
Vendas em baixa e aluguel em alta. A combina��o de fatores em uma das regi�es mais tradicionais da cidade tem resultado no fechamento de estabelecimentos comerciais. Sem conseguir negociar valores do aluguel, empres�rios fecham as portas e procuram novos pontos na Savassi. Com isso, dezenas de lojas podem ser vistas nos quarteir�es da �rea com placas de “aluga-se” por longos per�odos. Depois de arcar com a perda de receita, a sa�da � negociar. At� a gratuidade em uma mensalidade tem sido ofertada para atrair interessados.
Com o boom imobili�rio, o n�mero de constru��es novas na regi�o se multiplicou. Parte das obras iniciadas em 2010 e 2011 foi entregue recentemente, o que aumentou consideravelmente a oferta, segundo a vice-presidente da CMI/Secovi-MG, C�ssia Ximenez. “A Savassi foi uma das regi�es mais afetadas. A� hoje ocorre a migra��o”, afirma. Segundo ela, muitos empres�rios trocam as salas antigas por unidades novas, enquanto outros, com o encerramento dos contratos de loca��o, procuram por alugu�is mais baratos.
O gerente de loca��o da Dominus Im�veis, empresa franqueada da Rede Morar, Ari Vander, afirma que um cliente decidiu sair de um im�vel da Rua Ant�nio de Albuquerque, onde pagava R$ 14 mil, e conseguiu outro por R$ 9 mil. “O aluguel comercial est� em queda. Os propriet�rios est�o aceitando propostas”, afirma. Depois de um ano sem interessados, ele conseguiu fechar contrato de uma loja de 140 metros quadrados em uma galeria na Rua Para�ba. Com o im�vel parado por longo tempo, a imobili�ria colocou an�ncio de gratuidade no primeiro m�s de contrato. “Perde um m�s de pagamento, mas � melhor que ficar mais tempo pagando IPTU e condom�nio”, afirma Ari. Al�m da “promo��o”, o propriet�rio aceitou reduzir o valor em 17,4%. A pedida inicial era de R$ 4,6 mil, mas ele aceitou R$ 3,8 mil.

O entendimento tanto de Ari quanto do diretor do conselho Savassi da C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte, Alessandro Runcini, � que o momento econ�mico tem impedido novos investimentos. “Em crise, ningu�m quer investir”, diz o gerente da imobili�ria. Runcini considera haver dois fatores-chave para a situa��o espec�fica da Savassi. “Digamos que a regi�o ainda n�o deslanchou por causa de v�rios fatores, mas dois s�o essenciais: a condi��o da economia e o aumento dos alugueis.”
A quest�o dos alugu�is n�o � exclusividade da regi�o, segundo Runcini. Propriet�rio de uma loja tamb�m no S�o Bento, ele observa que o bairro e a Avenida Prudente de Moraes tamb�m foram afetados. “N�o � prerrogativa da Savassi”, diz. Ele tamb�m critica a alta dos alugu�is. “Aumentou tanto que afugentou os lojistas”, afirma, recordando a sa�da da Livraria Travessa durante as obras de revitaliza��o da Pra�a Diogo de Vasconcelos e mais recentemente da Lanchonete Tia Clara, que, por quase quatro d�cadas, permaneceu na Rua Ant�nio de Albuquerque. Sobre os pre�os elevados, a vice-presidente da CMI/Secovi-MG, C�ssia Ximenez, diz haver duas situa��es: propriet�rios que imp�em valores muito acima do valor real e outros que fazem avalia��o de acordo com o metro quadrado da regi�o, sem considerar outras caracter�sticas da unidade. “Im�vel bom com pre�o justa aluga r�pido. Caso contr�rio, tem algum problema: estado de conserva��o ou pre�o”, afirma.
