S�o Paulo, 25 - O volume de �gua nos reservat�rios do sistema Sudeste/Centro-Oeste ter� de dobrar at� abril para livrar o Brasil de um novo racionamento de energia el�trica, se for levado em conta o c�lculo do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. Hoje, as represas est�o em 17,28% da capacidade e precisam chegar a, pelo menos, 35% para aguentar a demanda entre maio e novembro (quando o volume de chuvas � menor) e n�o cair abaixo do limite de 10% estabelecido na quinta-feira por Braga para a ado��o de racionamento.
No per�odo seco, o n�vel dos reservat�rios costuma cair, em m�dia, 31 pontos porcentuais, segundo levantamento feito pelo Estado, com base em dados do Operador Nacional do Sistema El�trico (ONS) entre 2010 e 2014. Mas, como o desempenho da economia ser� fraco neste ano, a expectativa � de que o comportamento das represas siga o ritmo dos dois �ltimos anos, quando o volume de �gua armazenada recuou em torno de 22 pontos.
Portanto, se as chuvas dobrarem o n�vel atual dos lagos, as hidrel�tricas terminar�o o per�odo seco um pouco acima do limite de 10%. O problema, por�m, � que as previs�es climatol�gicas n�o apontam para chuvas acima da m�dia. Segundo o meteorologista da Climatempo, Alexandre Nascimento, devem ficar entre 70% e 80% do volume normal previsto para fevereiro.
"Teremos chuvas nos pr�ximos dez dias, mas ser�o pancadas localizadas, muito ruins para o enchimento de reservat�rios." Segundo Nascimento, a situa��o � preocupante, j� que o ponto de partida das represas est� muito baixo - o que exigiria muita chuva. Al�m disso, o calor intenso deste ver�o tem provocado recordes de consumo e deteriorado o volume das represas num momento em que elas deveriam acumular �gua. Em 20 dias, o n�vel caiu 2,01 pontos porcentuais.
Algumas hidrel�tricas, como Nova Ponte, Itumbiara e Furnas, est�o com o armazenamento pouco acima de 10%. Com menos �gua no reservat�rio, a pot�ncia das turbinas cai e a capacidade de produ��o diminui, deixando o Pa�s vulner�vel a apag�es, como o que ocorreu na segunda-feira passada e deixou dez Estados e o Distrito Federal sem luz. Naquele momento, houve um pico de consumo, causado pelo calor, e o Brasil n�o tinha energia suficiente para atender � demanda.
Com o armazenamento no limite, n�o se pode descartar novos apag�es at� o fim deste ver�o, uma vez que, nos �ltimos dois anos, os picos de consumo ocorreram em fevereiro, afirma o presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales. Na opini�o dele, a atual crise de abastecimento � resultado de uma conjun��o de problemas que v�m se acumulando ao longo dos �ltimos anos, sem rea��o por parte do governo. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.