Com fama de afrodis�aco de efic�cia comprovada, a catuaba, uma das plantas medicinais mais conhecidas, vem ganhando adeptos nas festas populares. A bebida se tornou a vedete do carnaval de Belo Horizonte em 2014 e promete manter o posto neste ano, competindo com a cerveja nos desfiles de alguns blocos. Garrafas de v�rias marcas circulam nos isopores dos vendedores ambulantes e at� mesmo nas festas fechadas. Al�m da propriedade de estimulante sexual, a bebida atrai em raz�o do baixo custo. O consumidor pode pagar R$ 5 pelo copo, pre�o similar ao da cerveja. Se optar pelo litro, ter� de desembolsar de R$ 15 a R$ 20. O sabor � adocicado e entorpece r�pido, j� que o teor alco�lico � de 16%, semelhante ao do vinho tinto.
O lucro que conseguimos apurar na venda da catuaba � muito bom. �s vezes d� para faturar o dobro ou mais na garrafa, dependendo de como ela � vendida”, afirma o vendedor ambulante Marcos Ant�nio Passos, de 53 anos, que est� trabalhando na folia deste ano em BH. Nunca se consumiu tanto a bebida, segundo atacadistas e distribuidores da capital mineira ouvidos pelo Estado de Minas. As vendas da catuaba durante a festa do rei Momo crescem entre 30% e 50% no varejo, no com�rcio atacadista e em distribuidoras.
No Grupo Super Nosso, apenas no per�odo de carnaval s�o vendidas cerca de 1 mil caixas de Catuaba Selvagem (12 mil litros), fabricada pela Arbor Brasil, carro-chefe do segmento, e outras 500 da bebida de outras marcas (3 mil litros), informou o gerente comercial da empresa, Wendel M�ximo. “Temos um incremento de 27% a 30% nesse per�odo at�pico. � um fen�meno que ocorre h� cerca de tr�s anos e acreditamos que esteja associado aos baixos pre�os, al�m da fama de ser afrodis�aco”, afirma o executivo. Na Distribuidora Lim�o, no Bairro Serra, as vendas que no m�s chegam a cinco caixas, passam para 50 caixas no carnaval.
“A catuaba virou moda entre os jovens. Tenho mais de 600 garrafas em estoque, mas se precisar ainda consigo mais. A expectativa � vender tudo como ocorreu no ano passado”, afirma Rodrigo Lim�o, dono da empresa. Entre os ambulantes, a catuaba tamb�m virou a queridinha, j� que chega a garantir lucro de 500% quando � vendida fracionada. Alguns vendedores fizeram seu estoque com 50 caixas (600 litros), aguardando o sucesso das vendas, como no carnaval de 2014. “Compramos a garrafa a R$ 8 e vendemos a R$ 15. O lucro � muito melhor do que o da cerveja, que n�o passa de 20%”, afirma o ambulante David das Dores Tourinho.
Outro ambulante que refor�ou o estoque � Marcos Ant�nio Passos. Ele reservou 10 caixas da bebida, que ser� vendida nos quatro dias de carnaval. Os jovens preferem a catuaba porque ela deixa o foli�o de fogo mais r�pido que a cerveja e custa menos”, afirma. Marcos vendeu 20 garrafas na quarta-feira enquanto o bloco Chama o S�ndico se concentrava na Pra�a da Liberdade.
Concordam com ele os estudantes Julius Carvalho, de 23, e Gustavo Henrique, de 22. Julius e o amigo costumam beber duas garrafas, cada um, gastando, juntos, cerca de R$ 60. “Se beb�ssemos cerveja gastar�amos no m�nimo R$ 70”, afirma Julius. A composi��o b�sica da bebida varia dependendo da marca. A Catuaba Selvagem, mais conhecida e considerada top de linha, � feita com vinho, fermentado de ma�� e extratos de catuaba, guaran� e marapuama. Outras marcas s�o feitas � base de cana-de-a��car.
Segundo o diretor-executivo da ind�stria Arbor Brasil, fabricante da Catuaba Selvagem, Mozart Rodrigues, as vendas em Minas Gerais representam, hoje, 30% do volume total comercializado no pa�s, s� perdendo para as de S�o Paulo. No ano passado, a empresa comercializou 15,6 milh�es de garrafas de 1 litro no Brasil. “As vendas quase dobraram nos �ltimos cinco anos, com um p�blico mais din�mico que se somou ao consumidor antes tradicional, agora formado por universit�rios e atravessando classes sociais”, afirma.
Al�m de ser consumida pura, a catuaba vem ganhando espa�o tamb�m na forma de drinques criados pelos pr�prios consumidores. Em BH, um dos prestigiados drinques � o catu�a�, mistura de catuaba com a�a�, que recebeu o apelido de bebida do amor. O inventor da mistura, Bruno Coelho, investiu cerca de R$ 1,4 mil em dois carrinhos que anunciam a bebida e espera vender cerca de 500 litros durante o carnaval. O copo da bebida custa R$ 5 e o inventor garante que � viciante. “� dif�cil a pessoa beber o primeiro copo, mas depois que come�a ela n�o quer mais parar. Vendo mais de 300 copos numa noite”, diz.