S�o Paulo, 04 - Depois de um longo per�odo de valoriza��o, a varia��o de pre�os dos im�veis acumulada em 12 meses at� janeiro teve queda real, isto �, perdeu para a infla��o. Foi a primeira vez desde 2011 que a varia��o m�dia das cota��es do mercado imobili�rio � ultrapassada pela infla��o em 12 meses.
Entre fevereiro de 2014 e janeiro deste ano, o pre�o do metro quadrado (m�) de im�veis prontos, a maioria usados, em 20 cidades brasileiras teve um aumento m�dio de 6,29%, segundo o �ndice FipeZap. No mesmo per�odo, a infla��o oficial, medida pelo �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulou alta de 7,1%, considerando que em janeiro o IPCA, que ainda n�o � conhecido, tenha subido 1,2%, segundo proje��es do Boletim Focus do Banco Central.
Onze de 20 cidades pesquisadas registraram em 12 meses varia��es de pre�os abaixo da infla��o do per�odo. Bras�lia (0,37%), Curitiba (1,91%), Porto Alegre (2,44%) e Santos (2,54%) foram os munic�pios com menor varia��o nominal de pre�os. At� mesmo em importantes pra�as, como S�o Paulo e Rio de Janeiro, o pre�o do m� perdeu para a infla��o no per�odo, com altas acumuladas em 12 meses de 7,02% e 6,63%, respectivamente.
A valoriza��o do metro quadrado � mais desfavor�vel quando se avalia o desempenho do m�s. Em janeiro, apenas uma das 20 cidades acompanhadas registrou um avan�o do pre�o do metro quadrado superior � varia��o da infla��o projetada em 1,2%. Essa cidade foi Fortaleza, onde a cota��o subiu 1,43%. Na m�dia das 20 cidades pesquisadas, a varia��o foi 0,39%. Em quatro munic�pios - Porto Alegre, Curitiba, Santos e Niter�i - houve queda nominal de pre�o.
Sem surpresa
"A queda real do pre�o m�dio do m� n�o foi uma surpresa", afirma o coordenado do �ndice, Eduardo Zylberstajn. Ele explica que o mercado imobili�rio vem perdendo o f�lego faz tempo. Em 2013,o pre�o m�dio para 20 cidades tinha subido 13,74% e no ano passado, 6,7%. Mas em ambos os casos a varia��o tinha superado a infla��o. Agora, no entanto, houve uma revers�o e a evolu��o do pre�o m�dio dos im�veis n�o est� conseguindo vencer nem se equiparar � alta do IPCA.
Dois dos tr�s fatores que movem o mercado imobili�rios s�o os respons�veis pela queda real do pre�o m�dio dos im�veis. Segundo o economista, um desses fatores � o enfraquecimento do mercado de trabalho, com menor gera��o de renda e de emprego. O outro � a condi��o de cr�dito. "Os juros cobrados do cr�dito imobili�rio subiram na Caixa e em outros bancos", lembra Zylberstajn.
A desconfian�a do trabalhador em rela��o � sua situa��o profissional combinada com encarecimento do cr�dito funcionam como uma esp�cie de freio na demanda para a compra de im�veis. E isso acaba tendo impacto nos pre�os. O �nico fator que continua favor�vel � expans�o desse mercado � demografia, lembra o economista. A cada ano, cerca de um milh�o de novas fam�lias s�o formadas, o que se traduz em demanda crescente pela compra de moradia, que ficou mais dif�cil de se concretizar por causa das condi��es desfavor�veis da economia.
"N�o d� para ficar otimista em rela��o ao futuro", afirma o economista, ressaltando que a tend�ncia � que a varia��o dos pre�os dos im�veis continue perdendo para a infla��o. Segundo ele, o enfraquecimento da economia deve tirar o f�lego do mercado imobili�rio tanto em termos de pre�os como em n�mero de transa��es fechadas. "Os estoques de im�veis das incorporadoras est�o elevados", observa. Com isso, o poder de barganha nas negocia��es hoje � mais favor�vel ao comprador. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.