy para o governo. "Essa � a ideia da equipe econ�mica", disse.
O presidente do Ita�, Roberto Setubal, disse estar confiante que Levy far� um bom trabalho. Segundo ele, Levy � um �timo ministro e foi uma excelente escolha da presidente Dilma Rousseff. A exemplo de outros participantes da cerim�nia de transmiss�o de cargo no Minist�rio da Fazenda, Setubal preferiu n�o fazer coment�rios sobre economia.
O presidente da Eletros, Lourival Ki�ula, disse que tem boas expectativas em rela��o � escolha de Levy, mas que � preciso esperar para ver as propostas que ser�o apresentadas pelo ministro. Ki�ula disse que espera ter uma reuni�o com Levy no pr�ximo m�s para apresentar o resultado do setor de eletroeletr�nica em 2014. "Provavelmente teremos um 2014 abaixo de 2013. Deve ter queda em v�rios setores entre 0% e 5%."
A presidente do Magazine Luiza e vice-presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), Luiza Trajano, disse que a escolha de Levy para comandar a economia do pa�s foi t�cnica e de consenso geral. "Ele fez um �timo trabalho no Rio e acredito que far� um bom trabalho para o Brasil", disse. Ela afirmou que espera que o ministro "acerte" os p�blicos e n�o deixe de investir no social. Luiza ainda disse que o varejo quer contribuir com o ministro e n�o tem nada a pedir. "Tem que estabilizar a economia e voltar a crescer", disse. "Para n�s o que � importante � gerar emprego e renda e o emprego no pa�s n�o tem como retroagir", afirmou.
O presidente do grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, afirmou que o importante � que o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, consiga construir caminhos que tenham perspectivas para o crescimento da economia. Mas ele admitiu que n�o espera, a curto prazo, que haja o crescimento. Gerdau disse que h� um conjunto de ajustes a serem feitos, mas preferiu n�o fazer coment�rios sobre esses ajustes. Disse que veio a Bras�lia para a cerim�nia de transmiss�o de cargo de Levy para "ouvir". Segundo ele, � preciso construir as condi��es estruturais para o crescimento da economia brasileira.
Com Ag�ncia Estado