S�o Paulo, 12 - O racionamento de energia poder� se "autodecretar" no Brasil at� junho caso o governo n�o tome medidas imediatas, alertou nesta quinta-feira, 12, Marco Ant�nio Siqueira, diretor da PSR Consultoria, especializada em mercados de eletricidade e g�s. Em semin�rio "Efici�ncia no Uso de Recursos Naturais" promovido pela C�mara Americana de Com�rcio (Amcham) Brasil, ele defendeu que, neste momento, mais importante do que a��es que busquem o uso eficiente, s�o "gest�es" que tragam impactos sobre a demanda no curto prazo.
A PSR Consultoria estima que, com a crise financeira do setor el�trico brasileiro, o reajuste m�dio da conta de energia para resid�ncias ser� de 41% neste ano, resultado do aumento do custo de R$ 344/ MWh, em 2014, para R$ 485/MWh, em 2015. Esse reajuste, contudo, poder� ser maior, pois esses n�meros n�o levam em conta os cerca de R$ 40 bilh�es referentes a indeniza��es de ativos de transmiss�o anteriores ao ano 200 e a preju�zos causados �s hidrel�tricas pelo esvaziamento acelerado dos reservat�rios.
Siqueira ponderou que o governo "tem pouco tempo para agir". Ele lembrou que janeiro de 2015 apresentou a pior vaz�o dos reservat�rios da hist�ria, ap�s 2014 ser o pior ano, e que a continuidade de chuvas em fevereiro depende de fatores naturais. Caso as chuvas sejam interrompidas no segundo m�s do ano, o solo dever� voltar a ficar seco, pois n�o absorver� a �gua necess�ria para que os reservat�rios voltem aos n�veis normais, e "come�a tudo do zero". "Sobra s� mar�o, porque abril j� � de baixa hidrologia", alertou.
O diretor da PSR Consultoria defendeu que um eventual racionamento deve levar em conta o "equil�brio da ind�stria". Uma ideia, citou, seria decretar um racionamento inicial de 5% para resid�ncias e com�rcio. De acordo com o especialista, esse porcentual seria suficiente para administrar uma "redu��o zero" de energia para o setor industrial, o que ajudaria a "passar o ano com impacto zero" da crise h�drica no PIB. "Se n�o tiver um arcabou�o legal (para o racionamento), a quantidade de confus�es que v�o ter vai ser grande", alertou.