S�o Paulo, 21 - A estrat�gia das grandes marcas de chocolates para evitar uma P�scoa ruim � segurar parte da alta de custos do setor para que o consumidor n�o se assuste com os pre�os nas g�ndolas. Apesar de a alta de 12,8% do d�lar no ano passado ter afetado diretamente o custo dos produtos - j� que o cacau � uma commodity cotada internacionalmente -, as empresas decidiram manter os reajustes de pre�o sob controle para que o setor pelo menos fique no "zero a zero" em rela��o a 2014.
A Nestl� est� entre as companhias que prepararam uma P�scoa mais "frugal". Segundo o gerente de marketing de P�scoa da multinacional, Pedro Abondanza, a Nestl� decidiu focar os lan�amentos em suas marcas mais fortes e retirou alguns produtos das g�ndolas, entre eles o Lolo. A alta nos pre�os, segundo o executivo, ficar� em 10% - no m�ximo. "Houve um esfor�o para minimizar o repasse de custos", afirma. O controle de pre�os tamb�m est� sendo aplicado pela Garoto, que dever� aumentar os pre�os em 8% em rela��o � P�scoa de 2014.
Tanta cautela tem raz�o de ser: 2014 n�o foi um bom ano para a ind�stria de chocolates. De janeiro a setembro do ano passado, segundo a Associa��o Brasileira da Ind�stria de Chocolates (Abicab), a produ��o nacional caiu 2% em rela��o ao mesmo per�odo de 2013. "Estamos num cen�rio recessivo, de crescimento de PIB zero", disse Ubiracy Fonseca, vice-presidente da �rea de chocolates da entidade. Para 2015, o cen�rio �, no m�ximo, de manuten��o dos patamares de 2014.
Apesar de estarem mais otimistas em rela��o ao pr�prio crescimento, as chocolaterias tamb�m decidiram segurar os pre�os para n�o assustar a clientela. A Cacau Show decidiu reajustar os pre�os em 7%, apesar de a alta de custos ter ficado acima deste patamar, segundo Alexandre Costa, fundador da Cacau Show.
No entanto, enquanto empresas como a Nestl� pretendem reduzir a produ��o em rela��o ao ano passado para evitar encalhes nos supermercados, a Cacau Show pretende elevar a quantidade de itens fabricados em 17% para a P�scoa em 2015. "A perspectiva � de um crescimento de faturamento de 25%", diz o empres�rio, que pretende ter 1,8 mil unidades abertas no Pa�s at� abril. A empresa, que faturou R$ 2,4 bilh�es no ano passado, pretende fechar 2015 com 2 mil unidades. A P�scoa responde por um quarto das vendas anuais da Cacau Show.
A CRM, dona das marcas Kopenhagen e Chocolates Brasil Cacau, projeta 20% de crescimento em rela��o � P�scoa de 2014 - a data concentra 30% de suas vendas anuais. Os pre�os, segundo Renata Moraes Vichi, vice-presidente de marketing da CRM, devem subir 8% em rela��o a 2014. A companhia, que faturou R$ 1 bilh�o em 2014, pretende investir na expans�o da Chocolates Brasil Cacau, rede popular criada para bater de frente com a Cacau Show, que dever� fechar o ano com 700 pontos de venda.
Sofistica��o
Para Sergio Molinari, diretor da Food Consulting, o consumo de chocolates est� se sofisticando no Pa�s - o que explica o ritmo mais veloz de expans�o das redes especializadas em chocolates em rela��o �s marcas que vendem em supermercados. Segundo o especialista, al�m de o acesso �s chocolaterias estar mais f�cil, pelo maior n�mero de lojas, o varejo especializado oferece tamb�m mais op��es de presentes aos consumidores. "Mesmo quem quer gastar pouco, pode trocar o ovo de P�scoa, que � mais caro, por bombons." As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.