O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, recebeu nesta tarde de quinta-feira, um grupo de representantes do varejo, liderados pela empres�ria Luiza Trajano, da rede Magazine Luiza. Em uma reuni�o de mais de duas horas, ele ouviu dos empres�rios que o n�vel de confian�a do consumidor precisa melhorar para evitar demiss�es pelo setor. "A gente falou que o �ndice de confian�a tem de crescer para n�o ter demiss�o, mas ele sabe disso", afirmou a empres�ria.
Levy recebeu 21 empres�rios e executivos integrantes do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), presidido por Luiza. Entre eles, o vice-presidente da Riachuelo, Fl�vio Rocha; o presidente da Avon, David Legher; o presidente da Walmart, Guilherme Loureiro; o vice-presidente do Carrefour, Stephane Engelhard; o diretor-geral da C&A, Jos� Osvaldo Noronha Leivas; e o presidente do conselho de administra��o da rede Raia Drogasil, Ant�nio Carlos Pipponzi.
O setor disse que decidiu procurar o ministro para entender as medidas fiscais adotadas pelo governo. "O ministro tra�ou que � um ano de ajuste e que vamos ter de trabalhar para tirar (custo) onde n�o vai ter ajuste", disse. "A gente sabe que o momento exige restri��es de algumas coisas, mas o ministro Levy est� confiante", observou Luiza.
O vice-presidente do IDV, Fl�vio Rocha, ressaltou que o varejo viveu uma "d�cada de excepcional" at� o ano passado. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) anunciou ontem que as vendas do com�rcio varejista despencaram no �ltimo m�s de 2014. A queda de 2,6% na passagem de novembro para dezembro foi o pior resultado em um m�s j� registrado pela Pesquisa Mensal de Com�rcio. No ano, houve crescimento de 2,2%, mas ainda foi o mais baixo resultado em 11 anos. "Foi o pior ano desta d�cada", disse Rocha.
Na sequ�ncia, Luiza, ponderou que aumento dos juros banc�rios para o cr�dito n�o afetou o n�vel de inadimpl�ncia do varejo. "A inadimpl�ncia est� totalmente sob controle, a popula��o n�o est� endividada e n�o caiu o cr�dito, os bancos n�o for�aram o cr�dito (para baixo). Mais caro (a tomada de empr�stimo) � uma coisa, dizer que tem inadimpl�ncia � outra", afirmou, ressaltando que a "desconfian�a � a maior" amea�a ao consumo. "A gente concorda que tanto o governo quanto n�s precisamos nos comunicar mais claramente. A gente sabe que a onda de pessimismo s� vai sair � medida que as coisas come�arem a fazer acontecer", observou.
De acordo com a l�der dos varejistas, o que foi pedido ao ministro foi para que haja a ado��o de medidas para diminuir a burocracia. "A gente sabe que tem uma burocracia em que a gente est� perdendo 2% ou 3% (do lucro) e podemos ganhar s� tirando essa burocracia", considerou.
Energia
O risco de racionamento el�trico esteve na pauta da reuni�o, com o ministro pedindo ajuda ao setor de consumo para estimular a economia no desperd�cio residencial de seus clientes. Ele sugeriu uma campanha conjunta entre governo e empresas. "Ele (Levy) disse que se cada casa diminuir 2% (do consumo de energia) ia ajudar muito", relatou Luiza.
Os empres�rios do IDV deixaram a Fazenda em dire��o ao Minist�rio de Minas e Energia, onde t�m reuni�o com o ministro Eduardo Braga para entender tecnicamente a amea�a de racionamento. "Temos uma liga��o direta com o consumidor e podemos pedir para eles ajudarem na economia de energia", disse a empres�ria.