S�o Paulo, 22 - Os temores de que o programa de compra de ativos pelo Banco Central Europeu (BCE) provoque instabilidade cambial em mercados emergentes � exagerado, na avalia��o da Capital Economics. Para a consultoria, os reflexos das medidas de est�mulo � zona do euro ter�o reflexo neutro sobre as economias emergentes.
Em relat�rio, a Capital Economics destaca que as preocupa��es do mercado se baseiam em dois pontos. Primeiro, a desvaloriza��o do euro, que tornaria as exporta��es dos pa�ses emergentes para a zona do euro menos competitivas. Para a consultoria, isso n�o � uma grande amea�a, j� que n�o h� perspectiva de retra��es significativas no euro daqui pra frente. "Muito do impacto do QE (sigla em ingl�s para relaxamento quantitativo) provavelmente j� foi precificado pelo mercado", afirma.
O segundo ponto se refere �s preocupa��es quanto � possibilidade de que as compras do BCE desestabilizem o fluxo de recursos para os pa�ses emergentes. A Capital Economics argumenta que esse mesmo temor surgiu quando os Estados Unidos lan�aram seu QE. O que se viu, diz a consultoria, foi a continuidade do aumento de entradas de recursos em emergentes entre o fim da primeira etapa do programa e o in�cio da segunda. "Al�m disso, apesar das tr�s rodadas do QE nos EUA, as entradas de capital permanecem bastante abaixo do pico pr�-crise", pontua a Capital Economics. "Em outras palavras, a escala de entrada de recursos nos pa�ses emergentes � determinada n�o s� pela pol�tica monet�ria nos EUA e na Europa", complementa.
Se por um lado o temor de instabilidade cambial parece exagerado, por outro, tamb�m � pouco prov�vel que essas medidas impulsionem as economias emergentes. "Quando a poeira baixar, nossa percep��o � de que o QE do BCE provavelmente n�o ter� muito impacto sobre os pa�ses emergentes, nem para o bem, nem para o mal", conclui a Capital Economics.